‘Plurais de Dança’ entra em cartaz no Complexo Cultural Funarte SP

'Às vezes sinto que não me reconheço'. Imagem: divulgação.

No dia 4 de outubro, quarta-feira, o projeto Plurais de Dança, da Baile Soluções Culturais, estreia no Complexo Cultural Funarte SP. Contemplada no Edital de Ocupação da Sala Renée Gumiel 2017, a proposta apresenta uma programação variada, com espetáculos adultos e infantojuvenis, oficinas, performances e jam sessions. A temporada se estende até o dia 29 de outubro.

O projeto tem início com o espetáculo infantil Mané boneco, do grupo Zumb.boys, que se apresenta no dia 4 de outubro, às 15h. No dia 5, às 19h, estreia o espetáculo adulto Ladrão, também com o grupo Zumb.boys. A peça fica em cartaz até o dia 8 de outubro, de quinta a sábado, às 19h, e domingo, às 18h.

Na segunda semana do projeto Plurais de Dança, a Cia. MovMente apresenta o espetáculo infantil Kelvin – O Vira Lata, dirigido por Helena Figueira. A sessão é realizada na quarta, dia 11, às 15h. Já o espetáculo adulto Dos olhares nasce o grito fica em cartaz de 12 a 15 de outubro, de quinta a sábado, às 19h, e domingo, às 18h. Nos dias 14 e 15 de outubro, sábado às 18h30 e domingo às 17h30, Guilherme Maciel apresenta a performance Às vezes sinto que não me reconheço, do coreógrafo Anderson Machado.

Com direção de Márcio Greyk, o infantil Dança por correio fica em cartaz no dia 18 de outubro, quarta, às 15h. Na terceira semana do projeto, também são apresentados os espetáculos para adultos Yebo (19 e 20 de outubro, quinta e sexta, às 19h), Bota a cara no sol e Vira Lata (21 de outubro, sábado, às 19h, e domingo, às 18h).

Na última semana, Kelvin – O Vira Lata volta a ser apresentado na Sala Renée Gumiel, no dia 25 de outubro, quarta, às 16h. O espetáculo adulto Concreto: trabalho de pesquisa em processo, em cartaz de 26 a 29 de outubro, de quinta a sábado, às 19h, e domingo, às 18h, encerra a temporada. No sábado, dia 28, e no domingo, dia 29, meia hora antes da sessão, o público também pode assistir à performance A mulher na dança urbana, com direção de Nathalia Glitz.

Além dos espetáculos, o projeto Plurais de Dança realiza jam sessions e oficinas de dança contemporânea, dança afro-brasileira, dança urbana, danceAbility e dança de salão.

Veja a programação completa:

Espetáculo infantil: Mané boneco
Dia 4 de outubro. Quarta, às 15h.
Gratuito.
Duração: 60 minutos.
Classificação etária: livre.

Mané Boneco, mais recente espetáculo de intervenção urbana do grupo Zumb.boys,  dialoga com a beleza e a simplicidade do brincar. A peça é inspirada no boneco brasileiro Mané Gostoso, um brinquedo facilmente encontrado nas feiras nordestinas, feito de madeira, com pernas e braços articulados, e movimentado por cordões. A proposta do espetáculo é que ele seja gostoso de assistir, assim como é divertido brincar sem julgamentos externos, vivendo o encontro abertamente. O público é convidado a construir o momento com o grupo, fazendo parte da coreografia. O corpo do intérprete é virtuoso, brincalhão e articulado e deseja, a todo o momento, dialogar com as pessoas, valorizando o instante vivido e compartilhando brincadeiras e histórias.

Ficha técnica:
Direção geral: Márcio Greyk | Intérpretes criadores: Danilo Nonato, David Castro, Márcio Greyk e Guilherme Nobre | Convidados: Elzio Vieira (Mad Killa Crew) e Igor Souza (Noroest Gang) | Fotos: Kelson Barros

Espetáculo infantil: Kevin – O Vira Lata
Dias 11 de outubro, quarta às 15h, e 25 de outubro, quarta às 16h.
Gratuito.
Duração: 60 minutos.
Classificação etária: livre.

O espetáculo conta a história de um cãozinho abandonado que busca um novo lar, um novo dono. De maneira poética e bem humorada, ele se relaciona com a dura realidade das ruas: o lixo, as pulgas, o frio e a falta de comida. Kelvin – O Vira Lata busca levar ao público uma mensagem lúdica de amor e esperança, que pode ser compreendida pelo gesto, pela mímica e pela dança do personagem.

Ficha técnica:
Elenco: Léo Mologni | Concepção: Cia. MoviMente  | Roteiro: Léo Mologni  | Direção: Helena Figueira | Produção: Felipe Junqueira

Espetáculo infantil: Dança por correio
Dias 18 de outubro. Quarta, às 15h.
Gratuito.
Duração: 60 minutos.
Classificação etária: livre.

Dança por correio expressa o desejo de comunicação com os transeuntes, viajantes de sua própria cidade e turistas. A coreografia aborda a vida dedicada ao trabalho e à busca pelo conforto e utiliza os corpos dos intérpretes criadores para traduzir as sensações de um “ser urbano”. No espetáculo, o público escolhe uma carta e, a partir dessa escolha, determina o que será dançado. A intenção é interferir nos fluxos cotidianos, na paisagem urbana, transformando o trajeto das pessoas e diluindo a arte no cotidiano.

​Ficha técnica:
Direção Geral: Márcio Greyk | Intérpretes criadores: Danilo Nonato, David Xavinho, Márcio Greyk, Guilherme Nobre, Igor Souza e Eddie Guedes

Espetáculo adulto: Ladrão
De 5 a 8 de outubro | De quinta a sábado, às 19h. Domingo, às 18h.
Ingressos: R$ 10 (meia-entrada: R$ 5) – Cartões não são aceitos
A bilheteria abre uma hora antes do espetáculo.
Duração: 60 minutos.
Classificação etária: livre.

Ladrão propõe uma reflexão sobre o comportamento humano e aborda o impasse dos momentos racionais e irracionais que são impulsionados pela emoção. De que lugar se deseja fazer parte? Que espaço de relações está sendo construído? Que ações cada indivíduo reforça e produz? A serviço de que o espetáculo é concebido? Com base nesses questionamentos e em depoimentos colhidos em pesquisas anteriores, o grupo Zumb.boys sentiu a necessidade de transformar o tema “ladrão” em uma reflexão física. Para isso, pesquisou contextos sociais, emoções e sentimentos, como amor, ódio, medo e solidão. O espetáculo investiga as sensações e estratégias para cada furto ou golpe: o modo de pensar, a escolha da vítima, o medo do inesperado e o arrependimento.

Ficha técnica:
Direção geral: Márcio Greyk | Intérpretes criadores: Danilo Nonato, David Xavinho, Márcio Greyk, Guilherme Nobre, Igor Souza e Eddie Guedes

Espetáculo adulto: Dos olhares nasce o grito
De 12 a 15 de outubro | De quinta a sábado, às 19h. Domingo, às 18h.
Ingressos: R$ 10 (meia-entrada: R$ 5) – Cartões não são aceitos
A bilheteria abre uma hora antes do espetáculo.
Duração: 60 minutos.
Classificação etária: livre.

Dos olhares nasce o grito relata, por meio do corpo, um estado de subversão do jovem periférico, que traz consigo uma estética marginalizada pela sociedade. O trabalho parte da pergunta: “O que é ser suspeito dentro de um corpo social?”. Os integrantes do Núcleo Iêê transmitem emoções inspiradas em situações vividas, depoimentos e relatos. O espetáculo combina técnicas de dança contemporânea com a luta capoeira. A trilha sonora, executada ao vivo, é composta de músicas populares brasileiras e ritmos africanos. As poesias propõem uma forma de comunicação direta, fazendo com que dança, música e poesia se encontrem.

Ficha Técnica:
Direção: Rafael Oliveira | Intérpretes criadores: Alex Araújo, Fernando Ramos, Juliana Farias, Rafael Oliveira, Rafi Souza e Lion de Oliveira | Músicos: Tiago Penalva e Wesley Bahia | Iluminadora: Yasmin Santos | Operador de som: Jeferson Matheus | Assistente de produção: Victor Almeida

Espetáculo adulto: Yebo
Dias 19 e 20 de outubro | Quinta e sexta, às 19h.
Ingressos: R$ 10 (meia-entrada: R$ 5) – Cartões não são aceitos
A bilheteria abre uma hora antes do espetáculo.
Duração: 60 minutos.
Classificação etária: livre.

Em Yebo, o grupo Gumboot Dance Brasil aborda a exploração do trabalho nas minas e a espera das mulheres por seus maridos, durante a temporada. No interior dos túneis, onde os homens extraem da terra o mineral depositado em camadas de vida que já se foram, há um mundo que se desenvolve e constrói sua própria linguagem: um dialeto sonoro criado a partir das batidas nas botas de borracha. O grupo se pergunta que semelhanças pode haver entre um homem da África do Sul, recrutado para trabalhar numa mina de ouro em uma situação que se assemelha ao trabalho escravo, e um homem brasileiro, que sobe na carroceria de um caminhão com uma promessa de trabalho que é só uma esperança. Há outra forma de escravidão: a vontade de construir uma vida melhor, de manter-se vivo e dar provento aos seus. Estamos todos ligados por esse sentimento de esperança.

Ficha Técnica:
Direção geral: Rubens Oliveira | Direção musical: Lenna Bahule | Pesquisa e argumento: Rubens Oliveira | Elenco: Danilo Nonato, Diego Henrique, Fernando Ramos, Lenna Bahule, Munique Mendes, Naruna Costa, Rafael Oliveira, Rubens Oliveira, Samira Marana, Silvana de Jesus e Washington Gabriel | Músicos: Eduardo Marmo e Mauricio Oliveira | Produtor: Kelson Barros

Espetáculos adultos: Bota a cara no sol e Vira Lata
Dias 21 e 22 de outubro | Sábado, às 19h, e domingo, às 18h.
Ingressos: R$ 10 (meia-entrada: R$ 5) – Cartões não são aceitos
A bilheteria abre uma hora antes do espetáculo.
Duração: 60 minutos.
Classificação etária: 12 anos.

“Bota a cara no sol” é uma expressão que se tornou viral nas redes sociais em 2015 e substituiu o jargão “sair do armário”. Em uma brincadeira virtual, milhares de pessoas gravaram vídeos para afirmação da identidade e, principalmente, da opção sexual. Além desse fato midiático, o bailarino e coreógrafo André Liberato apresenta seus questionamentos sobre o que é a “verdade” e as diferentes maneiras de apropriação dessa palavra. Para Nietzsche, por exemplo, a verdade é um ponto de vista. Mas para a filosofia de René Descartes, a certeza é o critério da verdade. Já para Aristóteles, uma frase é verdadeira quando diz que “o que é é” ou que “o que não é não é”. Liberato, por sua vez, prendeu-se à verdade subjetiva, também chamada de verdade individual, derivada da lógica aristotélica, que diz que “a verdade de um nem sempre é a verdade do outro, por isso, verdade não é realidade, mas o modo como uma pessoa vê o mundo.” Sob a luz das questões de gênero e envolto pelo movimento da pop art, o solo questiona os grupos que se sentem proprietários de uma certeza absoluta e se julgam capazes de guiar pessoas obedientes e sem voz própria.

O termo “vira lata” significa “animais sem raça definida”. Essa expressão deriva do fato de muitos desses animais, quando abandonados, serem vistos andando famintos pelas ruas, revirando latas de resíduos a procura de algum tipo de alimento. No solo Vira Lata, o bailarino e coreógrafo Tiago Oliveira faz uma analogia dessa situação com a desigualdade social: na ausência de seus direitos cívicos, o ser humano é tratado como bicho. A corda e a focinheira, utilizadas como elementos cênicos, fazem alusão ao controle imposto pelo sistema social em que vivemos. O espetáculo apresenta uma reflexão social, demonstrando as diferenças de classe e a existência de pessoas excluídas.

Ficha Técnica (Bota a cara no sol):
Criador intérprete: André Liberato | Trilha sonora: André Liberato | Direção dramatúrgica e iluminação: Thiago Piquet | Figurino: Fabiana Nunes | Ilustrações: Giovani Tozi

Ficha Técnica (Vira Lata):
Criador intérprete: Tiago Oliveira

Espetáculo adulto: Concreto: trabalho de pesquisa em processo
De 26 a 29 de outubro | De quinta a sábado, às 19h. Domingo, às 18h.
Ingressos: R$ 10 (meia-entrada: R$ 5) – Cartões não são aceitos
A bilheteria abre uma hora antes do espetáculo.
Duração: 30 minutos.
Classificação etária: livre.

O projeto, com movimentação de dança flamenca, é inspirado no livro de Georges Perec Tentativa de esgotamento de um local parisiense, obra que revela a experiência contemporânea de um voyeur urbano, contemplador e narrador da cidade. Nos dias 18, 19 e 20 de outubro de 1974, Perec permaneceu na praça de Saint-Sulpice, em Paris, anotando tudo o que via. Com essa proposta, o autor transformou os acontecimentos cotidianos da rua em um texto composto de: fotografias escritas, um catálogo de ações, gestos e imagens, uma lista de fatos insignificantes da vida cotidiana. Nos primeiros 30 minutos do espetáculo (primeira investigação), o caminho coreográfico escolhido, assim como na narrativa de Perec, não tem regras, cadência ou hierarquia. A movimentação flamenca é construída para além da estética e estrutura do flamenco tradicional. A inspiração dos gestos vem da experiência do ordinário, do simples, daquilo que acontece quando nada acontece e da poesia que transborda dessa realidade banal e cotidiana. A coreógrafa Ale Kalaf repete a experiência de Perec, 43 anos depois, em três locais da cidade de São Paulo, ou seja, fica três dias inteiros observando e anotando tudo o que vê. A partir dessa vivência, inicia a segunda parte da pesquisa para 2018, estabelecendo a relação entre os dois momentos, entre os indivíduos e suas cidades, e observando essa realidade que nos escapa.

Ficha Técnica:
Concepção, coreografias e direção: Ale Kalaf | Bailarinas: Carolina Corrêa, Carla Labaki, Renata Sucupira, Gisele Lemos, Katia Merlino, Juliana Almeida, Gabriela Lourenção, Céline Costa e Fernanda Viana | Iluminação: Marcos Diglio | Figurinos: Maria Cajas por D’Cajas – Vestuário cênico & taylormade | Edição de trilha sonora: Rubens Macedo | Produção: Rafael Marum

Performance: Às vezes sinto que não me reconheço
Dias 14 e 15 de outubro | Sábado, às 18h30, e domingo, às 17h30.
Gratuita
Duração: 10 minutos.
Classificação etária: livre.

O espetáculo aborda a busca por novas sensações, a possibilidade de não mais sentir e a procura por uma definição. Reconhecer-se é conflituoso, mas, às vezes, sentimos que nem nos reconhecemos.

Ficha técnica:
Coreógrafo: Anderson Machado | Bailarino: Guilherme Maciel.

Intervenção: A mulher na dança urbana
Dias 28 e 29 de outubro | Sábado, às 18h30, e domingo, às 17h30.
Gratuita
Duração: 60 minutos.
Classificação etária: livre.

A atividade traz à tona a força feminina e o empoderamento das mulheres dentro da cultura Hip Hop, por meio da linguagem das Danças Urbanas. A partir de células coreográficas, solos e depoimentos, são trabalhadas as particularidades de cada integrante, transbordando a personalidade e as vivências de cada uma.

Oficina: Dança de salão
De 5 a 26 de outubro | Terças e quintas, às 14h
Dia 28 de outubro | Sábado, às 15h
Gratuita
Duração: 120 minutos.
Classificação etária: livre.

Oficina: Dança contemporânea
De 13 a 27 de outubro | Sextas, às 14h
Gratuita
Duração: 120 minutos.
Classificação etária: livre.

Oficina: Dança afro-brasileira
De 7 a 28 de outubro | Sábados, às 10h
Gratuita
Duração: 180 minutos.
Classificação etária: livre.

Oficina: Dança urbana
De 9 a 23 de outubro | Segundas, às 19h
Gratuita
Duração: 120 minutos.
Classificação etária: livre.

Oficina: Dance Ability
Dias 23 e 25 de outubro | Segunda e quarta, às 14h
Gratuita
Duração: 180 minutos.
Classificação etária: livre.

Jam session: Contato improvisação
Dias 21 e 29 de outubro | Sábado, às 15h, e domingo, às 14h.
Gratuito
Duração: 180 minutos.
Classificação etária: livre.

Jam session: Danças brasileiras
Dias 22 de outubro | Domingo, às 15h.
Gratuito
Duração: 120 minutos.
Classificação etária: livre.

Projeto Plurais de Dança – Baile Soluções Culturais

Contemplado no Edital de Ocupação da Sala Renée Gumiel 2017
Complexo Cultural Funarte SP
(Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos)

Mais informações:
(11) 3662-5177
funartesp@gmail.com

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