O Acervo Sergio Britto Digital agora se encontra à disposição do público para consulta no Portal da Funarte. Doado pela família do ator, é composto por milhares de fotos e matérias de jornais, programas de espetáculos, além de vídeos e DVDs, que foram reunidos por Sergio Britto ao longo de sua vida. Incorporado ao Centro de Documentação e Pesquisa da Funarte (Cedoc), que já possui uma parte dos arquivos de Britto doada pelo próprio artista, o acervo digital constitui grandiosa contribuição por se juntar à existente e disponibilizar a documentação totalmente tratada – catalogada e digitalizada em uma base de dados –, para acesso imediato de pesquisadores e estudiosos.
Os registros da obra de Sergio Britto vão desde o Teatro Universitário, quando ele atuou em Romeu e Julieta (1945), de William Shakespeare, até seu último espetáculo como ator, Recordar é Viver(2011).
Fazem parte do acervo fotos do Grande Teatro Tupi, popularmente conhecido como o Grande Teatro de Sergio Britto – programa que levou cerca de 400 peças, de grandes autores mundiais e nacionais, à tela do extinto canal de televisão (TV Tupi) e que projetou para a fama atores como Ítalo Rossi, Fernanda Montenegro, Nathalia Timberg, entre outros.
Estão lá também os últimos trabalhos do ator, como o sucesso de público e crítica A última gravação de Krapp e Atos sem Palavras I (2009), dois textos de Samuel Beckett encenados por Britto aos 85 anos, no espetáculo que lhe valeu todos os prêmios como melhor ator, incluindo o Prêmio Shell – um dos mais prestigiados do teatro – e o Prêmio Faz a Diferença. Além do último trabalho do ator,Recordar é viver (2010), de Hélio Sussekind, no qual dividiu o palco com Suely Franco. O acervo também traz referências antigas como a montagem La Traviata (1974), além de fitas VHS e DVDs de espetáculos teatrais e entrevistas. O destaque entre os vídeos fica por conta das edições do programaArte com Sergio Britto, da EBC/TV Brasil, que recebeu nomes importantes das artes brasileiras, discutindo o passado, o presente e o futuro das artes cênicas nacionais.
Em 65 anos de dedicação às artes, o ator e diretor Sergio Britto (1923-2011) reuniu e conservou em sua casa, em Santa Teresa, bairro central do Rio de Janeiro (RJ), parte da memória do teatro e da televisão brasileiros. Trata-se de um acervo de inestimável valor cultural, entre filmes, fotos, impressos, jornais e manuscritos. Com o patrocínio da Petrobras, do Governo do Rio de Janeiro, da Secretaria de Estado de Cultura (SEC) e da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro, o material teve todos os itens organizados e digitalizados por meio do Projeto Sergio Britto Memórias.
Capitaneado por Marília Brito, sobrinha do ator que assumiu a responsabilidade pela guarda do material, quando o estado de saúde do tio se agravou, em 2011, o acervo, físico e digital, inicialmente, esteve sob a guarda do Instituto CAL de Arte e Cultura, devido à relação de Sergio com a escola de teatro e, também, a fim de garantir a sua manutenção e o acesso ao público, especialmente para os estudantes em formação. “Coordenar o Projeto Sergio Britto Memórias – Acervo foi um compromisso assumido com o meu tio Sergio. Ele foi, sem ter essa intenção, um grande arquivista. Guardava tudo. Não só o que fez, mas também o que via e o que lia. Ele queria que as pessoas tivessem acesso a isso”, conta Marília. Ela também disse que o acervo físico foi doado ao Instituto CAL de Arte e Cultura, que tem Sergio Britto como um de seus fundadores, sendo o grande parceiro de Sergio Britto e da família Brito.
Marília explicou que a iniciativa da família em doar o acervo digital para a Funarte veio a partir da relação estreita do artista com a instituição. “Tivemos certeza disso, quando fomos informados pelo pessoal do Cedoc, durante o desenvolvimento do Projeto Sergio Britto Memórias, que Sergio havia doado 2000 fotos do Grande Teatro, fotos essas que ainda não haviam sido trabalhadas pela Funarte. Desde então, desenvolvemos, eu e Renata Brito, sobrinha neta do Sergio, que respondeu pela organização do Acervo e coordenação da pesquisa e alimentação do Acervo Sergio Britto Digital, uma parceria com a Funarte. Posteriormente, contando com parceiros e amigos da Funarte, que gostaríamos de destacar – Antonio Gilberto, Oswaldo Carvalho, Guti Fraga (então presidente da Funarte) e Filomena Chiaradia, foi produzido pelas Edições Funarte o livro “Memória a Dois”, quarto livro de Sergio Britto em coautoria com Paulo Brito.”
Marília ressaltou que o objetivo maior da família do ator sempre foi o de preservar sua memória, e permitir o acesso ao público do acervo reunido por ele, durante mais de meio século que o grande artista dedicou às artes. “Na democratização desse Acervo para pesquisadores, estudantes de arte, entre outros, a Funarte se apresentou como a melhor alternativa técnica através do Cedoc. É de grande relevância informarmos que o Acervo Sergio Britto Digital poderá ser pesquisado através do site da Funarte, dando uma grande abrangência e visibilidade à memória de Sergio Britto”, disse Marília.
O presidente da Funarte, Stepan Nercessian – profissional de teatro e televisão como Britto –, frisou a importância do legado do ator e diretor estar agora sob a guarda do Cedoc/Funarte: “O Sergio Brittoem vida era um acervo rico, generoso e fundamental na história do teatro brasileiro. E é certo que seu legado, agora na Funarte, continuará o trabalho que fazia em vida: ensinar, servir, ensinar.”
A diretora do Centro de Programas Integrados (Cepin), Maristela Rangel, ao qual o Cedoc é vinculado, se declarou “muito feliz com essa aquisição histórica”: “O acervo digital de Sergio Brittofoi uma grande aquisição para a Funarte, e se junta com outros também de relevância histórica no campo das artes. É a Funarte cada vez mais se destacando no campo da preservação e guarda da memória nacional das artes. Agradeço a confiança da família em escolher a Funarte, em especial à Marília Brito que soube honrar a memória deste grande ator e diretor de teatro, um homem múltiplo e com uma sabedoria ímpar.”
Disponível no link abaixo, o Acervo Sérgio Brito Digital poderá ser consultado por pesquisadores, estudantes, amantes das artes e o público que sempre prestigiou o trabalho do artista, seja no teatro ou na televisão, tendo um contato mais próximo com a importante trajetória deste grande ator e diretor, que se mistura com a história cultural do nosso país.
O Cedoc/Funarte
O Centro de Documentação e Pesquisa da Funarte tem um acervo composto por uma numerosa coleção de livros, além de sete coleções bibliográficas especiais e da coleção de Obras Raras. Além de um conjunto variado de periódicos nacionais e estrangeiros, um banco de textos teatrais dos mais completos do país, partituras musicais, teses, dissertações e dossiês temáticos muito utilizados por pesquisadores, estudantes e grupos artísticos de todo território nacional e internacional. Seu acervo audiovisual é constituído por negativos, fotos, cartazes, cartões-postais, gravuras, croquis de renomados cenógrafos e figurinistas brasileiros. A coleção de multimeios inclui CDs, CD-ROMs, DVDs, minidvs, fitas cassete, rolo, betacam, discos em vinil, vídeos e outras mídias.
O Cedoc mantém, ainda, sob sua guarda, uma volumosa quantidade de arquivos privados de grandes nomes da cultura brasileira, muitos confiados à Funarte e às instituições que a antecederam por seus proprietários ou herdeiros, e representam um valioso espólio da memória artística e cultural brasileira. Sendo esta uma das formas de alimentação do acervo, o que o torna uma preciosa fonte de informação, muito procurado por estudantes e pesquisadores de todo Brasil e também do exterior.
O Centro de Documentação e Pesquisa da Funarte está localizado na Rua São José, nº 50, no Centro do Rio de Janeiro (RJ). O acesso ao seu acervo pode ser em visitas ao espaço e pela internet através do Portal das Artes e sua base de dados.
Acervo Sérgio Brito Digital
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Mais informações para o público
Funarte – Centro de Documentação e Pesquisa (Cedoc) – Biblioteca:
bibli-cedoc@funarte.gov.br