A Fundação Nacional de Artes – Funarte/Ministério da Cultura lançou, na noite de 19 de abril, no Rio de Janeiro, na Livraria da Travessa – Shopping Leblon, os cinco últimos volumes da Coleção Ensaios brasileiros contemporâneos, com os títulos: Psicanálise, Política, Artes Visuais, Filosofia e Literatura.
Cada livro da série aborda uma área de conhecimento. Cada um dos volumes foi organizado por nomes reconhecidos em cada área abordada. A coletânea de antologias tem como objetivo apresentar um panorama inédito da produção ensaística contemporânea brasileira, em campos distintos do saber.
O presidente da Funarte, Stepan Nercessian, comenta que deu continuidade ao projeto dos Ensaios brasileiros contempâneos, não somente por ser este um compromisso já da Funarte, como também por ter verificado a importância do gênero ensaio e dos textos para a arte do Brasil. A coleção foi dirigida pelo escritor, professor e pesquisador Francisco Bosco, ex-presidente da instituição.
O volume Política foi planejado por Wilson Gomes, Fernando Lattman-Weltman e Antonio Engelke; Artes Visuais teve a curadoria de Fernando Cocchiarale, André Severo e Marília Panitz; Filosofia teve como organizadores Pedro Duarte, Luciano Gatti e Ernani Pinheiro Chaves; Literatura, foi coordenado por Frederico Coelho, Marcelo Magalhães e Flávia Cêra; e Psicanálise, contou com a organização de Tania Rivera, Luiz Augusto M. Celes e Edson Luiz André de Sousa.
O livro Artes Visuais recebeu o Prêmio Sérgio Milliet Melhor autor por pesquisa publicada) da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) – mais informações aqui.
A gerente de Edições da Funarte, Filomena Chiaradia, abriu o evento, em nome da Fundação: “Me perdoem se eu me emocionar. A realização desse projeto foi muito bonita, mas muito árdua e especial, porque encerra um ciclo editorial. A Coleção Ensaios brasileiros contemporâneos realinha as Edições Funarte como um potente campo de incentivo às ideias. Creio que seja papel de uma instituição que lida com as artes estar aberta e possibilitar a ampliação dos diálogos entre pensamento e arte. Evidentemente, não se fala desta apenas através de suas linguagens próprias; e um artista não dialoga apenas com seus pares. Assim, a coletânea afina-se com perfeição a uma fundação de artes nacional. Foi um trabalho que quase se tornou uma espécie de “missão” – cumprida, felizmente. É um projeto editorial audacioso, que nos provocou encantamento e que é fundamental para a arte e a cultura do país”, comemorou Filomena.
“Francisco partiu do entendimento de que a produção ensaística brasileira já estava madura a ponto de produzir uma antologia ensaística dessa envergadura; e do quanto era preciso dar a essa produção a visibilidade que ela merece. Foi preciso lidar com uma diversidade enorme de saberes e de autores – quase uma nova pós-graduação! Quero agradecer muito a toda a direção da Funarte, que manteve a continuidade do projeto, apesar de todas as dificuldades; e a todos os colegas dos vários setores de área meio da casa, à Assessoria de Comunicação, à Programação Visual, ao Cedoc e ao Codip – que fez os incríveis “book trailers” de cada volume (no Portal da Funarte); à minha especialíssima equipe da Gerência de Edições: Jacques, Gilmar, Júlio e Drummond; aos editores e consultores de cada volume, e a todos os autores de cada um deles”. E, especialmente, a Francisco Bosco.
O presidente da Funarte, Stepan Nercessian disse que deu continuidade ao projeto Ensaios brasileiros contemporâneos, não somente por já ser este um compromisso da Funarte, como também por ter verificado a importância do gênero ensaio para a arte do Brasil.
Na noite de autógrafos representantes dos curadores de cada livro participaram de uma mesa de apresentação aberta ao público, mediada por Francisco Bosco. Nela estavam Fernando Cocchiarale e Marília Panitz (com presença do terceiro, André Severo), organizadores do título Artes visuais; Tania Rivera, do tomo Psicanálise; Pedro Duarte, de Filosofia; de Política, Fernando Lattman (com a presença de outro curador, Antonio Engelke), e, do volume Literatura, Frederico Coelho.
Vários dos ensaístas da coleção marcaram presença, bem como outros profissionais das diversas áreas abordadas. Também estavam lá Reinaldo Veríssimo, diretor executivo da Funarte e vários outros servidores da Fundação. Filomena Chiaradia também representou o Centro de Programas Integrados da casa
O organizador da coleção, Francisco Bosco declarou: “É pena que, em minha gestão como presidente da Funarte não conseguimos resolver os entraves burocráticos que sempre dificultaram a circulação dos excelentes livros que a casa, historicamente, produz. É uma tradição de publicações extraordinárias, mas com uma repercussão cultural muito menor do que deveria, por conta de burocracia. Espero que isso se resolva em novas gestões”. Bosco destacou que a série de textos nasceu de uma percepção de que o ensaio, como gênero, no Brasil, chegou a um nível de grande maturidade; e que, para parafrasear Antônio Cândido, existiria um “sistema ensaístico” no país: muitos autores a produzir textos de grande qualidade, em vários campos; publicações especialmente dedicadas a ensaios (acadêmicas e extra-acadêmicas); presença do gênero na imprensa, em veículos culturalmente importantes; e público leitor, na universidade e fora dela (principalmente).
“Não havia no Brasil um esforço de antologizar essa produção, ao contrário do que ocorre em outros países. Isso me parece importante porque, num país de baixíssimo letramento como é o nosso, há uma distância entre a produção teórica acadêmica e o campo geral da cultura. E o ensaio, como gênero, por ser mais destituído de pré-requisitos, entre outros traços próprios, é capaz de ser mediador entre a produção acadêmica e essa esfera cultural mais abrangente”, acrescentou o escritor. Para ele, a coleção aposta no ensaio como estilo capaz de tornar acessível a leitores não familiarizados com o discurso acadêmico uma produção conceitual que traz formulações muito relevantes sobre a realidade brasileira contemporânea – sendo esse o objetivo do trabalho.
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