As artistas Marcela Levi (Brasil) & Lucía Russo (Argentina) convocam bailarinos, atores, performers e/ou músicos, residentes no Chile e maiores de 18 anos, de qualquer nacionalidade, para participar, em novembro, de seu mais recente projeto de criação, contemplado no Fundo de Ajuda para as Artes Cênicas Ibero-americanas (Iberescena) – cujo representante brasileiro é a Funarte.
As inscrições terminam dia 28 de outubro. Os dez artistas selecionados vão integrar a residência de criação da nova peça Sacar la Lengua 1º Ato: Harm-ony, juntamente com os performers brasileiros Ícaro Gaya, Taís Almeida, Tamires Costa e Victor Oliveira. As atividades serão realizadas na Nave – um centro de criação artística e residências, em Yungay, área central de Santiago, Chile. Está previsto um cachê de 300 mil pesos chilenos (líquidos) passagem de ida e volta para dois selecionados de fora da Região Metropolitana – incluindo translados ao aeroporto, na cidade de origem e na capital. Hospedagem e alimentação ficam por conta dos participantes. Eles devem estar disponíveis para o projeto no período de 5 a 25 de Novembro 2018, em horário integral. Performers e músicos devem ter experiência em trabalhos de corpo.
Serão selecionados até 50 participantes para a audição, que ocorrerá de 5 a 7 de novembro e, nos dias 24 e 25, no Seminario Danza, Política y Activismo 2018, o processo terminará, com duas apresentações do trabalho.
A residência tem o apoio da Nave – que pertence à Fundación Patrimonio Creativo (Chile) –; da Fundação Nacional de Artes – Funarte, por meio da Coordenação de Dança (Ceacen); e do Ministerio de las Culturas, las Artes y el Patrimonio (Chile) por intermédio da sua Área de Dança e de sua Unidade Internacional. A realização é da Improvável Produções.
Os interessados devem preencher o formulário de inscrições, no link abaixo.
Sinopse do projeto Sacar la Lengua 1º Ato: Harm-ony
A produção define o projeto da seguinte forma:
“Não há condições de trabalho e as perspectivas não são nada animadoras. A falta de condições não é somente financeira, mas, sobretudo, espiritual. Não há humor, desejo no ar. Ainda assim, como seguir? O que pode ser ainda possível desejar? Como não se vitimizar? Como não responder a essa lamentável situação de forma consequente? Quer dizer, como fugir do lugar de artista/cidadão aplastrado?
Dito de outra maneira, como ‘descaber’, desadequar-se a essa situação? Esse projeto surge para celebrar a inadequação do ‘louco’ – o refugiado da suposta normalidade – e a aparente tolice e torpeza dos bobos da corte. O bobo era quem contava ao rei o que ninguém queria que o rei ficasse sabendo; ele era o espelho de todo o grotesco dos hábitos da corte.
Somente os ‘anômalos’ podem nos apontar outro caminho que não a vitimização e depressão consequentes ao mundo brutal ao qual a suposta normalidade justifica.
É hora de ouvir o que a ‘normalidade’ rechaça, os que nos apontam uma perspectiva outra. Com esse trabalho, abrimos mão de qualquer compromisso com o senso comum e nos propomos a afundar na experiência do que é supostamente descabido, apostando que essa experiência nos informe, ou seja, deforme e transforme.”
Perfil dos participantes
Serão selecionados dez participantes residentes no Chile, ao menos de duas regiões distintas à Metropolitana. Marcela Levi e Lucía Russo informam que os participantes devem ser “gente que goste de jogar o corpo na batalha, que goze em trabalhar forte físicamente, que não se importe de viver, ou seja, se gastar!”, e acrescentam: “A maior parte dos dançarinos quer ser cavaleiro, isso é um problema para o corpo que nosso trabalho demanda. A gente não está cavalgando o próprio corpo. A gente é cavalo…/ Mais interessantes são os corpos (re)movidos por invisibilidades, a nossa dança convoca esses corpos aborrecidos de sua propria imagem e contorno… Há algo disso na ficcão científica, nos desenhos animados, em certos sonhos. (…)/ Para nós essa residência faz parte da procura de uma dança de corpos atrelados ao fora, corpos divertidos (vertido em dois). Aí é que nos toca uma Bjork cantando ‘violently happy’; o eu fraturado de um Rimbaud ou o Nijinsky quando escreve em seu diário: ‘Nós somos ritmos. Os sentidos se situam sempre sob a fronteira, face a face com a onda proliferante da diferença. Não há identidades, apenas ritmos”
Cronograma
Encerramento da convocatória: 28 de Outubro, a 0h.
Resultados – via e-mail: 30 de Outubro
Audição: 5, 6 e 7 de novembro, das 10h às 16h.
Ensaios: 8 a 25 de novembro.
Apresentações: 24 e 25 de novembro às 20h.
Inscrições: os interessados devem preencher a ficha de Inscrição, aqui.
Projeto contemplado pelo Fundo de Ajuda para as Artes Cênicas Ibero-americanas (Iberescena)
Representado no Brasil pela Fundação Nacional de Artes – Funarte
Apoio: Funarte, NAVE e Bisturi Material Hospitalar
Difusão Internacional: Something Great (Berlim)
Financiamento
Ministério das Culturas, as Artes e Patrimônio do Chile – Área Dança e Unidade Internacional
Fondart Nacional – Convocatória 2018
Residências artísticas – Apoio
Centro Coreográfico da Cidade de Rio de Janeiro / Secretaria Municipal de Cultura
Consulado da Argentina no Rio de Janeiro
Espaço Cultural Sítio Canto da Sabiá
NAVE (Chile)
Produção artística e realização: Improvável Produções
Mais informações
Página: http://nave.io/convocatorias/proyecto-sacar-la-lengua-1o-acto-harm-ony-2/
E-mail: info@nave.io