‘Absolvição’ estreia na Funarte SP

Espetáculo 'Absolvição'. Imagem: divulgação.

No dia 6 de julho, o espetáculo teatral Absolvição estreia na Sala Carlos Miranda do Complexo Cultural Funarte SP. A peça segue em cartaz até o dia 28, sábados, às 20h30, e domingos, às 19h. Os ingressos têm preços populares.

Baseado em fatos reais, o espetáculo aborda a história de Daniele Toledo do Prado, presa injustamente pela morte da filha de um ano, por overdose, em 2006. Daniele foi acusada de misturar cocaína na mamadeira do bebê. Reconhecida pelas companheiras de cela, foi espancada, torturada e teve uma caneta introduzida em seu ouvido direito. A mulher passou 37 dias na prisão, até que os exames laboratoriais confirmassem sua inocência. No entanto, ela já havia sido impedida de ir ao funeral da criança. Absolvição acompanha os momentos que Daniele passa na cela de isolamento, onde convive com duas outras mulheres: Dora, militante política engajada em movimentos sociais e feministas, presa e ameaçada por expor grandes esquemas de corrupção, e Lulu, socialite e ex-prostituta de luxo, presa por suspeita de envenenar e matar seu próprio marido, político com um cargo de alto escalão. Juntas, elas tentam sobreviver à prisão, aprendendo o significado do amor, da resistência e da tolerância.

O roteiro da peça foi escrito por Tristan Aronovich a partir de entrevistas realizadas com Daniele. “Conheci Daniele Toledo há alguns anos, pouco depois de seu caso vir à tona por meio da mídia. Absolutamente incrédulo com o que lia, consegui visitá-la pessoalmente no interior de São Paulo e passei longas horas entrevistando aquela mulher que rapidamente transformava-se, para mim, em heroína, guerreira, referência de luta e resistência (e a quem hoje tenho a honra de chamar de amiga). Naquele momento, fiz o que estava ao meu alcance como artista: escrevi um roteiro e passei a me articular para que ele ganhasse vida o quanto antes – levando a trajetória dessa mulher a um número um pouco maior de ouvidos e almas”, conta o autor. Para compor a obra, me inspirei também em outras mulheres: a Dora, que representa aqui toda uma geração de mulheres que entregaram suas juventudes e sonhos em nome de um mundo melhor (militantes e ativistas políticas engajadas nas mais diversas causas humanitárias, de Amparo Araujo, Amelinha Teles e Raquel Cunha até Marielle Franco), e Lulu, que traz ao texto o feminino em polaridade oposta, sem eufemismos ou demagogia”, continua.

O texto também faz alusão às obras Tristeza em Pó, de Daniele Toledo, e Aracelli, Meu Amor, de José Louzeiro. “Nos tempos em que vivemos, o teatro não pode mais ser somente uma casa para observadores, espectadores passivos de tragédias protagonizadas por contadores de histórias”, afirma Aronovich. “Podemos convidar o público a ocupar a desconfortável posição de testemunhas, e, com isso, encorajá-lo a agir, a engajar, a transmutar a simples contemplação e apreciação em ações transformadoras. Além de encantar e entreter, o teatro tem a capacidade de transformar almas, mentes e sociedades”, completa o autor.

Sala Carlos Miranda – Complexo Cultural Funarte SP
(Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos)

Espetáculo: Absolvição
De 6 a 28 de julho. Sábados, às 20h30, e domingos, às 19h
Ingressos: R$ 30 (meia-entrada: R$ 15) – Cartões não são aceitos
A bilheteria abre uma hora antes do espetáculo.
Duração: 60 minutos. Classificação etária: 16 anos.

Ficha técnica:
Texto e direção: Tristan Aronovich | Elenco: Paola Rodrigues, Luciana Stipp, Renata Bozzy e Iza Neiva | Participação: Janna Julian | Assistência de direção: Malu Aragão | Direção de arte: Kamila França | Iluminação e trilha sonora: Tristan Aronovich | Produção: LAFilm

Mais informações:
(11) 3662-5177
(11) 3822-5671 (bilheteria – abre uma hora antes dos espetáculos)
funartesp@gmail.com

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