Dança afro-brasileira agita Teatro Cacilda Becker neste fim de semana

Entre Rios e Baías. Foto: divulgação

O Teatro Cacilda Becker apresenta, de sexta a domingo (29 e 30/11 e 1º/12), o Seminário Territorial de Danças Afro-Brasileiras “Entre rios e baías”. O objetivo é promover a troca de conhecimentos, experiências e vivências teórico-práticas da cultura corporal por meio de oficinas, rodas de conversa, documentários e espetáculos. Idealizado pelo coletivo D.N.A.E. – Dança Negra Arte e Educação, o projeto leva em conta o que uma comunidade é capaz de expressar simbolicamente e propõe reflexões sobre o legado, a resistência e as novas tecnologias que envolvem a cena contemporânea com base no afro-centrismo.  O coletivo é formado por Álvaro Santos, Carlos Ujhama, Eliete Miranda, Leda Ornellas e Vera Lopes.

Artistas e acadêmicos participam da programação, que traz o nascimento da dança afro-brasileira nos anos 50/60 na cena artística do Rio de Janeiro e da Bahia e os caminhos percorridos pelo corpo negro em dança até a atualidade. Além disso, o seminário visa refletir sobre a dança educação como instrumento de cidadania nas escolas e na sociedade.

As oficinas dialogam entre si envolvendo o corpo negro, sua estética e performances. É nessa troca de experiências práticas e teóricas que se busca estimular a criatividade para a elaboração de novas metodologias e produções artísticas no campo da dança e das linguagens cênicas afro-contemporâneas. Os professores/oficineiros são bailarinos pesquisadores, coreógrafos e agentes populares. Os espetáculos de dança complementam as atividades e quem participa das oficinas ganha um ingresso para a montagem da noite.

SERVIÇO

Programação acadêmica
Entrada gratuita

Oficinas
Ingressos: R$ 10
Inscrições no local, até 30 minutos antes do início da oficina
Obs. Inscrição em uma oficina do dia dá direito a ingresso para assistir ao espetáculo da noite
Pessoas com deficiência têm gratuidade nas oficinas.

Espetáculos
Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)
Local: Teatro Cacilda Becker
Rua do Catete, 338 – Catete – Rio de Janeiro

PROGRAMAÇÃO

Dia 29 de novembro (sexta feira)
No primeiro dia do projeto serão apresentadas as matrizes originárias da dança afro-brasileira no Rio de Janeiro e na Bahia – Mestra Mercedes Baptista e Mestre King, suas linhas de atuação, seus discípulos, desdobramentos e a amplitude artística que essa expressão alcançou internacionalmente.

15h – Abertura artística
O nascimento da dança afro-brasileira/diálogos entre Rio de Janeiro e Bahia Com Mercedes Baptista e Mestre King: consciência e resistência

Vídeo Institucional – UFBA
Isaura de Assis, Carlos Negreiros, Jurandir Palma, Charles Nelson, Paulo Melgaço, Carlos Ujhama, Leda Ornellas, Eliete Miranda, Álvaro Santos

17h às 19h50 – Roda de Conversa
Matrizes estéticas nas artes cênicas brasileiras, com João Carlos Ramos, Daniele Anatólio, Tatiana Damasceno, Cátia Costa, Denise Zenícola, Luiz Monteiro, Carmem Luz.
Mediação: Coletivo D.N.A.E.

20h – Espetáculos

1 )  10’ – ‘Esvair’ – com Veronica Gomes
Sinopse: “O Corpo se Esvai num piscar de olhos. Seu tempo é o seu corpo. Ele se esvai a cada segundo”  (Ademar Ribeiro)
Verônica Gomes: pesquisadora, intérprete, performer, coreógrafa, professora em técnicas circenses, com o foco no aéreo. Atuou na Cia Brasileira de Mysterios e Novidades, Cia Horizontal de Arte Pública e na Cia de Dança Aérea.

2) 10’ – ‘Pedaços’ – Coletivo Aláfia – Escola Martins Penna
Sinopse: Diálogo entre as tradições africanas e a contemporaneidade da diáspora. “Odus” – Caminhos traçados em universos paralelos à realidade que nos cerca… em busca de si mesmo.
Coreografia: Allan Ribeiro, bailarino, coreógrafo, professor de dança afro-brasileira. Conhecimentos específicos em dança contemporânea, dança moderna, expressão corporal, dança popular, habilitação musical, dança-teatro, composição coreográfica, arte educação.
Intérpretes-criadores: Bruna Lopes, Lavinia Lima, Rayane Lucia, Gabryela Borges ,Thuca Soares, Allan Torres, Leticia Lira.

3)  15’ – “Sambiguidade” – (Ginga – Poética Preta), com Cátia Costa e Mestre Casquinha
Sinopse: Ritual Cênico na Ginga da Capoeira. Vida e morte dialogam incessantemente no balançar, no sacudir de corpos atravessados pela diáspora, que atravessa nosso olhar, nossa respiração, nossa cabeça, nosso coração… Pisar com força a terra. Ressignificar a presença. Reexistir. Resistir . “Escorregar não é cair, é o jeito que o corpo dá”.
Sobre Catia Costa: artista, performer, professora de teatro, diretora teatral, preparadora corporal e diretora de movimento. Formação Acadêmica em Letras UERJ/SG e Artes Cênicas Unirio/RJ. Trabalhou nas companhias Bonobando, Nuances Dança Teatro, Confraria do Impossível, Pedras. Diretora de Movimento das peças: O E, Encontro de Malcon X e Martin Luther King, Esperança na Revolta, Eu, Amarelo.
Sobre Mestre Casquinha: mestre de Capoeira desde 1981, tendo se iniciado aos 13 anos. Preparação de ator para o espetáculo Besouro Cordão de Ouro (dir. João das Neves)

4) 20’ – “Jogo de guerreiros no caminho” – NUDAFRO – Cia de Dança Contemporânea – UFRJ
Sinopse: Licença porque precisamos falar! Falar sobre saberes e acontecimentos que norteiam as nossas vidas. “Sou essa pele, esse cheiro, esse beiço grosso, esse cabelo na medida exata. Sou o humano preto, amarelo, roxo, o branco e o azul dos ancestrais”.
Direção: Tatiane Damasceno, artista pesquisadora das artes da cena. Professora nas graduações e pós-graduação em dança da UFRJ. Coordenadora da NUDAFRO – Cia. De Dança Contemporânea e do Curso de Bacharelado em Dança da UFRJ.

Dia 30 de novembro (sábado)
No segundo dia do evento, as oficinas visam fazer compreender os caminhos que a dança afro-brasileira como arte educação contribuiu e contribui para fortalecer a lei 10.639/2003, e ser desenvolvida como um instrumento de combate ao racismo em nossa sociedade.

OFICINAS
13h às 14h – Dança afro – técnica de Mercedes Baptista, com Charles Nelson

14h às 15h30 – A arte de dançar afro, com Eliete Miranda

15h às 17h – Dança afro-contemporânea, com Álvaro Santos

17h às 19h50 – Roda de Conversa: Arte educação, perspectiva das práticas da dança afro-brasileira – Aplicação da Lei 10.639/2003.
Com Kátia Gualter (UFRJ), Sandra Mascarenhas (Faculdade Angel Vianna), Priscila Maria de Barros (Faetec – Adolpho Bloch) e Pedro Bárbara (Escola Municipal Mario Paulo de Brito). Mediação:Profª Dra. Ignez Calfa

ESPETÁCULOS

1) 10’ – ‘ARA’ – Cia Corpo Contemporâneo de Sonhos Bárbaros
Sinopse: Uma pesquisa rasurada sobre Corpos Contemporâneos e suas relações com a memória ancestral afro-diaspórica.
Direção e Coreografias: Pedro Bárbara.
Assistência de coreografia: Gabriel Antonio
Produção: Mayara Nascimento e Luiz Felipe Gomes
Dramaturgia: Esther Mallik
Figurinos: Davi Paixão
Fotografia: Samuel Quadra
Intérpretes-criadores: Ana Beatriz Ribeiro / Ana Júlia Odilon/Flávia Isadora / Gabriel Antonio / Gustavo Nascimento / Hillary Reis /Ingrid Moraes /Jhuan Martins /João Eduardo / Laís Alves/ Letícia Arantes / Lohraine Victória / Thaís Santos / Thayrine Ramos / Vinícius Maulaz.

2 ) 20’ – ‘Vozes de nós’, com Aline Valentim – solo
Aline Valentim é bailarina, professora e coreógrafa, é referência na dança afro-brasileira e nas danças regionais brasileiras como maracatu, coco, ciranda, afoxé, cavalo marinho, jongo e samba reggae. É integrante do grupo Rio Maracatu e diretora da companhia Babalakina de dança afro contemporânea.

3) 10’ – ‘Embala Mãe’
Sinopse: Sensibilizar as ligações dos tempos. Reconexão ancestral da artista/intérprete e a vivência de sua ida(retorno) a África, mãe áfrica.  Uma homenagem às ,mães – ÁFRICA e sua mãe, Maria Aparecida, que compartilhou dessa viagem com a filha. Uma arte potente e sutil em um Ninar, tal qual as batidas do coração de seus fazeres artísticos.
Intérprete: Dandara Patroclo
Coreografia: Elton Sacramento

4) 10’ – ORIKI’– Coletivo MUANES Dança teatro
Sinopse: “Naquele tempo atravessava a rua um tipo de estranha ginga, pele e palavra morenas, movimentos felinos, luz negra em olhos de gato. Posso vê-lo no meu sonho, jamais tocá-lo, não falo a sua língua, ele entende a minha me mostra a fronteira entre o desejo e o mundo e leva o desejo, como uma bandeira erguida, em meu sonho posso vê-lo e nas festas da vida.”
Direção: Denise Zenícola
Intérpretes: Gika Alves e Edmilson Almeida.

5) 20’ – ‘Mistura e manda’ – Cia Aérea de Dança
Sinopse:  Nesta versão, o espetáculo apresenta a arte do samba em narrativa poética, aprofundando e desenvolvendo a figura central do malandro carioca, na sua versão emblemática, associada ao universo do sambista, assumindo uma feição mais espelhada da população urbana das grandes cidades brasileiras, especialmente do Rio de Janeiro. A dança, as músicas e os ritmos das diversas facetas do malandro são a expressão da permanência dessa mitologia na cultura brasileira. ‘Mistura e Manda’ tem a ousadia de coreografar aquilo que é instintivo e espontâneo. E é essa tentativa que faz grande passagem do meramente folclórico para o artístico. Da chama inconsciente para o ato cultural. (Aldir Blanc).
Direção e coreografia: João Carlos Ramos
Dançarinos: Eric Celestino, Fabio Pergentino, João Carlos Ramos, Jorge Candido, Michelle Reis e Wallace Araújo

Dia 01 de dezembro (domingo)
O terceiro dia de evento é sobre a ação, a reflexão e a visibilidade alcançada com as produções dos jovens encenadores, e o que estão construindo no século XXI a partir da herança artístico-cultural recebida. “Que caminhos queremos fortalecer e expandir como poética e metodologias na nova cena contemporânea”.

OFICINAS
13h às 14h – Samba Dança, com João Carlos Ramos

14h às 15h30 – Dança Afro-Brasileira – uma abordagem prática e teórica, com Leda Ornellas

15h30 às 17h – Oficina AFROSSÁ – Danças populares afrosoteropolitanas, com Carlos Uhjama

17h às 20h – Roda de conversa com jovens encenadores: Aline Valentim, Sol Miranda, Tatiane Henriques, Ludmilla Almeida,Flavia Souza, Rodrigo Nunes,Shirlene Cristina, Tatiana Tibúrcio, Elton Sacramento.
Mediação: Hágata Pires

CELEBRAÇÃO
20h às 21h – Rodas do Corpo Brincante

1) Angoma – Jéssica Castro – solo
Jéssica Castro – vivências de corpo e diálogo sobre o movimento do Jongo e suas dinâmicas orais e práticas. Danças Negras e seminários de protagonismo afro-ameríndeo.

  • Coco de Pernambuco, Cavalo Marinho e Maracatu – Sémada Rodrigues e Ed de Pernambuco
  • Jongo da Serrinha – Jéssica Castro /Pedro Bárbara
  • Afoxé – Carlos Uhjama, Leda Ornellas, Eliete Miranda, Álvaro Santos

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