Como parte da programação do projeto Bossa Criativa – Arte de Toda Gente, a Fundação Nacional de Artes – Funarte, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, promove a Oficina de Viola, com os músicos Daniel Miranda e Marcus Ferrer. A série de videoaulas é dividida em dez módulos e pode ser acessada gratuitamente no site www.bossacriativa.art.br.
Violeiro, violonista, compositor e professor, o carioca Marcus Ferrer integrou grupos como a Orquestra de Cordas Brasileira, da qual foi um dos fundadores, e Camerata Brasil, além de ter acompanhado artistas, como Ney Matogrosso, Gal Costa, Zeca Pagodinho e Martinho da Vila, entre outros. Participou, como compositor, de diversas edições da Bienal de Música Brasileira Contemporânea, da Funarte.
No Bossa Criativa, ele se reveza nos módulos da oficina com o também violeiro Daniel Miranda, abordando diversos temas. “Alguns assuntos são mais gerais, como afinações, escalas e acordes; e outros mais específicos, como dinâmica, timbre e técnicas de mão direita”, comenta. Os vídeos, segundo Marcus, foram feitos pensando no músico iniciante na viola, embora o conteúdo possa interessar também aos que já tocam e têm interesse em ampliar seus conhecimentos.
Cebolão, Rio Abaixo, Boiadeira e Paraguaçu são alguns dos muitos nomes dados às diferentes formas de afinar a viola de dez cordas, de acordo com a região do Brasil em que são mais usadas. E é justamente da afinação do instrumento que trata, por exemplo, o segundo módulo da oficina. “Espero que agrade ao público e que todos possam aproveitar as informações nas suas práticas violeiras”, diz Marcus.
Geógrafo e músico, Daniel Miranda tem realizado, ao longo de sua carreira, inúmeros concertos e workshops no Brasil, Estados Unidos e em países como Bélgica, Marrocos, Egito, Argélia e França, além de ter trabalhado como pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Em 2016, junto ao bandolinista Paulo Sá, formou o Duo Barroqueando. Daniel afirma que se sente orgulhoso por poder participar do Bossa Criativa. “É um projeto fundamental para diminuir as iniquidades no acesso à cultura no Brasil. Tenho um grande orgulho cidadão de fazer parte deste lindo projeto”.
Daniel revela que, no início, quando começou a gravar os vídeos para o projeto, estranhou o fato de estar sozinho diante de uma câmera. “A diferença entre esta oficina e as apresentações que costumo fazer em teatros e salas de aula é que, agora, preciso imaginar o público e sonhar com a interação entre artista e plateia. Mas, quando me dou conta da abrangência do projeto, com a possibilidade de alcançar um número enorme de pessoas, o coração abre e a viola canta!”.
Confira, a seguir, os tópicos abordados em cada módulo da oficina:
Módulo 1: Breve apresentação da viola de dez cordas e suas especificidades regionais – Daniel Miranda
Módulo 2: Como afinar a viola? – Marcus Ferrer
Módulo 3: Aspectos técnicos essenciais para boa execução da viola de dez cordas – Marcus Ferrer
Módulo 4: Dinâmica, timbre, textura, melodia, harmonia e ritmo – Marcus Ferrer
Módulo 5: Mão direita na viola de dez cordas – uso da dedeira, polegar e indicador e palheta – Marcus Ferrer
Módulo 6: Escala maior simples e “duetada” (intervalos de terças e sextas) – Daniel Miranda
Módulo 7: “Toques” de viola a serem trabalhados – toada, cururu – Daniel Miranda
Módulo 8: Acordes maiores; acordes menores; acordes com sétima; acordes diminutos – Daniel Miranda
Módulo 9: “Ferreirinha” – Moda de viola – Daniel Miranda
Módulo 10: “Pagode em Brasília” – Pagode de viola – Daniel Miranda
Obs.: Os vídeos de todas as oficinas e pocket shows do Bossa Criativa permanecem disponíveis no site e têm acesso totalmente gratuito.
Projeto Bossa Criativa – Arte de Toda Gente
Lançado em junho deste ano, o projeto Bossa Criativa – Arte de Toda Gente é realizado pela Fundação Nacional de Artes – Funarte em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Por causa da pandemia de covid-19, as ações estão concentradas inicialmente na internet – com destaque para as oficinas de diversas linguagens artísticas e outras atividades pedagógicas gratuitas; pocket shows; e demais exibições artísticas. Ao longo de 2021, os eventos presenciais deverão ocorrer em nove cidades brasileiras. O projeto conta com a participação de artistas de todo o Brasil.