Funarte lamenta morte do fotojornalista Sérgio Jorge

Crédito da imagem: Reginaldo Leme

A Fundação Nacional de Artes – Funarte lamenta a morte do fotojornalista Sérgio Jorge, vítima da covid-19, aos 83 anos, na segunda-feira, 30 de novembro, em São Paulo. Ícone da fotografia e do fotojornalismo brasileiro, Sérgio Jorge registrou décadas da história do país, estando presente em importantes acontecimentos. Fotografou as obras e a inauguração de Brasília, as primeiras corridas no Autódromo de Interlagos, esteve na demarcação territorial brasileira no Polo Sul e na construção da rodovia Belém-Brasília.

Eternizou ainda o casamento e o milésimo gol do rei Pelé, as vitórias do pugilista Éder Jofre, a moda de Clodovil Hernandes, os últimos dias de Assis Chateaubriand, a tragédia do edifício Joelma, entre tantos acontecimentos em 60 anos de profissão.

Nascido em Amparo, interior de São Paulo, passou os primeiros anos de sua trajetória profissional entre o estúdio do mentor Elisário Negrão e o Cine Foto Clube da cidade natal. Quando seguiu para a capital paulista, passou a registrar as movimentações da “cidade grande”, tornando-se uma espécie de cronista visual do período com um trabalho marcante e de grande repercussão.

No início da carreira, trabalhou no jornal O Dia e na Gazeta Esportiva. Esteve à frente da Bloch Editores, na Revista Manchete, por onze anos. Em 1960, venceu o 1º Prêmio Esso de Jornalismo com a famosa “foto do cachorrinho”, publicada em mais de 36 revistas do planeta. A imagem retratava a luta de um garoto para salvar seu cachorro da carrocinha.

Nos anos 1970, como repórter fotográfico na Editora Abril, ajudou a criar um dos mais famosos estúdios de então, o Estúdio Abril de Fotografia, responsável pela formação de inúmeros profissionais reconhecidos nacionalmente. A partir de 1975, dedicou-se exclusivamente ao Jorge´s Studio, como fotógrafo publicitário, atendendo grandes clientes.

Sérgio Jorge atuou como palestrante em diversas cidades do país, participou de inúmeras exposições em grandes capitais e recentemente, aposentado, dividia seu tempo entre a família, os amigos e como presidente do Cine Foto Clube de Amparo. “Impossível conhecer alguns do principais momentos da história da nossa fotografia e do nosso país sem passar por algumas de suas imagens”, escreveu o pesquisador e curador de fotografia Rubens Fernandes Junior sobre Sérgio Jorge, em relato em rede social.

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