Funarte lamenta a morte do fotógrafo, artista visual e professor Roberto Coura

A fotografia e as artes visuais brasileiras perderam, na última terça-feira, 31 de agosto, um dos seus grandes nomes: Roberto Coura. Ele foi o primeiro paraibano a receber o Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia 1981. O artista e professor universitário completaria 67 anos no próximo dia 7 de setembro, mas faleceu, com um infarto. A Fundação Nacional de Artes – Funarte lamenta essa grande perda e enaltece o valioso legado que Roberto Coura deixou para as artes nacionais; e na formação de várias gerações de artistas da Paraíba.

O artista é autor do ensaio fotográfico A feira de Campina Grande, retratando esse mercado ao ar livre em sua cidade natal. Pelo trabalho, foi contemplado com o Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia em 1981, ainda por meio do antigo Núcleo de Fotografia da Funarte, que antecedeu o Instituto Nacional de Fotografia (Infoto) da entidade – a área técnica do setor originou o atual Centro de Conservação e Preservação Fotográfica (CCPF) da Fundação. O site Paraíba Criativa informa que Coura Começou a produzir o ensaio, em preto e branco, no ano de 1977. Os registros “ressaltaram a realidade dos feirantes campinenses”, destaca a fonte.

Obras de Roberto Coura figuraram em salões e exposições, em diversos estados do Brasil, e foram publicadas em revistas, catálogos nacionais e internacionais. Nascido em 1954, desde criança ele já se dedicava a atividades artísticas. Aos 13 anos estudou na Escolinha de Artes do professor Jorge Miranda. Aos 15, passou a frequentar o Museu de Arte Assis Chateaubriand. Atuou como artista plástico até 1972. Fotógrafo autodidata, começou na profissão, no mesmo ano. Graduou-se em Desenho Industrial, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em 1985, onde foi professor, no Departamento de Arquitetura. Foi “atuante em áreas da fotografia sociologica-antropológica, fotografia de produto, fotografia arquitetônica e de obras de artes”, comenta o Paraíba Criativa.

“A fotografia acabou sanando a necessidade de reproduzir de forma plástica o que o artista via, com isso, seus laços com as artes plásticas foram rompidos. Para o artista, o tipo de imagem mais difícil de ser clicada é o retrato das pessoas, devido as suas expressões que mudam constantemente”, analisa a fonte – segundo a qual a mudança de linguagem do autor, da pintura para a fotografia, teria sido inesperada para ele “O estilo de pintura de desenho que eu estava fazendo, muito figurativista, então de uma hora para outra me vi com a câmera fotográfica na mão”, disse Coura.

Foto: Jornal A União – Empresa Paraibana de Comunicação (EPC) – Governo do Estado da Paraíba

Em 2007, Reunindo imagens de ensaios, o fotógrafo publicou as obras A Feira de Campina Grande 1978. Em 2013, “voltou para feira e refez o ensaio, desta vez produzidas com imagens coloridas”, revela o Paraíba Criativa. No ano seguinte, as novas imagens foram reunidas no livro Cores da Feira 2014 – este com patrocínio da Prefeitura Municipal de Campina Grande – informam o Portal Correio (PB) e o site da UFPB. Os trabalhos foram citado pela Fotografia Paraibana Revista, fruto de projeto contemplado com o XII Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia, do fotógrafo e curador Francisco Gustavo Moura (2012). Acesse a revista aqui.

A Reitoria Universidade Federal da Paraíba apresentou “as condolências aos familiares e amigos desse grande profissional e manifesta sua solidariedade por essa grande perda”, em nota oficial. O “virtuosismo” e o valor de Roberto Coura foram destacados pelo Jornalista Guilherme Cabral, no jornal A União – da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC) – Governo do Estado da Paraíba. Na matéria, foram citados comentários de colegas fotógrafos, alunos e amigos do artista. Eles destacaram a qualidade de Coura também como laboratorista fotográfico; o valor que dava a temáticas com o ser humano como centro; seu dedicado estudo das técnicas fotográficas (e seu extremo critério em relação a elas), bem como da cultura popular e da geografia humana. Uma das falas é do artista visual e crítico Dyógenes Chaves. Para ele, Coura teria inspirado toda uma geração de fotógrafos. “… Coura enveredou por todos os caminhos possíveis, da fotografia de produto, por ser designer de formação, ao portrait; da publicidade à moda, sem largar um só instante a pesquisa, o ensino e o olhar para o ‘novo’ que surgia com o mundo digital”, avaliou.

Acesse aqui a edição online do jornal A União, com essa matéria (na página 11).

Com informações de:
Funarte – Centro de Artes Visuais e Centro de Conservação e Preservação Fotográfica (CCPF)– Centro de Programas Integrados
Sites: Universidade Federal da Paraíba (UFPB), www.paraibacriativa.com.br e www.escavador.com

Jornal A União – Empresa Paraibana de Comunicação (EPC) – Governo do Estado da Paraíba

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