Funarte vai lançar publicação sobre I Encontro de Políticas para as Artes

Em 2012, a Fundação Nacional de Artes deverá lançar uma publicação com as principais conclusões, propostas e reflexões apresentadas durante o I Encontro Funarte de Políticas para as Artes, realizado de 8 a 10 de novembro, no Rio de Janeiro. A intenção é que o documento possa servir como parâmetro no planejamento das ações da instituição. Ao encerrar o evento, o presidente da Funarte, Antonio Grassi, afirmou que, certamente, tudo o que foi discutido será aproveitado. E ressaltou que o desafio do gestor, agora, é traduzir todas essas questões até chegar ao Diário Oficial, quando, de fato, as ações se concretizam.

Para a diretora do Centro de Programas Integrados da Funarte, Ana Claudia Souza, o encontro foi muito produtivo e, além de contribuir para a discussão de políticas públicas, ajudou a dar maior visibilidade aos projetos contemplados pela Fundação. Emocionada, Ana Claudia pegou emprestada a frase de uma criança, que participou do projeto Livros de Artista, ganhador do Prêmio Interações Estéticas, para agradecer a todos os envolvidos na realização do encontro: “Isso que a gente faz aqui é muito importante”, enfatizou.

Em três dias de evento, foram realizados diversos debates, trocas de experiências e apresentação de projetos bem-sucedidos nas mais variadas linguagens. Os “Desafios Contemporâneos” foram tema da mesa final, que contou com a participação de três representantes do Ministério da Cultura: Luciana Guilherme, diretora de Empreendedorismo, Gestão e Inovação da Secretaria de Economia Criativa; Américo Córdula, diretor de Estudos e Monitoramento da Secretaria de Políticas Culturais, e Juana Nunes, diretora de Educação e Cultura da mesma Secretaria de Políticas Culturais. Também participaram da mesa Kátia de Marco, da Associação Brasileira de Gestão Cultural, e Marcus Faustini, da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro.

Representando a Secretaria de Economia Criativa do MinC, Luciana Guilherme, afirmou que um dos desafios é levantar dados sobre o setor, para que a economia criativa possa ser conhecida e reconhecida.  Segundo dados do IBGE, em 2010, a contribuição dos setores criativos na economia formal foi de R$ 104, 37 bilhões, o que corresponde, a 2,84% do PIB. Mas é preciso saber quantos estão na informalidade e que, com certeza, são maioria.  Luciana apontou também o baixo investimento em capacitação como outro desafio a ser enfrentado.

O diretor de Estudos e Monitoramento da Secretaria de Políticas Culturais, Américo Córdula, destacou a importância do Plano Nacional de Cultura, em processo de finalização de suas metas. Instituído por lei, sancionada em dezembro do ano passado, o PNC estabelece as diretrizes, estratégias e ações que nortearão as políticas culturais para os próximos dez anos. Segundo Córdula, do conjunto de metas, 12 estão diretamente ligadas à Funarte, como por exemplo, a que amplia em 30% o número de municípios brasileiros com grupos em atividade nas áreas de teatro, dança, circo, música e artes visuais.

Para Juana Nunes, diretora de Educação e Cultura da Secretaria de Políticas Culturais, desenvolver o país, a partir da cultura, é fundamental. ”Ainda estamos muito longe disso, mas é um desafio que temos que enfrentar. Não dá para discutir todas essas questões, sem a educação. Precisamos ocupar o espaço da escola pública, levar cidadania, cultura”. Juana ressaltou também que o orçamento do setor ainda é muito baixo e que é preciso criar condições para que a cultura seja independente.

A presidente da Associação Brasileira de Gestão Cultural, Kátia de Marco, recorreu ao escritor e pensador francês, André Malraux, para expressar que “o século XXI será da cultura e da espiritualidade ou não será”.  Segundo Kátia, a ampliação do acesso à cultura é um dos principais desafios: “Do que adianta a gente ter certeza da multiplicidade da cultura e do seu potencial, se não há acesso? “ perguntou.

Superintendente de Cultura e Sociedade da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, Marcus Faustini, falou sobre a relação entre cultura e capitalismo.  De acordo com Faustini, há duas versões do Estado: o estado regulador e o estado em ação. “A questão, talvez, é que a ação, no campo da cultura está perdendo a centralidade. Como fazer com que o ator ‘inorgânico’ também seja atendido?” questionou.

Faustini reconheceu a importância de iniciativas como os pontos de cultura, que desenvolvem ações de impacto sócio-cultural em suas comunidades e contam com apoio financeiro e institucional do Ministério da Cultura, mas destacou que é preciso reconhecer também a cultura da periferia, que tem ganhado visibilidade a partir das novas tecnologias. Ele citou como exemplo a “dança do passinho”, que mistura vários estilos como funk, frevo e break, e se tornou a nova febre nas comunidades do Rio.

No encerramento do I Encontro Funarte de Políticas para as Artes, os participantes assistiram a uma apresentação de chorinho com o grupo Os Machadianos, do Ponto de Cultura Lira de Ouro.

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9/11 (tarde)
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