Três coletivos encerram mostra no Arena (SP)

Teatro de Arena sedia Mostra de Trabalho de Grupo. Foto: divulgação

No fim de semana de encerramento da Mostra Trabalho de Grupo, três coletivos que atuam há mais de dez anos e são referência na vida teatral da cidade de São Paulo estarão no Teatro de Arena Eugênio Kusnet para apresentar, por meio de encenações artísticas e debate, a sua forma de trabalho. São eles o Engenho Teatral, criador do Teatro de Bolso, a Companhia Ocamorana de Teatro, que se dedica a pesquisas em teatro épico/dialético e teatro documentário, e a Companhia do Latão, voltada à pesquisa estética avançada e à politização da cena.

A Mostra é parte do projeto “Diálogos de Aprendizagem da Companhia do Latão”, comemorativo do surgimento do grupo, em julho de 1997, dentro do mesmo Teatro de Arena que sedia o evento. Contemplado por edital público da Funarte em 2012, o projeto está realizando até outubro de 2012 um conjunto de atividades artísticas e pedagógicas sob a responsabilidade dos integrante do Latão e de artistas e grupos convidados – como o Teatro Alfenim, de João Pessoa (PB), que realiza no início de julho uma nova montagem da peça “O Deus da Fortuna”, de seu repertório.

A Mostra Trabalho de Grupo, aberta em 2 de junho, já contou com a participação dos grupos Cia. Estável de Teatro, Brava Companhia, Cia. Antropofágica e Estudo de Cena. A programação é gratuita.

Serviço:
Projeto “Diálogos de Aprendizagem da Companhia do Latão”
Edital de Ocupação do Teatro de Arena Eugênio Kusnet/2012. Rua Dr. Teodoro Baima, 94. Informações: (11) 3259-6409 ou comunicacaosp@funarte.gov.br

Mostra Trabalho de Grupo

Engenho Teatral
Dia 29 de junho | Sexta, 20h
Entrada franca

Criado em 1979, o Engenho Teatral construiu a partir de 1993 um teatro móvel, abandonando o circuito tradicional para trabalhar na periferia, junto a um público marginalizado da produção teatral. A partir de 2003, o grupo passa a desenvolver uma experiência chamada Teatro de Bolso. São cenas curtas, de aproximadamente 10 minutos, que tratam de temas normalmente excluídos do teatro comercial e colocam os atores em relação direta com a plateia, sem necessidade de figurinos, cenários, luz, etc. O Teatro de Bolso é feito para se apresentar em qualquer lugar fechado (reuniões, salas e pátios de escolas, ocupações, festas…). São 3 ou 4 dessas experiências, com linguagens diferentes, que o grupo pretende levar para discussão no Arena.

Companhia do Latão
Dia 30 de junho | Sábado, 20h
Entrada franca

Fundada em 1997 e dirigida desde sua origem por Sérgio de Carvalho, o grupo tornou-se uma referência para o teatro de São Paulo no que tange à pesquisa estética avançada e politização da cena. Realizou diversos espetáculos de importância histórica, entre os quais O Nome do Sujeito (1998), Santa Joana dos Matadouros (1998), A Comédia do Trabalho (2000), Visões Siamesas (2004), O Círculo de Giz Caucasiano (2006) e Ópera dos Vivos (2010). O grupo encenou neste período diversos experimentos teatrais e videográficos, alguns deles exibidos pela televisão, como Valor de Troca (TV Cultura, 2007) e Ensaio sobre a Crise (TV Brasil, 2009). A Companhia do Latão se dedica também ao trabalho editorial regular, com a revista Vintém e o jornal cultural Traulito. O grupo lançou nos últimos anos três livros: Companhia do Latão 7 peças (Cosacnaify, 2008), Introdução ao Teatro Dialético (Expressão Popular, 2008) e Atuação Crítica (Expressão Popular, 2008). A companhia vai apresentar e comentar cenas de alguns de seus trabalhos ao longo de seus 15 anos de existência, para serem debatidas com a plateia.

Companhia Ocamorana
Dia 1° de julho | Domingo, 19h
Entrada franca

Desde 1999 a Companhia Ocamorana de Teatro foca suas pesquisas em teatro épico/dialético e, mais recentemente, em teatro documentário. Sua estreia se deu com A máquina de somar, de Elmer Rice, com tradução de Iná Camargo Costa e Márcio Boaro. Em seguida deram-se as montagens de As aventuras e desventuras de Maria Malazartes durante a construção da grande pirâmide, de Chico de Assis; e A guerra dos caloteiros, de Iná Camargo Costa e Márcio Boaro. Em 2010, contemplada pelo Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, a companhia desenvolveu a pesquisa sobre o processo da Revolução dos Cravos, projeto que culminou no espetáculo Ruptura – Um processo revolucionário, de 2011, com texto e direção de Márcio Boaro. O grupo apresentará cenas comentadas de seu repertório para o debate com o público no Arena.

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