Teatro Acidental estreia “O rinoceronte” na capital de SP

"O rinoceronte" vai até 25 de novembro na Funarte SP. Foto: Carlos Canhameiro

A partir de sábado, 3 de novembro de 2012, a Sala Carlos Miranda do Complexo Cultural Funarte SP recebe o projeto Ocupação coletivos Unicamp, selecionado por edital público da Funarte em 2012. A temporada começa às 21h, com a estreia na capital paulista de O rinoceronte, montagem da Cia de Teatro Acidental livremente inspirada na obra de Eugène Ionesco.

Durante seis meses, o Ocupação coletivos Unicamp apresentará ao público de São Paulo produções de uma nova geração teatral formada a partir do curso de Artes cênicas da Universidade estadual de Campinas, a Unicamp. O projeto inclui em sua programação, paralelamente aos espetáculos, oficinas de teatro e debates.

Em novembro, a pauta de discussões trará à Sala Carlos Miranda os professores do departamento de Artes cênicas da Unicamp Roberto Mallet e Matteo Bonfitto, que falarão sobre o ensino da arte da interpretação. Participarão ainda de mesas debate, até o fim de novembro, os professores Verônica Fabrini e Renato Ferracini, que propõem uma abordagem sobre a pesquisa em artes na Universidade, e Isa Kopelman e Marcelo Lazzaratto, que discutirão os processos criativos e pedagógicos em arte.

Desde sua inauguração, em 1985, o curso de Artes cênicas da Unicamp tornou-se um difusor de pesquisa e de criação teatral fora do eixo formado pelas principais capitais brasileiras. O projeto Ocupação coletivos Unicamp reúne alguns dos grupos nascidos desta proposta acadêmica e põe em foco questões importantes do fazer teatral: por exemplo, a coletividade como meio de produção, a pesquisa como forma de criação e o ator como figura central da cena e da produção teatral.

O rinoceronte e o projeto de ocupação
Escrita em 1959 pelo dramaturgo romeno Eugène Ionesco (1909-1994), um dos principais autores do chamado teatro do absurdo, a peça O rinoceronte ganha, na montagem da Cia de Teatro Acidental, uma “leitura aberta, calcada na investigação da teatralidade latente no texto”. O espetáculo mostra a progressiva e inexplicável transformação de homens em paquidermes, ao mesmo tempo em que traz à cena questionamentos como o lugar da individualidade dentro do coletivo e o verdadeiro sentido daquilo que se costuma chamar de “humano”.

O rinoceronte permanece em cartaz até 25 de novembro. A partir do dia 29, quem ocupa a Sala Carlos Miranda da Funarte SP é o coletivo Estação teatro, com a peça Santiago morto. O texto, de Liana Ferraz, inspira-se na obra literária Crônica de uma morte anunciada, do escritor colombiano Gabriel García Márquez, e aborda a história de um assassinato previsto – mas não evitado – pela comunidade local. A direção é de Fernanda Bellinatti e Wallyson Mota.

Sobre a Cia de Teatro Acidental – “Acidentalmente reunidos pela universidade” – a Unicamp -, os atores do Teatro Acidental apostam no coletivo como poesia e modo de produção. No repertório, trazem textos nacionais, estrangeiros e criações próprias, e montagens para a rua, para o palco ou para espaços alternativos. Os trabalhos do grupo são marcados pelo questionamento político e social e pela busca de uma expressão poética e bem-humorada. Já no ano de formatura, em 2006, o grupo estreou seu primeiro espetáculo, Sacra folia, com texto de Luís Alberto de Abreu. Em 2008, a companhia estreou duas peças autorais: De onde se vê o mar, obra que trata o tema “ilha” a partir de várias inspirações, e Mahagonny, baseada em obra de Bertolt Brecht. Já em 2010, a companhia se profissionaliza e, no 23º Festival Internacional de Teatro Universitário de Blumenau (SC), angaria com Mahagonny os prêmios de melhores espetáculo, conjunto de atores e concepção sonora. É selecionada pelo Programa de Ação Cultural (ProAC) da Secretaria de estado da Cultura de São Paulo, para realizar apresentações de Mahagonny e Sacra folia no interior e na capital de São Paulo. Em 2011, O rinoceronte foi contemplado pelo Circuito de produções inéditas do SESI (SP) para circular por 16 cidades do estado.

Serviço

Ocupação coletivos Unicamp – programação de novembro
Projeto selecionado pelo edital de ocupação da Sala Carlos Miranda do Complexo Cultural Funarte São Paulo. Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos, São Paulo. Tel. (11) 3662-5177

Espetáculo: O rinoceronte
De 3 a 25* de novembro |Quinta a sábado, 21h; domingo, 20h
*Atenção: dia 11 não haverá espetáculo

Com: Cia de Teatro Acidental (Campinas, SP)
Livremente inspirado na obra de Eugène Ionesco
Direção: Carlos Canhameiro | Elenco: Artur Kon, Chico Lima, Danielly Oliveira, Eduardo Bordinhon, Ivan Montanari, Mariana Dias, Mariana Otero, Mariana Zink, Pâmella Villanova | Pensamento corporal: Andreia Yonashiro | Concepção sonora: Gregory Slivar | Iluminação: Daniel Gonzalez | Operador de luz: Cauê Gouveia | Operadora de som: Andrea Fu | Figurino: Mônica Zaher e o grupo | Fotos: Carlos Canhameiro | Cenografia: Zé Valdir e o grupo | Produção: Artur Kon e Mariana Dias

Duração: 90 min. | Recomendação etária: 14 anos
Ingressos: R$ 10 (meia-entrada: R$ 5). Bilheteria abre uma hora antes do espetáculo. Um ingresso por pessoa

Debate: Pedagogia do ator: o ensino da arte da interpretação
10 de novembro | Sábado, 16h

Com: Roberto Mallet e Matteo Bonfitto
Entrada franca

Debate: Pesquisa em artes na Academia
17 de novembro | Sábado, 16h

Com: Verônica Fabrini e Renato Ferracini
Entrada franca

Debate: Processos criativos e pedagógicos em arte
24 de novembro | Sábado, 16h

Com: Isa Kopelman e Marcelo Lazzaratto
Entrada franca

Espetáculo: Santiago morto
29 de novembro a 21 de dezembro | Quintas e sextas, 21h

Com: Estação teatro (Campinas, SP)
Inspirado na obra Crônica de uma morte anunciada, de Gabriel García Márquez
Texto: Liana Ferraz | Direção: Fernanda Bellinatti e Wallyson Mota | Preparação corporal: Mari Rosinski | Elenco: Abel Xavier, Alexandre Cristovam, Flora Gussonato, Liana Ferraz, Luiza Lio, Mari Rosinsk e Paula Zaneti | Cenografia e figurinos: Paula Zaneti | Música: Rafael Zenorini | Iluminação: Alexandre Cristovam e Abel Xavier | Consultoria em iluminação: Daves Otani | Marcenaria: Carlos Eduardo Bellinatti | Operador de luz: Bruno Garcia | Operador de som: Fernanda Bellinatti | Fotos: Oliver Tibeau | Design gráfico: Tinno Zani | Produção: Géssica Arjona

Duração: 80 min. | Recomendação etária: 12 anos
Ingressos: R$ 10 (meia-entrada: R$ 5). Bilheteria abre uma hora antes do espetáculo. Um ingresso por pessoa

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