Cinco Meses de Negritude na Funarte MG

Besouro Cordão de Ouro - Foto: Leco de Souza

De novembro de 2012 a março de 2013, a Funarte MG recebe a Mostra Benjamin de Oliveira. Idealizada pela Cia. Burlantins, companhia teatral que tem à sua frente o cantor e compositor Maurício Tizumba, a mostra tem foco nas artes cênicas e prevê 77 dias de programação, sempre de quinta-feira a domingo. Ao todo, serão 21 espetáculos teatrais, de dança e de circo, entre apresentações para o público adulto e infantil.  A programação contempla ainda oficinas e atividades especiais para escolas públicas. A abertura, de 8 a 11 de novembro, conta com o premiado espetáculo Besouro Cordão-de-Ouro, que tem textos e músicas de Paulo César Pinheiro e direção geral de João das Neves. A peça conta a história de um dos mais importantes capoeiristas brasileiros, Manuel Henrique Pereira, conhecido como Besouro Cordão-de-Ouro ou Besouro-Mangagá.

Os musicais são o carro-chefe da programação. Serão reapresentadas peças que atingiram grande sucesso de público e crítica, como o próprio Besouro Cordão-de-Ouro, Galanga Chico Rei, que conta a história do personagem homônimo, e Oratório: a saga de D. Quixote e Sancho Pança, releitura mineira do clássico de Cervantes. A Mostra também será palco para as estreias de Clara Negra, uma homenagem a Clara Nunes, e Munheca, opereta inspirada em O Avarento, de Molière, que terá a direção de Carla Camurati.

O nome da mostra já revela seu eixo temático. Benjamin de Oliveira, patrono da Burlantins desde a fundação do grupo, nasceu em 1870 e foi o primeiro palhaço negro do Brasil. É considerado o criador do circo-teatro brasileiro, gênero que levava para as ruas paródias de operetas, contos de fadas teatralizados e grandes clássicos da literatura. Nos entreatos, cantava lundus, chulas e modinhas em companhia de seu violão. Ao escolher o nome daquele que era conhecido como “Rei dos Palhaços”, a companhia reitera seu desejo de valorizar a riqueza cultural dos negros brasileiros. Os espetáculos e demais atividades trazem, portanto, a cultura afro como tema ou um elenco predominantemente negro. “Esses foram os critérios que nortearam a escolha dos grupos, mas somamos a isso a excelência dos trabalhos e dos profissionais envolvidos”, explica Maurício Tizumba, diretor artístico da mostra.

Concorrendo com outros seis projetos, a Mostra Benjamin de Oliveira foi contemplada pela Fundação Nacional de Artes – Funarte no Edital de Ocupação do Galpão 3 da Funarte MG 2012. Todas as suas atividades, portanto, serão realizadas no espaço da Fundação (Rua Januária, 68, Floresta) e elas serão gratuitas ou a preços populares.

PROGRAMAÇÃO DE ABERTURA

[teatro] Besouro Cordão-de-Ouro (Rio de Janeiro/RJ)

De 8 a 10 de novembro, quinta-feira a sábado, às 20h. Dia 11 de novembro, domingo, às 19h.

Ingressos:  R$10,00 (inteira) e R$5,00 (meia-entrada).
Os ingressos estarão disponíveis para a venda 1 hora antes de cada apresentação.

Funarte MG (Rua Januária, 68, Floresta – BH/MG)

O premiado musical Besouro Cordão-de-Ouro estreou em 2006 e é o primeiro texto para teatro do compositor Paulo César Pinheiro, que também assina as músicas e letras da peça. Com direção geral de João das Neves e direção musical de Luciana Rabello, faz homenagem a Manuel Henrique Pereira, o Besouro Cordão-de-Ouro ou Besouro-Mangangá, um dos mais importantes capoeiristas brasileiros. Sua história é contada por outros mestres capoeiristas conhecidos como Canjiquinha, Bimba, Barroquinha, Caiçara, Budião, Rosa Palmeirão, Dora das Sete Portas e Pastinha. O palco se transforma em uma grande roda de capoeira e a plateia é envolvida nas cenas. O elenco é todo composto por atores negros e conta com Sérgio Pererê nos papeis de Canjiquinha e Barroquinha e com os capoeiristas Gilberto Santos da Silva “Laborio” e Victor Alvim “Lobisomem”.

Nascido em Santo Amaro da Purificação, Bahia, Besouro impunha respeito e temor aos poderosos do princípio do século XX. Além de capoeirista e agitador político, tocava violão e compunha sambas-de-roda e chulas. Os versos imortalizados por Noel Rosa “Quando eu morrer/Não quero choro nem vela/ quero uma fita amarela/ gravada com o nome dela” são de sua autoria e estão no samba Canto do Besouro. O mesmo trecho foram usados por Paulo César Pinheiro em Lapinha, música feita em parceria com Baden Powell. Esta canção ganhou oito novos versos especialmente para o espetáculo Besouro Cordão-de-Ouro.

O QUE VEM POR AÍ: PRIMEIRA QUINZENA DE NOVEMBRO
[teatro] O Alabê de Jerusalém (Rio de Janeiro/RJ)
» dia 15 de novembro, quinta-feira, às 20h.

[teatro] Carolina, o luxo do lixo (Rio de Janeiro/RJ)
» dia 16 de novembro, sexta-feira, às 20h.

[teatro] Parem de falar mal da rotina (Rio de Janeiro/RJ)
» dia 17 de novembro, sábado, às 20h.

[teatro] O cheiro da feijoada (Rio de Janeiro/RJ)
» dia 18 de novembro, domingo, às 19h.

[teatro] O Negro, a Flor e o Rosário (Belo Horizonte/MG)
» de 22 a 25 de novembro, quinta-feira à sábado, às 20h. Dia 26 de novembro, domingo, às 19h.

[dança] Mansemba (Belo Horizonte/MG)
» dia 29 de novembro, quinta-feira, às 20h.

[dança] Aula-espetáculo de dança-afro (Belo Horizonte/MG)
» dia 30 de novembro, sexta-feira, às 20h.

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