Emiliano Queiroz celebra 60 anos de profissão, no Dulcina

Dulcina abre o Pano, projeto vencedor de edital da Funarte que ocupa o Teatro Dulcina, no Rio, até 1º de dezembro de 2013, traz nesta quarta, dia 8, às 19h, o espetáculo Na Sobremesa da vida, com o ator Emiliano Queiroz.  A peça, que tem direção de Ernesto Piccolo, conta a vida e os 60 anos de carreira de Emiliano por ele mesmo. Com apresentações também às quintas, no mesmo horário, Na Sobremesa da vida fica em cartaz até 30 de maio. No dia 11, sábado, estreia A cozinheira, o bebê e a dona do restaurante, com a Cia do Gesto, peça inspirada no ritmo e na musicalidade dos desenhos animados. No dia 17, sexta, é a vez de Lima Barreto ao terceiro dia ocupar o palco do Dulcina. Flávio Bauraqui e Nando Cunha interpretam o escritor, na montagem que narra três dias da vida de Lima Barreto, passados no manicômio, em 1919, internado por causa de uma forte crise de alucinação. Duas oficinas gratuitas –Fábrica de Histórias e Corpo e Máscara – completam a programação, que irá oferecer ainda debates e palestras ao público.

Na Sobremesa da vida é uma adaptação da biografia (série Aplauso), escrita pela mulher do ator Emiliano Queiroz, a escritora, roteirista e diretora Maria Letícia. A peça não apenas conta a história do artista, mas encena passagens de sua trajetória. Ele é, ao mesmo tempo, narrador e protagonista
de sua própria vida, no texto que é como uma colcha de retalhos.

Em cena, Emiliano volta 70 anos no tempo, à infância em Aracati, Ceará, passando pela juventude, quando serve o Exército e, depois, a São Paulo, em um caminhão pau-de-arara para ser ator. Ele fala de seus amores, parceiros de cena e dos mais de 300 personagens de 60 filmes, 50 peças, inúmeras novelas.

Projeções pontuam cenas com seus personagens mais marcantes – o vilão de O Sheik de Agadir, a impagável Geni da Ópera do Malandro, o inesquecível Dirceu Borboleta de O bem amado –, e lembranças dos amigos com quem trocou experiências e espaços cênicos: Leila Diniz, Marília Pêra,
Ricardo Blat, Nelson Xavier, Dulcina de Moraes, Fernanda Montenegro, Dina Sfat, Paulo Gracindo, entre tantos outros. Na Sobremesa da vida recebeu o Prêmio Montagem Cênica 2011.

Sob a direção de Luiz Antonio Pilar, Lima Barreto, ao terceiro dia, conta a vida e obra do escritor, encenado por Nando Cunha e Flávio Bauraqui, abordando a questão do negro no Brasil. O público também terá a oportunidade de discutir a questão racial e a vida de Lima Barreto, em uma série de debates que integra a programação da peça.

Dividida em três planos, o espetáculo narra três dias da vida do escritor passados no manicômio, em 1919, internado por causa de uma forte crise de alucinação. São eles: o momento real, onde o personagem Lima Barreto está velho e internado num hospício; o momento da memória, onde ele ainda jovem escrevia o romance Triste fim de Policarpo Quaresma e o momento da imaginação, composto por cenas do romance protagonizadas por Policarpo.

Quando estes universos se encontram, acontece um embate ideológico. Frente a frente, o escritor velho e o seu eu jovem. O sonho move o jovem Lima à literatura, e Lima Velho e enfraquecido defende a inutilidade da literatura no mundo, enquanto o seu personagem, Policarpo, age questionando seu criador.

A cozinheira, o bebê e a dona do restaurante, com a Companhia do Gesto traz a linguagem dos desenhos animados para o Teatro Dulcina. Em cena, duas mulheres – a Dona do Restaurante e a Cozinheira (patroa e empregada) –, veem sua rotina de trabalho e sua relação cotidiana transformadas pelo aparecimento de um bebê à porta dos fundos do restaurante. Toda a ação acontece na cozinha, com as duas mulheres divididas entre atender os clientes, cozinhar e cuidar do bebê. Tudo regido pela enigmática figura de um maestro-sonoplasta, que executará as sonoridades em sincronia com a movimentação das atrizes.

O espetáculo utiliza-se de máscaras criadas pela própria Companhia do Gesto para o desenvolvimento dos personagens durante o processo de pesquisa e criação cênica, incorporadas à maquiagem e ao gestual do elenco. A montagem resgata a estética dos desenhos animados clássicos dos anos 40 a 60, baseada na ausência de diálogos e muita música e rica sonoplastia. As atrizes Cecília Ripoll e Tania Gollnick (indicada a melhor atriz pelo prêmio Zilka Sallaberry 2008) dão vida às personagens, sob a regência de Ademir de Souza e a direção de Luís Igreja.

Confira abaixo a programação.

DULCINA ABRE O PANO

Na Sobremesa da vida
De 8 a 30 de maio
Quarta e quinta, às 19h

Ficha técnica:
Elenco: Emiliano Queiroz, Antonio dos Santos e Ana Queiroz
Participação especial: Ivone Hoffmann
Texto: Maria Letícia
Direção: Ernesto Piccolo
Cenário e figurinos: Rosa Magalhães
Iluminação: Aurélio De Simoni
Trilha original: Fernando Moura
Preparação corporal: Márcia Rubin
Produção: Celso Lemos – Realejo Produções

Classificação: 10 anos
Duração: 1h10

Lima Barreto, ao terceiro dia
De 17 de maio a 30 de junho
Sexta a domingo, às 19h

Ficha técnica:
Elenco: Flavio Bauraqui, Paulo Matias Jr, Nando Cunha, Mario Hermeto, Camilo Bevlacqua, Edgar Amorim, Cristiane Amorim, Livia Guerra, Clara Nery eIzak Dahora.
Texto: Luiz Alberto de Abreu
Produtor / Diretor – Luiz Antonio Pilar
Ass. de Direção – Fábio Espírito Santo
Coordenadora de Produção – Mariana Campos
Produção – Patricia Freitas
Cenógrafa – Doris Rollemberg
Iluminadora – Daniela Sanchez
Figurinista – Helena Affonso
Diretora Musical – Paula Leal
Preparadora Corporal – Juliana Nogueira
Preparadora Vocal – Danuzza Sartori

Classificação: 14 anos

A Cozinheira, o Bebê e a Dona do Restaurante
De 11 de maio a 2 de junho
Sábado e domingo, às 16h

Ficha Técnica:
Roteiro: Ademir de Souza
Direção: Luis Igreja
Elenco: Cecília Ripoll, Tania Gollnick e Ademir de Souza
Assistente de direção: Cecília Ripoll
Direção de movimento: Natasha Mesquita
Pesquisa e execução da sonoplastia: Ademir de Souza
Preparação Musical e Vocal: Isadora Medella
Músicas originais: Isadora Medella e Paula Leal
Concepção de Trilha sonora: Isadora Medella
Iluminação: Luís Igreja
Figurinos: Mauro Leite
Cenografia: Doris Rollemberg
Bonecos e objetos de cena: Ademir de Souza
Pesquisa, criação e confecção de máscaras: Tania Gollnick
Fotos e audiovisual: Bruno Focchi
Programação visual e ilustrações: Miguel Carvalho
Direção de Produção: Ana Carina
Produção e Realização: Companhia do Gesto

Classificação: livre (Recomendado a partir de 3 anos)
Duração: 60 min

OFICINAS

  • Fábrica de histórias  – construindo um texto teatral

Através do exercício da escrita, os participantes irão desenvolver suas próprias histórias, escolhidas durante a oficina. A dramaturgia na prática: criando e transformando idéias em textos curtos para serem encenados. A partir da leitura e análise de dois textos de autores consagrados, que serão discutidos em grupo, vamos selecionar temas para a criação de um esquete que será desenvolvido durante os encontros.

A oficina será dividida em quatro encontros de três horas de duração cada uma.

Primeiro encontro
Onde o drama e a comédia se encontram? Leitura e análise de um texto dramático. Leitura e análise de um texto de comédia. As possibilidades da escrita teatral – A linguagem. Definindo um caminho. Escolhendo uma história.

Segundo encontro
Serão definidos a história que cada um (ou cada dupla) pretende contar. O plot,  os personagens, o enredo, a história. Contextualizando a dramaturgia. O que nos move a escolher determinado assunto? O teatro como forma de expressão.

Terceiro encontro
Desenvolvendo as histórias escolhidas. Discussão dos complementos fundamentais da dramaturgia: O cenário, a ambientação, a palavra e a imagem. O diálogo. As dúvidas encontradas no caminho.

Quarto encontro
Discussão breve das adaptações, o processo criativo de cada uma. Leitura e análise dos trabalhos realizados. A imaginação como instrumento. O processo criativo de cada um.

Objetivos gerais
A proposta da oficina é criar diferentes dinâmicas discutindo as etapas da criação de um roteiro, até chegar num texto teatral de curta duração. A partir de uma dinâmica de grupo, discutir e desenvolver as principais etapas da criação de uma dramaturgia para os palcos, com foco no encontro do drama com o humor. A dramaturgia utilizada como ferramenta para mostrar o que acontece e se cria na nossa imaginação ou na imaginação de um personagem.

  • Corpo e Máscara
    Uma Linguagem de Silêncio, Gestos e Palavras.

As máscaras, símbolo do teatro e da condição humana, têm uma linguagem específica que colabora para a compreensão dos mecanismos do jogo teatral.

Ampliam a presença do ator em cena, indicam a essência de personagens e situações; dão precisão aos gestos do corpo e, no caso da meia-máscara, única que utiliza a fala, dá dimensão extra-cotidiana para o texto. As máscaras filtram o essencial e tornam o jogo teatral mais legível.

Os tipos de máscaras (Neutras, Abstratas, Psicológicas e Meias-Máscaras) propõem uma comunicação que evidencia as possibilidades do ator/homem e o seu principal instrumento de trabalho: o corpo.

Ficha técnica:
Carga horária: 20h
– Número de vagas: 20
– Público alvo: Atores, diretores, bailarinos, estudantes e demais profissionais de áreas afins interessados.

Conteúdo:
Treinamento corporal: o corpo do ator sendo preparado para alcançar um estado de comunicação integral e consciente em cena.
– Comunicação gestual: técnicas da linguagem universal do gesto no teatro.
– A máscara e o ator. Contato e utilização de cada uma das máscaras teatrais: Neutra, Psicológica, Abstrata e Meia-máscara.

Ingressos:

Horários adultos: R$ 20 e R$ 10 (meia)
Horário infanto-juvenil: R$ 10 e R$ 5 (meia)

Teatro Dulcina
Rua Alcindo Guanabara, 17 – Centro
(Metrô – Estação Cinelândia)
Rio de Janeiro (RJ)
(21) 2240-4879

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