O espetáculo Agreste Malvarosa, de Newton Moreno, será apresentado em dez cidades – cinco no Estado do Rio de Janeiro, e cinco em São Paulo, com entrada franca, em setembro e em outubro. O projeto foi contemplado com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz / 2012. Após a encenação, haverá bate-papo com o público. Os municípios fluminenses alcançados serão Rio das Ostras, Cabo Frio, Nova Iguaçu, São João de Meriti e Duque de Caxias. Já em SP, as apresentações serão em Jundiaí, Campinas, Americana, Santa Bárbara d’Oeste e Piracicaba.
A história de Agreste Malvarosa se passa numa cidade do interior. Começa com um flerte entre um casal de lavradores, um de cada lado de uma cerca, através da qual eles descobrem o amor. Mas eles percebem que há algo neste sentimento “que não deveria acontecer”. Apesar disso, um dia, rompem a cerca e fogem, sertão adentro, para viverem juntos, num casebre. Porém, pressentem que algo de perigoso paira sobre eles. A esposa compreende o porquê, depois de 22 anos, quando perde subitamente o esposo. Durante o velório, as idosas carpideiras, ao prepararem o morto, descobrem que o “marido” é uma mulher. Após esta reviravolta, sucedem-se levantes de repulsa e homofobia. Machucada pela perda, sem entender a dimensão de seus atos, a esposa acaba sendo vítima do horror e da intolerância do povo. A montagem foi sucesso de crítica e público em sua temporada na capital carioca e nos festivais de que fez parte.
As atrizes Millene Ramalho e Rosana Barros – com participação do músico Beto Lemos, que compôs a trilha – alternam os papéis de narradoras e de personagens. Estes recebem o público, criam a ambientação do espetáculo e apresentam o sertão – numa alusão aos os repentistas. Essa aproximação entre público e plateia é feita com a intenção de recriar a atmosfera da “contação” de histórias e de reavivar memórias arcaicas, do tempo em que grupos se reuniam, ao redor de fogueiras, ou embaixo de árvores, para contar e ouvir “causos”. Com isso, os diretores, Ana Teixeira e Stephane Brodt, pretendem criar uma “realidade móvel e plástica” que explore todas as possibilidades expressivas das artistas.
Segundo Newton Moreno, a peça poderia ser apenas mais uma história de amor, não fosse a crueldade das pessoas, despertada pela revelação do enredo. “São um homem e uma mulher que descobrem e vivem o amor incondicional. Simples assim. Só que eles se apavoram, porque desde o princípio sentem que um perigo paira pelo ar. E tem todo aquele jogo de aproximação: o jeito de chegar é manso, tímido, as coisas demoram para acontecer, tudo leva tempo”, comenta o autor. Para conceber o texto, ele se inspirou nas histórias contadas por uma amiga e num detalhado trabalho de pesquisa sobre orientação sexual, feita com camponesas, no interior de Pernambuco: “mulheres que desconheciam seu corpo, sua sexualidade e o silogismo tortuoso de sua feminilidade”, revela. Moreno diz que a obra nasceu numa “encruzilhada que confronta o imaginário nordestino e o discurso limítrofe das sexualidades contemporâneas”.
A proposta do espetáculo é quebrar concepções pré-estabelecidas da realidade e preconceitos. Para os realizadores, a obra aborda a reflexão sobre até onde as sertanejas que se passavam por homens tinham consciência de seus corpos, de seus bloqueios e da transgressão que elas protagonizavam. “Agreste Malvarosa é um vigoroso manifesto poético e uma fábula sobre a ignorância, o preconceito e o amor incondicional, que escapa do lugar-comum. O lirismo do texto contribui para penalizar o ‘caipirismo’, a caricatura e a mesmice, componentes estereotipados e bastante vinculados à cultura nordestina. A peça também aborda até que limite pode chegar o grau de desinformação. O trabalho justapõe uma pesquisa de temáticas contemporâneas à ideia de supressão do outro (homofobia); à redefinição de papéis e identidades sexuais; ao abandono do povo nordestino; e ao discurso contemporâneo da frágil linha limítrofe da sexualidade”, acrescentam.
Trechos de críticas
“Em um exercício de interpretação primoroso, a dupla se desdobra em personagens masculinos e femininos, aos quais oferece identidades autênticas, sem exagero nem caricatura… Na combinação entre a simplicidade da execução e a narrativa lírica de Moreno reside a força do espetáculo de final surpreendente.” Letícia Pimenta (Revista Veja Rio, 03/02/2010)
“’Agreste malvarosa’, de Newton Moreno, dirección de Ana Teixeira y Stephane Brodt (Río de Janeiro), en el estilo clásico de las mejores realizaciones de Peter Brook y a su altura… Puesta en escena con ritmo exacto y brillante interpretación de Millene Ramallo y Rosana Barros.” Jorge Arias (Noticias Teatrales Online, 22/09/2011)
“Na linguagem direta dos contadores, o olhar do ouvinte é conduzido até as frestas do indizível e a obscuridade da ignorância, alcançando o ardor da consciência.” Macksen Luiz (Jornal do Brasil, 31/01/2010)
Agreste Malvarosa – turnê no estados do Rio de Janeiro e de São Paulo
De 10 de setembro a 28 de outubro
Ficha técnica: Texto: Newton Moreno | Direção: Ana Teixeira e Stephane Brodt | Elenco: Millene Ramalho e Rosana Barros | Música (criação e interpretação ao vivo): Beto Lemos | Cenografia e Figurino: Stephane Brodt | Iluminação: Renato Machado | Operação de Luz: Neck Vilanova | Fotografia: Julio Appel | Assessoria de Imprensa: Ney Motta | Programador Visual: Alexandre de Castro | Produção: Erick Ferraz | Idealização: Millene Ramalho
Este projeto foi contemplado pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz/2012
PARCERIAS
Sesc- Rio, Fundação Rio das Ostras de Cultura, Prefeitura de Cabo Frio, Teatro Municipal de Cabo Frio Inah de Azevedo Mureb, Prefeitura de Duque de Caxias e Teatro Municipal Raul Cortez
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PROGRAMAÇÃO
RJ
Rio das Ostras
10 de setembro de 2013, às 20h
Teatro Popular de Rio das Ostras – Avenida Amazonas s/n, Centro | Telefone: 22 2764-1703 | Capacidade: 200 lugares | Entrada Franca (*retirada de ingressos na bilheteria, de terça a domingo, das 14h às 18h / sujeito à lotação do espaço) | Duração: 60 minutos | Classificação Etária: Não recomendado para menores de 12 anos | Após o espetáculo haverá bate-papo com o público.
Cabo Frio
11 de setembro de 2013, às 20h
Teatro Municipal de Cabo Frio Inah de Azevedo Mureb – Rua Aníbal Amador do Vale s/n, Algodoal Praia do Forte | Telefone: 22 2645-4472 | Capacidade: 240 lugares | Entrada Franca (*retirada de ingressos na bilheteria uma hora antes do início do espetáculo / sujeito à lotação do espaço) | Duração: 60 minutos | Classificação Etária: Não recomendado para menores de 12 anos | Após o espetáculo haverá bate-papo com o público.
Nova Iguaçu
17 de setembro de 2013, às 20h
Sesc Nova Iguaçu – Rua Dom Adriano Hipólito 10, Moquetá | Telefone: 21 2797-3426 | Capacidade: 384 lugares | Entrada Franca (*retirada de ingressos na bilheteria uma hora antes do início do espetáculo / sujeito à lotação do espaço) | Duração: 60 minutos | Classificação Etária: Não recomendado para menores de 12 anos | Após o espetáculo haverá bate-papo com o público.
São João de Meriti
24 de setembro de 2013, às 20h
Sesc São João de Meriti – Avenida Automóvel Clube 66, Centro | Telefone: 21 2755-7070
Capacidade: 348 lugares | Entrada Franca (*retirada de ingressos na bilheteria uma hora antes do início do espetáculo / sujeito à lotação do espaço) | Duração: 60 minutos | Classificação Etária: Não recomendado para menores de 12 anos | Após o espetáculo haverá bate-papo com o público.
Duque de Caxias
28 de outubro de 2013, às 20h
Teatro Municipal Raul Cortez – Praça do Pacificador, s/n, Centro | Telefone: 21 2771 3062 | Capacidade: 440 lugares | Entrada Franca (*retirada de ingressos na bilheteria uma hora antes do início do espetáculo / sujeito à lotação do espaço) | Duração: 60 minutos | Classificação Etária: Não recomendado para menores de 12 anos | Após o espetáculo haverá bate-papo com o público.
SP
Jundiaí
7 de outubro de 2013, às 20h
Teatro Polytheama de Jundiaí – Rua Barão de Jundiaí, 176, Centro | Telefone: 11 4586 2472 | Capacidade: 1200 lugares | Entrada Franca (*retirada de ingressos na bilheteria uma hora antes do início do espetáculo / sujeito à lotação do espaço) | Duração: 60 minutos | Classificação Etária: Não recomendado para menores de 12 anos | Após o espetáculo haverá bate-papo com o público.
Campinas
8 de outubro de 2013, às 20h
Teatro Municipal José de Castro Mendes – Praça Correa de Lemos, s/nº, Vila Industrial | Telefone: 19 3272 9359 |Capacidade: 760 lugares | Entrada Franca (*retirada de ingressos na bilheteria uma hora antes do início do espetáculo / sujeito à lotação do espaço) | Duração: 60 minutos | Classificação Etária: Não recomendado para menores de 12 anos | Após o espetáculo haverá bate-papo com o público.
Americana
9 de outubro de 2013, às 20h
Teatro Fábrica das Artes – Rua Dr. Cícero Jones, 146, Vila Redher | Telefone: 19 3645 1990 | Capacidade: 100 lugares | Entrada Franca (*retirada de ingressos na bilheteria uma hora antes do início do espetáculo / sujeito à lotação do espaço) | Duração: 60 minutos | Classificação Etária: Não recomendado para menores de 12 anos | Após o espetáculo haverá bate-papo com o público.
Santa Bárbara d’Oeste
15 de outubro de 2013, às 20h
Teatro Municipal Manoel Lyra – Rua João XXIII, 61, Centro | Telefone: 19 3464 9424 | Capacidade: 608 lugares |Entrada Franca (*retirada de ingressos na bilheteria uma hora antes do início do espetáculo / sujeito à lotação do espaço) | Duração: 60 minutos | Classificação Etária: Não recomendado para menores de 12 anos | Após o espetáculo haverá bate-papo com o público.
Piracicaba
16 de outubro de 2013, às 20h
Teatro do SESI Piracicaba – Avenida Luiz Ralph Benatti, 600, Vila Industrial | Telefone: 19 3403 5928 |Capacidade: 320 lugares | Entrada Franca (*retirada de ingressos na bilheteria uma hora antes do início do espetáculo / sujeito à lotação do espaço) | Duração: 60 minutos | Classificação Etária: Não recomendado para menores de 12 anos | Após o espetáculo haverá bate-papo com o público.