Proposta pelo novo presidente da Fundação Nacional de Artes, Guti Fraga, a série de leituras de textos teatrais premiados pela instituição – Ciclo de Leituras Dramáticas da Funarte– estreou na noite desta terça-feira, 17 de setembro, no Rio, com a interpretação de ‘Pierrot’, de Paschoal Carlos Magno. A abertura, na Sala Sidney Miller, foi marcada pela emoção da plateia e do elenco, formado somente por servidores e colaboradores da Fundação – a maioria pela primeira vez no palco.
Entusiasmado com a iniciativa, o presidente da Funarte, Guti Fraga, citou Cecília Meireles para dizer que a vida só é possível reinventada. “Quando eu vejo, no palco, todos eles com o olhar brilhando e falando com a alma um texto do Paschoal Carlos Magno parece que está tudo iluminado, em cada área da Funarte. Eu falei pra eles: como vocês podem brilhar sem viver a arte? E esta noite, eu vi todos brilhando.’’
A peça ‘Pierrot’ rendeu a Paschoal Carlos Magno o Prêmio de Teatro da Academia Brasileira de Letras e o consagrou como teatrólogo. O drama aborda o triângulo amoroso que envolve Jorge – o Pierrot, sua mulher Anna Maria e o amigo Paulo. Ambientado na sala da casa de Jorge, durante o carnaval, traz à tona segredos, traições e conflitos pessoais, num final que surpreende o espectador e se opõe ao padrão moral para a época.
Ao final da apresentação, Guti Fraga fez questão de cumprimentar, um a um, os atores Paulo Grijó (no papel de Jorge, um escritor); Clauser Macieski (Paulo, amigo de Jorge); Luzia Amaral (Anna Maria, antiga paixão de Jorge); Norma Dumar (Bá, empregada ); Ronaldo Gomes (empregado); José Araújo (narrador e amigo de Jorge); Liége Sebalhos (vizinha) e Rodrigo Guimarães (médico). A leitura contou também com a participação especial do violinista Izak Dahora.
O diretor de Artes Cênicas da Funarte, Antonio Gilberto, que também dirigiu a leitura de ‘Pierrot’, explicou que a escolha do texto foi “uma homenagem a Paschoal Carlos Magno, uma pessoa muito importante para o teatro e a cultura brasileira e também muito ligada à instituição. A Funarte administra dois espaços que foram doados por ele: a Casa Pashoal Carlos Magno (que abriga o Teatro Duse e é utilizada também para hospedar grupos de teatro do interior) e a Aldeia de Arcozelo (centro cultural localizado no município de Paty do Alferes, no estado do Rio)”. Antonio Gilberto destacou ainda que foi Martinho Carvalho, outro homem apaixonado pelo teatro, amigo de Paschoal e que trabalhou, voluntariamente, inclusive no próprio Cedoc (Centro de Documentação da Funarte), na recuperação do acervo dele, quem o apresentou ao texto ‘Pierrot’.
Além do presidente da Funarte, prestigiaram a estreia do Ciclo de Leituras Dramáticas as atrizes Maria Ceiça e Ana Luisa Cardoso, que é filha de Martinho Carvalho, e o secretário de Cultura de Paty do Alferes, Marcelo Mourão. Também estiveram presentes a diretora executiva da Fundação, Myriam Lewin; o diretor de Artes Cênicas, Antonio Gilberto, que dirigiu esta primeira leitura; o procurador chefe da Procuradoria Jurídica, Miguel Lobato; a coordenadora de Comunicação, Camilla Pereira; além de coordenadores e funcionários da instituição.
Com exceção de ‘Pierrot’, escrita em 1929, o Ciclo de Leituras Dramáticas vai apresentar textos da dramaturgia brasileira contemporânea premiados pela Funarte entre 2003 e 2005. A programação gratuita, sempre às terças-feiras, às 18h30, na Sala Sidney Miller, vai até dezembro. As próximas peças serão ‘O Santo Espantalho’, de Carlos Alberto Bitencourt, no dia 24; e ‘A filha do teatro’, de Luís Augusto da Veiga Reis, no dia 1º de outubro.
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Serviço:
Ciclo de Leituras Dramáticas
24 de setembro, às 18h30
O Santo Espantalho, de Carlos Alberto Bitencourt
Direção: Luiz Fernando Lobo
Com a participação de alunos de escolas de arte dramática e de jovens profissionais
1º de outubro, às 18h30
‘A filha do teatro’, de Luís Augusto da Veiga
Local: Sala Funarte Sidney Miller
Rua da Imprensa, 16 – Térreo – Palácio Gustavo Capanema
Centro – Rio de Janeiro (RJ)
(21) 2279 8012
Entrada gratuita