Com texto de João Dias Turchi e direção de Murillo Basso, o espetáculo Catálise estreia dia 8 – segundo sábado de fevereiro – na Sala Carlos Miranda do Complexo Cultural Funarte São Paulo.
A peça surgiu da vontade, compartilhada pelo autor com integrantes da Escola de Arte Dramática (EAD) e do Departamento de Artes Cênicas (CAC) da Universidade de São Paulo, de desenvolver uma pesquisa artística com foco na racionalidade dos estudos do cérebro.
Para além dos possíveis contatos entre teatro e ciência, o grupo investiga até onde as artes cênicas e a pesquisa estética podem propor rupturas a um padrão de comportamento que cresce a galope nos dias de hoje: o da “medicalização” da vida e dos sentimentos. Cada vez mais, a depressão, a dor e o sofrimento são considerados meros desequilíbrios químicos do sistema nervoso.
Os artistas lembram, entretanto, que os mais recentes estudos neurocientíficos acenam para outra perspectiva: o cérebro humano não é uma estrutura “fechada, engessada e determinante”, mas sim “aberta, plástica” e capaz de se relacionar com os acontecimentos.
Na trama, uma família participa voluntariamente de uma pesquisa científica que testará reações do sistema nervoso a estímulos externos, para compreender como as sensações são biologicamente criadas. Como se estivesse por trás do vidro espelhado de uma sala de pesquisa, o público torna-se cúmplice e, ao mesmo tempo, parte deste experimento.
Em Catálise, “ciência e memória são igualmente ficções”. Tanto os atores como o público se transportam, durante o espetáculo, “a novos ritmos e novas possibilidades de existência”. Fatos que os personagens são obrigados a reviver como memórias põem em xeque ficção e realidade, “possibilitando a fabulação e novamente a subversão de descobertas científicas”.
Sobre o autor: João Dias Turchi nasceu em Goiânia (GO) e mudou-se para São Paulo em 2007 para cursar direito na Universidade de São Paulo. Desde a faculdade, sua identificação era maior com arte e cultura do que com ciências jurídicas. Em 2010, morou em Londres, onde cursou Law, Culture and Communication na King’s College. Atualmente, trabalha com direito do entretenimento e produção cultural, como coordenador de projetos do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP). Paralelamente, realizou um curso de roteiro no SENAC, sendo também selecionado para integrar a 4ª turma do Núcleo de Dramaturgia SESI-British Council. Sua primeira peça, Máquina de escrever reticências, foi a selecionada para encenação, entrando em temporada no Centro Cultural Ruth Cardoso por três meses. Foi, ainda, convidado a desenvolver uma performance para ser encenada no Festival Satyrianas 2012, chamada Um pulmão e meio.
Sobre o diretor – Murillo Basso é bacharel em Direção Teatral pela Universidade de São Paulo. Em 2011 dirigiu, orientado por Cibele Forjaz, Woizeck, Exercício Cênico, no Departamento de Artes Cênicas da USP. A partir daí, foi assistente de direção de Máquina de escrever reticências (2012),e diretor de Um pulmão e meio (2012), ambas de João Dias Turchi (SESI- SP). Dirigiu, também, OFF_elia (2012), espetáculo de dança-teatro livremente inspirado em Hamlet, de Shakespeare. Sua experiência como ator teve início em 2010, e abrange os espetáculos Eleutheria (2013), de Samuel Beckett, com direção de Isabel Teixeira; Cuidado: Garoto Apaixonado (2013), de Toni Brandão, dirigido por Flávia Garrafa, Vorazcidade (2013), com direção de Mônica Montenegro e Silvana Garcia; O jardim das cerejeiras (2012), de Anton Tchekhov; e Hamlet. Peça Coração (2011), com direção de Elisabete Dorgam, entre outros.
Espetáculo: Catálise
De 8 a 23 de fevereiro | Sábados, 21h; domingos, 20h
Texto: João Dias Turchi | Direção: Murillo Basso | Elenco: Caroline Duarte, Carla Zanini, Eduardo Cesar, Renan Ferreira e Victor Mendes | Direção de arte: Artur Abe | Iluminação: Rafael Souza Lopes | Orientação: Antônio Araújo
Recomendação etária: 14 anos | Duração: 60min
Ingressos: R$20 (meia: R$10) A bilheteria abre uma hora antes do início do espetáculo – um ingresso por pessoa. Pagamentos apenas em cheque ou dinheiro.