O cantor e compositor João Bosco fez nesta quinta (24), na Sala Sidney Miller, Centro do Rio, a primeira de suas duas apresentações na programação do projeto ‘Música no Capanema’, da Fundação Nacional de Artes. Para os fãs que lotaram o espaço, o músico mesclou clássicos de seu repertório com composições mais recentes e contou saborosas histórias, vividas com seus parceiros nestes 40 anos de trajetória. A segunda apresentação do cantor mineiro é nesta sexta, 25, às 18h30. A entrada é franca e os ingressos devem ser retirados na bilheteria, 30 minutos antes do show.
João Bosco abriu a noite com De frente pro crime e, em seguida, lembrou do projeto Seis e Meia – idealizado pelo produtor Hermínio Bello de Carvalho –, que estreou com Clementina de Jesus, em fins dos anos 1970, no Teatro João Caetano. Depois, o músico interpretou O Mestre Sala dos Mares e Incompatibilidade de Gênios. Antes de cantar Bom Tempo, João enalteceu a composição de Chico Buarque e lembrou de seu pai também tricolor como Chico – “meu pai ia adorar ouvir esse samba”. O músico ainda contou como escolheu o Flamengo como time e falou sobre a conversa com Chico para alterar o verso – Satisfeito, a alegria batendo no peito / O radinho contando direito / A vitória do meu tricolor –, que ele como rubro-negro mudou para ‘seu’.
O músico mineiro também falou da amizade com Vinicius de Moraes, que lhe apresentou muitas pessoas do meio musical, quando veio de Minas para o Rio de Janeiro. E lembrou do primeiro sucesso, Bala com Bala, gravado por Elis Regina em 1972 e que lhe abriu as portas na carreira. João Bosco contou, ainda, sobre sua primeira gravação: um compacto encartado no semanário O Pasquim, com a composição Agnus Sei, de sua autoria, e que trazia no outro lado Águas de Março, de Tom Jobim. “Chamo de minhas águas de batismo”, disse o músico sobre a célebre composição do maestro que o batizou na profissão.
No show, que durou pouco menos de duas horas, João Bosco interpretou também Água de Beber (Tom Jobim); O bêbado e a equilibrista; Corsário (Bosco/ Aldir Blanc); Memória da Pele (J. Bosco/ W. Salomão); Jade (J. Bosco); Papel Machê (J. Bosco/ Capinan); Vatapá (Dorival Caymmi), Agnus Sei (J. Bosco); Águas de Março (Tom Jobim); Nação (J.Bosco/ A. Blanc/ Paulo Emilio), além de outras. Sempre acompanhado da plateia nas suas composições, João Bosco mostrou ao violão belos arranjos com o virtuosismo que faz dele um dos mais representativos nomes da música brasileira.