O ator Marco Nanini estreia, no Teatro Dulcina, no Rio, o espetáculo ‘Beije Minha Lápide’, que narra a história de um fã ardoroso de Oscar Wilde, preso depois de quebrar a barreira de vidro que isola o túmulo do escritor em um cemitério de Paris. A peça fica em cartaz de 11 a 26 de outubro, de sexta a domingo (exceto dia 10), sempre às 19h. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). A montagem é uma das atrações do projeto Dulcinavista, responsável pela programação do espaço da Funarte até novembro.
Nanini interpreta o fã (Bala) e, além dele, integram o elenco Carolina Pismel (advogada de Bala), Júlia Marini (filha do prisioneiro) e Paulo Verlings (carcereiro). O texto de Jô Bilac é inspirado em fatos reais: a proteção da sepultura de Wilde existe mesmo e foi colocada por causa do ritual que os fãs faziam ao visitar o local e beijar a lápide. O espetáculo é dirigido por Bel Garcia e produzido por Fernando Libonati.
Outra atração do mês de outubro é a [mostra hífen de pesquisa-cena]. O Teatro Dulcina é um dos quatro espaços, no Rio de Janeiro, que recebe o evento, de 1º de outubro a 2 de novembro. Em sua segunda edição e com uma programação inédita e gratuita, a Mostra aposta num formato diferenciado, marcado pelo desdobramento da criação artística para além de sua mera exibição, estabelecendo conexões entre a obra e o espectador, entre o artista e a cidade, entre espaços públicos e privados. A Mostra é realizada pela companhia Teatro Inominável e pelo Instituto Galpão Gamboa, e vai ocupar também o Teatro Glaucio Gil, o Reduto e o Galpão Gamboa.
A programação da Mostra, desde a primeira edição, em 2012, se divide em quatro abas. São elas:
Processo-Aberto – criações cênicas ainda em sala de ensaio que abrem seus processos de criação para o público presente, compartilhando indagações e procedimentos criativos com interesse de desbravar os diferentes mecanismos para a criação artística;
Pesquisa-Cena – espetáculos teatrais que, em sua essência, articulam vasta pesquisa e investigação cênico-dramatúrgica, criados por novas companhias e jovens atores, dramaturgos e encenadores;
Curto-Circuito – encontros com artistas e pesquisadores que dialogam sobre a produção artística contemporânea junto ao público, a partir de implicações trazidas previamente pela curadoria da mostra e também provocações nascidas no momento da conversa;
Performance – ações criadas especialmente para a mostra que tensionam as indagações do hífen de cada edição: primeira edição (universidade-cidade) e segunda edição (privado-público).
Nesta segunda edição, além de três ‘ processo-aberto’, oito ‘pesquisa-cena’, dois ‘curto-circuito’ e cinco ‘performance’, a mostra ainda contará com a presença de cinco dramaturgos, de cinco estados do Brasil, que produzirão escritas presenciais em resposta a cada atração da mostra.
Serviço
Espetáculo ‘Beije Minha Lápide’
Com Marco Nanini e elenco
De 11 a 26 de outubro, sexta a domingo, sempre às 19h
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Duração: 80 minutos
Classificação Indicativa: 16 anos
Ficha técnica
Texto: Jô Bilac
Direção: Bel Garcia
Assistência de Direção: Raquel André
Elenco: Marco Nanini, Carolina Pismel, Júlia Marini e Paulo Verlings
Produzido por Fernando Libonati
Idealização: Marco Nanini e Felipe Hirsch
Figurino: Antônio Guedes
Iluminação: Beto Bruel
Cenografia: Daniela Thomas
Concepção e direção de vídeo: Júlio Parente e Raquel André
Videografismo: Júlio Parente
Trilha sonora: Rafael Rocha
Design Gráfico: Felipe Braga
Assessoria de Imprensa: Factoria Comunicação
Fotografia: Cabéra
Visagismo: Ricardo Moreno
Visagismo Marco Nanini: Graça Torres
Assistente de direção: Raquel André
[mostra hífen de pesquisa-cena] segunda edição
Entrada gratuita (senhas distribuídas 30 minutos antes)
1º de outubro, quarta, às 19h
O Processo – Teatro Voador Não Identificado (Rio de Janeiro/RJ)
Duração: entre 60 e 120 minutos
Classificação Indicativa: 18 anos
Sobre o processo-aberto
Formada em 2011 por alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Unirio), a companhia Teatro Voador Não Identificado abre a Mostra Hífen com o processo-aberto de seu novo espetáculo: “O Processo”, a partir do romance homônimo de Franz Kafka. Nesta obra, Kafka apresenta o personagem principal, Joseph K., preso, mas sem saber os motivos pelos quais foi acusado. A cada apresentação, um ator convidado vive o papel do protagonista, entrando em cena sem nunca ter ensaiado e sem conhecer o espetáculo, ao lado de um elenco fixo que conhece todas as regras do jogo. Na abertura da mostra, Diogo Liberano (integrante da companhia carioca Teatro Inominável e também curador da mostra) é o ator convidado para entrar – sem saber – nas engrenagens deste novo espetáculo.
Equipe de Criação
Teatro Voador Não Identificado (Rio de Janeiro/RJ)
Texto: Luiz Antonio Ribeiro, baseado na obra “O Processo” de Franz Kafka
Direção: Leandro Romano
Assistência de Direção: Julia Bernat
Elenco: Alonso Zerbinato, Amanda Grimaldi, Cirillo Luna, Daniel Passi, Larissa Siqueira da Cunha, Pedro Müller + 1 ator convidado
Cenografia, Figurino e Iluminação: Elsa Romero, Gaia Catta e Lia Maia
Produção Executiva: Renata Giardini
Realização: Teatro Voador Não Identificado
3 a 5 de outubro, sexta a domingo, às 19h
Parasitas – vai!ciadeteatro (Porto Alegre/RS)
Gênero: Drama
Duração: 60 minutos
Classificação Indicativa: 16 anos
Sobre a pesquisa-cena
Em 2010, um concurso destinado a jovens diretores porto-alegrenses é lançado pelo Goethe Institut. O diretor da companhia, João Pedro Madureira, inscreve-se no concurso e é premiado com o patrocínio para realização de uma encenação do texto ‘Parasitas’, do dramaturgo alemão Marius von Mayenburg. Com isso, a vai!ciadeteatro, de Porto Alegre, desenvolve seu segundo espetáculo: ‘Parasitas’; que trata das relações humanas e da maneira como as pessoas se colocam diante umas das outras, buscando exercer sua identidade. Não há espaço para a compreensão, mostrando o ser humano como individualista e solitário, porém muito dependente do outro. Cinco pessoas aproximadas por circunstâncias com as quais não podem lidar e das quais não podem escapar: Petrik é casado com Friederike, que está grávida e é irmã de Betsi, esposa de Ringo, que foi atropelado por Multscher e ficou paraplégico. Ringo quer continuar; Multscher quer alguém; Betsi quer ir à praia; Petrik quer ser uma cobra e Friederike quer morrer.
Equipe de Criação
vai!ciadeteatro (Porto Alegre/RS)
Texto: Marius Von Mayenburg
Direção: João Pedro Madureira
Concepção: João Pedro Madureira e Maria Luíza Sá e Madureira
Elenco: Francisco Gick, Laura Leão, Leo Maciel, Patrícia Soso e Priscilla Colombi
Cenário: Leonardo Fanzelau
Figurino: Daniel Lion
Iluminação: Casemiro Azevedo
Iluminação Mostra Hífen: Lívia Ataíde
Maquiagem: Taidje Gut
Produção: Laura Leão
15 e 16 de outubro, quarta e quinta, às 19h
O Último Godot – Cia em Branco e Preto (Rio de Janeiro/RJ)
Gênero: Tragicomédia
Duração: 55 minutos
Classificação Indicativa: 12 anos
Sobre a pesquisa-cena
Peça do autor romeno contemporâneo radicado na França, Matéi Visniec, ‘O Último Godot’ propõe o encontro entre Samuel Beckett e Godot, autor e personagem fictício, numa espécie de embate entre deuses, revelando o onipresente existencialismo definidor de criador e criatura, diante da iminente morte do teatro. Esse encontro é pretexto para uma discussão que também aborda outras questões como a transformação potencial de cada cidadão através de um olhar mais sensível sobre o outro, e da necessidade humana da auto-representação para sobreviver como indivíduo. A Cia em Branco e Preto, que teve início em 2012, reúne estudantes e ex-alunos recém-formados pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio).
Equipe de Criação
Cia em Branco e Preto (Rio de Janeiro/RJ)
Texto: Matéi Visniec
Direção: Maíra Kestenberg
Elenco: Phellipe Azevedo e Ricardo Rocha
Cenografia: Paula Cruz
Figurino: Aline Besouro e Manoella Moura
Caracterização: Lucimar Ferreira
Desenho de luz: Pedro Struchiner
Treinamento de Comicidade: Lucas Castelo Branco
22 e 23 de outubro, quarta e quinta, às 19h
Congresso Internacional do Medo – Grace Passô (Rio de Janeiro/RJ)
Gênero: Drama
Duração: 60 minutos
Classificação Indicativa: 16 anos
Sobre a pesquisa-cena
Nascido como montagem curricular do curso de Direção Teatral da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o espetáculo ‘Congresso Internacional do Medo’ é realismo fantástico. A música é personagem, organismo vivo, pulsante, gerado em cena. Convidados vindos de lugares distantes do mundo integram este Encontro Internacional na tentativa de conceituar algumas questões que dizem respeito à humanidade. Dentre as conclusões tiradas, está a amedrontadora constatação de que somos efêmeros e provisórios.
Equipe de Criação
Dramaturgia: Grace Passô
Direção: Davi Palmeira
Orientação: Gabriela Lírio
Assistência de direção: Marianna Mugnaini
Elenco: Ana Paula Gomes, Gabriel Morais, Grasiela Müller, Jasmin Sanchez, João Vitor Novaes, Mariah Valeiras e Renan Guedes
Direção Musical: Grasiela Müller
Preparação Vocal: Veronica Machado
Direção de arte: Fabiana Mimura e Thainá Moura
Iluminação: Bruno Parisoto e Daniel Cintra
Produção: Diogo Villa Maior
29 de outubro, quarta, às 19h
Aberra – Aberratio Cia.Teatro (Rio de Janeiro/RJ)
Sobre o processo-aberto
Pesquisa textual e cênica que explora constituições e aberrações em relações maternais. Dramaturgia inédita investigada em sala de ensaio, ‘Aberra’ tem como estímulo quatro monstros de uma mesma família: mãe, filha precocemente morta, filha inesperadamente viva, filha tardiamente recém-nascida. Todas se domam e se cultivam. Trabalho autoral inspirado em fragmentos de textos de Franz Kafka e Clarice Lispector, realizado pela Aberratio Cia.Teatro, coletivo artístico carioca unido desde 2009.
Equipe de Criação
Aberratio Cia.Teatro (RJ)
Duração: entre 60 e 120 minutos
Classificação Indicativa: 16 anos
Texto e Direção: Marcela Andrade
Elenco: Aline Sampin, Carla Stank, Juliana Trimer e Lorrana Mousinho
Pesquisa Visual/Direção de arte: Jaqueline Sampin
31 de outubro, 1º e 2 de novembro, sexta a domingo, às 19h
Isso é Para a Dor – Primeira Campainha (Belo Horizonte/MG)
Gênero: Teatro do Absurdo
Duração: 65 minutos
Classificação Indicativa: 10 anos
Sobre a pesquisa-cena
A Primeira Campainha tem seus trabalhos marcados pela auto-ironia, linguagem ágil e pelo deboche. Já o autor Byron O`Neill tem conquistado reconhecimento através de uma produção que, mesmo contemporânea, mantém forte diálogo com o absurdo de Samuel Beckett e Eugene Ionesco. ‘Isso é para dor’ é ambientado em um local indefinido, mas secreto, e mostra mulheres entre a tensão da catástrofe e o tédio da desesperança. No limite da agonia de uma espera melancólica, Benjamim, Shyrley e Vonda ensaiam sobre a vida em um mundo que desmorona. O resultado do encontro de Byron com a Primeira Campainha é um teatro de densidade e sátira, do pop e do absurdo, atemporal e contemporâneo.
Equipe de Criação
Primeira Campainha (Belo Horizonte/MG)
Direção e dramaturgia: Byron O’Neill
Atuação: Mariana Blanco, Marina Arthuzzi e Marina Viana
Direção de Movimento: Guilherme Morais
Assistência: Assis Benevenuto
Cenário: Daniel Herthel
Figurino: Cynthia Paulino e Mariana Blanco
Iluminação: Jésus Lataliza e Sabará Orlan
Contra-regragem: Dayane Lacerda
Trilha Sonora: G.A. Barulhista e Ricardo Koctus
Coordenação de Produção: Marina Arthuzzi
Realização: Variável 5 e Primeira Campainha
O projeto Dulcinavista foi contemplado no Edital de Ocupação do Teatro Dulcina/2014, para o período de agosto a novembro
Teatro Dulcina
Rua Alcindo Guanabara, 17 – Cinelândia – Rio de Janeiro
(21) 2240- 4879