Funarte promove encontros entre o público e personalidades do teatro

A atriz Marília Pêra abre na próxima terça, 28 de outubro, às 19 horas, a série Diálogos com Amir Haddad, no Teatro Cacilda Becker, Zona Sul do Rio. Idealizado pelo Centro de Artes Cênicas da Fundação Nacional de Artes, o projeto propõe encontros entre personalidades do teatro brasileiro e o público. O condutor da conversa é o diretor Amir Haddad. Os outros convidados são a atriz Renata Sorrah e os diretores José Celso Martinez Corrêa e Aderbal Freire Filho.

Nos encontros, os profissionais de teatro serão entrevistados por Haddad sobre suas experiências na arte teatral, a trajetória na carreira, a troca com outros colegas de ofício, além de falarem sobre trabalhos, incluindo os mais recentes. Diálogos com Amir Haddad pretende transmitir ao público o processo criativo dos artistas entrevistados,  sob a ótica de Amir Haddad, diretor que passou por diversas fases do teatro brasileiro, experimentando variados estilos, desde o teatro tradicional ao teatro de rua.

A Fundação Nacional de Artes irá gravar e editar as quatro entrevistas que serão disponibilizadas, posteriormente, no portal da instituição para acesso como fonte de pesquisa e informação. As entrevistas serão realizadas no Rio de Janeiro, no Teatro Cacilda Becker, no Largo do Machado; e na cidade de São Paulo, no Teatro Oficina. Os encontros serão sempre as terças, às 19 horas, e a entrada é gratuita.

Sobre Amir Haddad
Diretor e ator, iniciou a carreira em grupos alternativos na década de 1970, fundamentando seu trabalho na disposição não convencional da cena; desconstrução da dramaturgia; utilização aberta dos espaços cênicos; e interação entre atores e público. Nos anos 50, com José Celso Martinez Corrêa e Renato Borghi, participa da criação do Teatro Oficina (SP). Com A Incubadeira, de José Celso Martinez Corrêa (1959), ganha seu primeiro prêmio na direção. Depois, é premiado com dois Molière: A Construção, de Altimar Pimentel (1969) e O Marido Vai à Caça, de Georges Feydeau (1970). Com Tango, de Slawomir Mrozec (1972), recebe o prêmio Governador do Estado do Rio de Janeiro. Em 1980, funda o Tá na Rua, fazendo apresentações de rua baseadas em cenas de criação coletiva. Realiza trabalhos no teatro comercial, que lhe valem o Prêmio Shell (Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come, de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar/1989) e o Prêmio Sharp (O Mercador de Veneza, de Shakespeare/1996). Tem atuações também como professor na Escola de Teatro do Pará (1961 a 1964); Escola de Teatro da Universidade do Rio de Janeiro (1966 a 1973), e na Escola de Teatro Martins Pena (1965 e 1978). Trabalha na Formação do Núcleo de Teatro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1992 a 1995), além de aplicar cursos em eventos de artes cênicas no país e no exterior, sendo, inclusive, pedagogo convidado da Escola Internacional de Teatro Latino-Americano e Caribe, em Havana.

Sobre os convidados
Marília Pêra
Filha dos atores Dinorah Marzullo Pêra e Manoel Pêra, Marília estreou na tragédia grega Medéia, aos quatro anos. Jovem, se apresentou dançando em My fair lady, com Bibi Ferreira e Paulo Autran. Em mais de 60 anos de carreira, transitou por todos os gêneros teatrais – tragédia, comédia, drama e musical. Brincando em cima daquilo (1984a 1986); Mademoiselle Chanel (2004 a 2007), com temporada em Paris; Apareceu a Margarida (1994) e Master Class (1996/1997) estão entre seus sucessos no teatro. Em televisão, já atuou em novelas, minisséries, humorísticos, especiais e seriados. Seu personagem mais recente foi Darlene no seriado Pé na cova, na TV Globo. No cinema, são quase 30 longas-metragens, com destaque para a prostituta Suely de Pixote, a lei do mais fraco. Atriz premiada tanto no teatro como no cinema, Marília é também diretora de teatro e shows, coreógrafa, bailarina e cantora.

José Celso Martinez Corrêa
O diretor, autor e ator paulista é um dos mais importantes encenadores brasileiros. Seu trabalho tem destaque na década de 1960, como líder do Teatro Oficina, onde desenvolveu montagens, baseadas no método Stanislavski,consideradas antológicas, tais como O Rei da Vela, Na Selva das Cidades e Pequenos Burgueses, este último lhe rendeu todos os prêmios de melhor direção do ano. Nesse período, muda seu trabalho para o teatro épico de Bertolt Brecht, e o Oficina firma posição contra a perseguição e violência do regime militar à época. Nos anos 1970, vivencia as experiências da contracultura, transformando-se em líder de uma comunidade teatral e das montagens de suas criações coletivas, e num dos ícones da Tropicália. Nos anos 90, reorganiza a companhia e propõe interação constante entre vida e teatro.Encena Ham-let, inspirado na obra de William Shakespeare, ganhando os prêmios Shell e Mambembe de melhor direção. A montagem reinaugura o Teatro Oficina, fechado desde 1974, com reforma assinada pela arquiteta Lina Bo Bardi, transformando-o numa “rua cultural”. Monta: Mistérios Gozozos, de Oswald de Andrade; As Bacantes, de Eurípides ;Para Dar Um Fim no Juízo de Deus, de Antonin Artaud; Ela, de Jean Genet; Taniko, o Rito do Vale, de Zenchiku e Cacilda!, texto premiado de sua autoria, livre biografia de Cacilda Becker; e Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues.

Renata Sorrah
Atriz e produtora, trabalhou com muitos diretores destacados na cena teatral, como Amir Haddad, João das Neves, Celso Nunes, Sérgio Britto, Ulysses Cruz, Gabriel Villela e Felipe Hirsch. Entre seus trabalhos mais importantes estão Antígone, de Sófocles; A Gaivota, de Anton Tchekhov; Há Vagas para Moças de Fino Trato, de Alcione Araújo; É… , de Millôr Fernandes. Por Afinal…Uma Mulher de Negócios, de Fassbinder e Os Veranistas, de Máximo Gorki, ambos com direção de Sérgio Britto, recebeu dois prêmios Molière consecutivos de melhor atriz. As Lágrimas Amargas de Petra von Kant, de Fassbinder; e Mary Stuart, de Schiller são outras montagens de destaque no teatro. Renata iniciou carreira na TV em 1969, na Rede Tupi, com a novela Um Gosto Amargo de Festa. Entre sua atuações marcantes no veículo estão Heleninha Roitman, em Vale Tudo (1988); e Nazaré Tedesco, de Senhora do Destino (2004). A atriz também atuou em muitos filmes do cinema nacional. Atualmente, interpreta a vilã Gláucia Beatriz, na novela Geração Brasil, da TV Globo.

Aderbal Freire Filho
Estreou em 1970 como ator em Diário de Um Louco, de Nikolai Gogol. Como diretor, a primeira montagem foi O Cordão Umbilical, de Mario Prata (1972); o primeiro sucesso, o monólogo Apareceu a Margarida, de Roberto Athayde (1973). No final dos anos 70, dirige montagens, inclusive de ópera, na Argentina, Uruguai, Holanda, Colômbia, e participa de festivais e mostras internacionais de teatro. Reativa o Teatro Glaucio Gill, no Rio, onde estreia A Mulher Carioca aos 22 Anos, recebendo o Prêmio Shell. Na década de 1980, realiza experiências com teatro de rua, em grandes montagens de dramas sacros e adaptações para Machado de Assis e Carlos Drummond de Andrade. Moço em Estado de Sítio (1981), de Oduvaldo Vianna Filho, inicia uma fase criativa do diretor na busca pela teatralidade com o elenco tomando o texto teatral como eixo da criação. Besame Mucho, de Mario Prata (1983) lhe dá os prêmios Paulo Pontes e Mambembe; e Mão na Luva, de Oduvaldo Vianna Filho (1984), dois Mambembes e o Golfinho de Ouro. Nos anos 90, dedica-se a personagens históricos: Lampião, dele próprio; O Tiro Que Mudou a História, sobre Getúlio Vargas; e Tiradentes, Inconfidência no Rio, ambos dele e de Carlos Eduardo Novaes. Quatro anos depois, assume o Teatro Carlos Gomes, onde realiza, entre outros, Senhora dos Afogados, de Nelson Rodrigues. Também tem atuação como professor na CAL – Casa das Artes de Laranjeiras, na Escola de Teatro Martins Pena e na Faculdade de Letras da UFRJ. Na Escola de Comunicação da UFRJ, coordena um curso de pós-graduação lato sensu.

Diálogos com Amir Haddad

Programação:

28 de outubro, às 19h
Entrevistada: Marília Pêra
Local: Teatro Cacilda Becker

4 de novembro, às 19h
Entrevistado: José Celso Martinez Correa
Local: Teatro Oficina

11  de novembro, às 19h
Entrevistada: Renata Sorrah
Local: Teatro Cacilda Becker

18 de novembro, às 19h
Entrevistado: Aderbal Freire Filho
Local: Teatro Cacilda Becker

Teatro Cacilda Becker
Rua do Catete, 338
Largo do Machado – Rio de Janeiro (RJ)
(21) 2265-9933

Teatro Oficina
R. Jaceguai, 520
Bela Vista – São Paulo (SP)
(11) 3104-0678

*Entrada franca, sujeita à lotação.

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