Dança ‘Lâmina’ volta à Funarte SP, em curtíssima temporada

Wellington Duarte dirige 'Lâmina', na Funarte SP. Foto: Keiny Andrade

Quem não conseguiu assistir ao espetáculo de dança Lâmina, apresentado de 21 a 23 de novembro na Sala Renée Gumiel da Funarte SP, ainda pode fazê-lo neste final de ano. A obra volta ao Complexo Cultural para mais seis sessões, entre 28 de novembro e 7 de dezembro, agora na Sala Arquimedes Ribeiro.

Esta nova criação do bailarino e coreógrafo Wellington Duarte integra o projeto A soma infinita de seus possíveis, contemplado na 15ª edição do Programa Municipal de Fomento à Dança de São Paulo. O trabalho, que estreou em outubro no Instituto Cultural Capobianco, em São Paulo, toma por base o romance O inominável, do dramaturgo irlandês Samuel Beckett, e o conceito de “desastre” do escritor e filósofo francês Maurice Blanchot.

Os questionamentos nascidos da leitura destes dois autores por Wellington Duarte dão origem a uma coreografia onde a tensão entre corpo, música, luz e espaço cenográfico é constante. Lâmina é um espetáculo com movimentos bem definidos, mas também com “uma permanente necessidade de investigação e comprometimento dos intérpretes”, define Duarte. A composição recebe, ainda, intervenções dramatúrgicas dos artistas da dança Ângela Nolf, Cássio Santiago, Daniel Kairoz e Luís Ferron.

Toda a tensão da obro se materializa no cenário com a presença, inspirada no escultor Charles Ray, de uma lâmina de papelão cinza sobre o linóleo. O adereço não toca o chão e é totalmente preenchido por refletores que não iluminam diretamente nenhum dos integrantes do elenco, como um reforço à sua condição de não-personagens. Ainda segundo o coreógrafo, a trilha sonora criada especialmente por Rodolfo Valente “exerce seu próprio movimento” no espaço.

Wellington Duarte tem um vasto repertório de obras inspiradas em literatura e filosofia. É autor, entre outras, das peças Cantos (1990), em parceria com Patrícia Noronha, inspirado no livro Cantos de Maldoror, de Lautreamont; Tragédia brasileira (1995), inspirado no poema de Manuel Bandeira; Ascese – Pequeno tratado sobre o abismo ou O jardim das rochas (2005), em parceria com Zélia Monteiro e Marcos Sobrinho, a partir do livro Ascese, de Nikos Kazantizakis (2005); e Rútilo Nada (2010) criado em parceria com Daniel Fagundes e Donizeti Mazonas, a partir da novela homônima de Hilda Hilst, da obra do Francis Bacon e do ensaio O amigo, de Giorgio Agamben.

Espetáculo: Lâmina
De 28 de novembro a 7 de dezembro | De sexta a sábado, às 20h; domingo, às 19h

Direção: Wellington Duarte | Elenco: Gabriel Brito Nunes, Joana Ferraz, Josefa Pereira, Leandro de Souza, Márcio Araújo e Suiá Burger Ferlauto |Intervenções dramatúrgicas: Angela Nolf, Cássio Santiago e Luís Ferron | Música: Rodolfo Valente
Duração: 50min | Recomendação etária: 16 anos
Ingressos: R$10 (meia: R$5). Bilheteria abre uma hora antes do espetáculo – um ingresso por pessoa

Sala Arquimedes Ribeiro do Complexo Cultural Funarte São Paulo. Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos, São Paulo, SP. Tel (11) 3662-5177

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