‘O outro Van Gogh’ é uma das atrações do Teatro Plínio Marcos, em Brasília

O projeto BR-040 Práticas de Proximidade encerra, em março, a ocupação do Teatro Plínio Marcos, em Brasília, com programação variada e a preços populares. Nos dias 7 e 8 de março, o espaço da Funarte recebe “Os Serrenhos do Caldeirão, Exercícios em Antropologia Ficcional”, apontado como um dos melhores espetáculos de dança de 2014. O trabalho aborda a desertificação de uma serra na região do Algarve, em Portugal, e utiliza tanto vídeos captados pela artista Vera Mantero como material recolhidos, durante os anos 1960 e 70, pelo etnomusicólogo Michel Giacometti. A turnê no Brasil tem o apoio da Embaixada de Portugal no Brasil/Centro Cultural Português (CCP) – Brasília e do Instituto Camões (Camões I.P.).

Outros destaques desta temporada são: “O outro Van Gogh”, que será apresentado nos dias 14 e 15 de março e é baseado nas famosas cartas trocadas entre o pintor e seu irmão, Theo, ambos interpretados pelo ator Fernando Eiras; e “Autópsia 1 e 2”, adaptações da obra do dramaturgo Plínio Marcos articuladas em um espetáculo que se divide em duas partes, em cartaz de 20 a 22 de março. Já o espetáculo “Couve Flor” discute novos formatos de convivência e organização familiar. O texto é de Rosyane Trotta e a montagem será apresentada de 26 a 29 de março. Nos dias 28 e 29, a performer Mayara Yamada, nascida e criada em Belém do Pará e hoje residente no Rio de Janeiro, parte de dados de sua própria biografia para tratar de temas como o regime de patriarcado, a manutenção do vínculo familiar, a distância afetiva-territorial, o uso de drogas e a doma do corpo em duas performances inéditas em Brasília: “Cowboy” e “Égux!”.

A programação traz também uma série de oficinas. Nos dias 5 e 6 de março, o Coletivo Transverso realiza a oficina “Intervenção Poética Participativa: Outras Escalas”, que tem como proposta utilizar as técnicas e linguagens do stencil e do lambe-lambe para criar conexões entre espaços e pessoas. Nos dias 12 e 13, Leonardo Villa-Forte ministra a “Oficina de Remix Literário + Paginário: o Texto Móvel”. Também estão programadas outras duas oficinas: “Auto-Oficina + Intervenção: Rádio Perambulante”, dias 19 e 20 de março; e a “Oficina Gratuita: Diagramas Móveis”, dias 18, 19, 21 e 22 de março.

Ainda no mês de março, no dia 25, o Cineclube Fagulha BR-040 exibe o documentário “Mobília em Casa”, de José Eduardo Belmonte; e dois curtas-metragens: “Ensaio de Cinema”, de Allan Ribeiro; e “Max Uber”, de André Amparo.

Sobre o projeto de ocupação BR-040

Contemplado no Edital de Ocupação do Teatro Plínio Marcos, em Brasília (DF), o projeto BR-040 Práticas de Proximidade consiste em uma extensa programação de teatro, filmes, dança, artes visuais, shows, circo, debates e atividades formativas, criados no Rio de Janeiro ou no Distrito Federal. Assim como a estrada que dá nome ao projeto, o BR-040 tem como objetivo reduzir a distância entre as cenas culturais das duas unidades federativas. A iniciativa é do coletivo Brecha – um núcleo carioca de pesquisa e criação em artes. Os ingressos têm preços populares ou entrada franca.

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Serviço

Intervenção Poética Participativa: Outras Escalas
Coletivo Transverso (DF)
5 e 6 de março, quinta e sexta, das 13h às 18h
Livre
Gratuito
Inscrições em mail.br040@gmail.com com o assunto INSCRIÇÃO OFICINA COMUNICAÇÃO DE LARGA ESCALA

O Coletivo Transverso dá sequência à série de oficinas em parceria com o Brecha e o projeto BR-040, partindo de uma reflexão sobre comunicação de larga escala. Desta vez, a proposta é utilizar as técnicas e linguagens do stencil e do lambe-lambe para criar diálogos mais efetivos entre espaços e passantes do Setor de Divulgação Cultural. Nesta oficina, a proposta é criar conexões e contextos orientados pela proximidade, trilhas reais e imaginárias entre espaços e pessoas.

Os Serrenhos do Caldeirão, Exercícios em Antropologia Ficcional
De Vera Mantero (Portugal)
7 e 8 de março
Horário: sábado, às 21h | domingo, às 20h
Duração: 70 minutos
Classificação: Livre
Ingresso: R$20 (inteira)
As primeiras 10 pessoas que chegarem de bike entram de graça, as próximas R$ 5

Sinopse
Inédito em Brasília e considerado como um dos dez melhores espetáculos de dança apresentados no Brasil em 2014, “Os Serrenhos do Caldeirão, Exercícios em Antropologia Ficcional” foi criado em 2012 e aborda a desertificação de uma serra na região do Algarve, em Portugal. O trabalho utiliza tanto vídeos captados pela artista como material recolhido pelo etnomusicólogo Michel Giacometti, em Portugal, durante os anos 1960 e 70. Segundo Mantero, “este espetáculo é uma viagem etnológica e um olhar sobre práticas de vida tradicionais e rurais numa ficção antropológica”.

A turnê no Brasil tem o apoio da Embaixada de Portugal no Brasil/Centro Cultural Português (CCP) – Brasília/Instituto Camões (Camões, I.P.)

Ficha técnica
Concepção e interpretação: Vera Mantero

Ficha técnica completa em www.brecha.com.br/br040

Oficina de Remix Literário + Paginário: o Texto Móvel
Leonardo Villa-Forte (RJ)
12 e 13 de março, quinta e sexta, das 13h às 18h
Livre | Gratuito

Inscrições em mail.br040@gmail.com com o assunto INSCRIÇÃO OFICINA REMIX LITERÁRIO (Limitado a 20 participantes)

A oficina tem como objetivo praticar uma relação física e não-tradicional com textos e livros. Serão propostas atividades de seleção, recorte, marcação e colagem com os textos, verdadeiras intervenções em seus conteúdos e formas, criando novos trabalhos. Serão criados também textos em colaboração, utilizando materiais como documentos pessoais, recibos, contas, notas fiscais, etc. A oficina proporciona uma relação que não enxerga a literatura como algo sagrado e distante, mas como algo sobre o qual podemos agir: a leitura como a construção de um percurso durante o qual o leitor exerce um ato de criação, a leitura como um ataque criativo aos livros. No segundo dia da oficina, será criado um Paginário na fachada do Teatro Plínio Marcos, um mural com as páginas selecionadas pelos participantes da oficina, um exercício de mixagem coletiva em interação com o espaço.

O outro Vang Gogh
Com Fernando Eiras
14 e 15 de março
Horário: sab 21h | dom 20h
Duração: 70 minutos
Classificação: 14 anos
Ingresso: R$20 (As primeiras 10 pessoas que chegarem de bike entram de graça, as próximas R$ 5)

Sinopse
O outro Van Gogh, com Fernando Eiras e direção de Paulo de Moraes, é baseado nas famosas cartas trocadas entre Vincent Van Gogh e seu irmão, Theo Van Gogh, no período entre 1872 e 1890. Com texto de Mauricio Arruda Mendonça, a peça se passa logo após a morte do pintor, em uma narrativa repleta de emoções, onde Vincent e Theo, ambos interpretados por Eiras, se alternam em um diálogo que os entrelaça e redime como se fossem uma só pessoa.

Ficha técnica reduzida:
Texto: Maurício Arruda de Mendonça
Direção: Paulo de Moraes
Com Fernando Eiras

Ficha técnica completa em www.brecha.com.br/br040

Auto-Oficina + Intervenção: Rádio Perambulante
Lopes, Brecha (RJ)
19 e 20 de março, quinta e sexta, das 10h às 20h
Livre | Gratuito

Inscrições em mail.br040@gmail.com com o assunto INSCRIÇÃO OFICINA RÁDIO PERAMBULANTE (Limitado a 10 participantes)

A oficina propõe a criação e construção coletivas de uma bicicleta multimídia e a realização da intervenção Rádio Perambulante nas proximidades do Complexo Funarte e Eixo Monumental, até a Rodoviária do Plano Piloto. No primeiro dia, serão apresentados ideias e projetos para a criação da bicicleta multimídia – construção de alto-falantes, escolha da melhor fonte de energia, avaliação do peso e necessidade dos equipamentos etc. A bicicleta começa a ser construída já no primeiro dia. No segundo dia, a construçao da bicicleta será concluída e será apresentada a proposta da Rádio Perambulante. Munidos de nossa bicicleta multimídia, criaremos uma rádio sobre rodas programada através das trocas musicais com os sujeitos que habitam e circulam nas ruas e avenidas do centro do Plano Piloto.

Oficina Gratuita: Diagramas Móveis
Patrick Sampaio, Brecha (RJ)
18, 19, 21 e 22 de março – quarta, quinta, sábado e domingo
Horário: 15h às 18h
Classificação: 18 anos
Gratuito, com vagas limitadas

Segundo e último módulo do compartilhamento das metodologias de criação utilizadas pelo Brecha, o laboratório tem como objetivo o aprofundamento das experiências iniciadas em fevereiro com a técnica dos “Viewpoints”.

Desenvolvida nos laboratórios do Brecha, a partir de 2013, a prática com os Diagramas Móveis busca apreender operações cênico-performativas de maneira a torná-las mixáveis e colecionáveis, ou ainda, que seja possível perceber diagramas sígnicos, estéticos, operativos, se movendo entre diferentes experimentos, obras, referências. Os “Diagramas” abrem acesso para novas compreensões dos processos de autoria e articulação da cena na contemporaneidade, além de materializarem ferramentas objetivas para treinamento e experimentação balizados.

Patrick Sampaio é artista pesquisador da cena com investigações e trabalhos que friccionam teatro, dança, música, intervenção urbana e desenho de processos em rede. É diretor artístico do Brecha, onde atua como propositor de investigações estéticas e formativas com ênfase em “Viewpoints Technique” e dimensão multidisciplinar da criação. Desde 2009, é artista residente da sede do AMOK TEATRO, figurando como um dos principais pesquisadores da técnica dos viewpoints no país. Formulou e desenvolve a hipótese metodológica dos DIAGRAMAS MÓVEIS.

Como participar

Envie currículo para contato@brecha.com.br com o assunto “Oficina Diagramas Móveis”

Autópsia 1 e 2
Sutil Ato (DF)
20, 21 e 22 de março
Sexta, sábado e domingo; às 19h e 21h
Classificação: 18 anos
Duração: 85 e 60 minutos
Ingresso: R$ 20 (inteira)
(As primeiras 10 pessoas que chegarem de bike entram de graça, as próximas R$ 5)

No dia 22 de março, espetáculos acessíveis para deficientes auditivos atráves de libras.

Autópsia é uma homenagem a Plínio Marcos, um dos maiores e mais importantes nomes da dramaturgia nacional. O espetáculo, que é o primeiro trabalho do Grupo Sutil Ato para além de uma dramaturgia autoral, é uma adaptação de cinco clássicos do escritor articuladas em um espetáculo que se divide em duas partes. (Assista as duas!)

Autópsia I reúne trechos de Navalha na Carne, Querô, Uma Reportagem Maldita, Dois Perdidos numa Noite Suja, Abajur Lilás e Quando as Máquinas Param. Em Autópsia II, os trechos escolhidos são de Dois Perdidos numa Noite Suja e Abajur Lilás.

Selecionado para se apresentar no Festival Internacional de Brasília Cena Contemporânea 2014, foi considerado pelo público e crítica como o melhor espetáculo brasiliense na mostra. A peça realizou temporada em quatro cidades do Distrito Federal, tendo sido assistida por cerca de 2,5 mil pessoas.

Ficha técnica reduzida
Direção: Jonathan Andrade
Elenco: Alneiza Faria, Jeferson Alves, Maria Eugênia Félix, Mário Luz, Pedro Ribeiro, Regina Sant’Ana, Ricardo Brunswick e Shevan Lopes

Ficha técnica completa em www.brecha.com.br/br040

Cineclube Fagulha Br-040    
Fagulha Filmes (RJ)
25 de março, quarta
Horário: 20h
Duração aproximada: 130min
Classificação: Livre
Gratuito

Filmes:

Ensaio de Cinema, de Allan Ribeiro – RJ – 15 minutos
Max Uber, de André Amparo – MG – 15 minutos
Mobília em Casa
, Móveis Coloniais de Acaju e a cidade, de José Eduardo Belmonte – DF 75 minutos

Duração total da sessão: 110 minutos

Mais Informações sobre os filmes em www.brecha.com.br/br040

Ficha técnica:

Curadoria: Mariana Kaufman
Idealização: Mariana Kaufman e Jô Serfaty
Realização: Fagulha Filmes e Brecha

Couve-Flor
Brecha, Miúda e Rosyane Trotta
De 26 a 29 de março
Horário: qui a sab 21h | dom 20h
Duração: 75 minutos
Classificação: 18 anos
Ingresso: R$20
(As primeiras 10 pessoas que chegarem de bike entram de graça, as próximas: R$ 5)

Nos dias 26 e 27 de março, espetáculo acessível para deficientes auditivos atráves de libras.

Sinopse
Uma casa abriga cinco pessoas que se relacionam intimamente. Um jovem antropólogo busca famílias constituídas pelo afeto para fazer parte de sua pesquisa. A micro-sociedade, agora colocada sob uma lente de aumento, tenta se oferecer à apreciação enquanto escapa à decifração. Novos formatos de convivência e organização familiar, a proliferação de identidades cambiantes, a invenção de modos de existência são alguns dos elementos presentes em “Couve-Flor”.

Ficha técnica
Texto: Rosyane Trotta
Direção: Caio Riscado
Direção de Movimento: Luar Maria
Com Bel Flaksman, Clarisse Zarvos, Marília Nunes, Nathália Lima Verde, Patrick Sampaio e Sarah Lessa
Realização: Brecha, Miúda e Rosyane Trotta

Cowboy
Com a performer Mayara Yamada
Dia 28 de março
Horário: sábado 19h30
Duração: 40 minutos
Classificação: 18 anos
Gratuito
Foyer do Teatro

Cowboy é uma investigação cênico-performativa que utiliza a autoficcção como metodologia de construção dramatúrgica. A criação parte do tensionamento iminente ao sujeito deslocado de seu habitat natural. Para a performer Mayara Yamada, recriar o espaço da fazenda da sua infância no momento presente em que se encontra com o público é revisitar criticamente o passado a partir de uma perspectiva do presente. Na tentativa de se (re)confrontar com seus reflexos primeiros, a performer deposita na figura do pai o dispositivo narrativo de seu discurso. Através da relação “pai-filha”, questões mais amplas vão surgindo. Assim o discurso ora tem como interlocutor o próprio pai, ora comenta o pai como simulacro de um regime maior – o do patriarcado. A construção de verdades absolutas e de um tom assertivo sobre tais assuntos é impedida pela fricção entre crítica e afeto.

Égux!
Com a performer Mayara Yamada
Dia 29 de março
Horário: domingo, 18h30
Duração: 40 minutos
Classificação: 18 anos
Gratuito
Foyer do Teatro

Em Égux!, a pesquisa autobiográfica volta-se para o corpo e para o gênero, e o discurso transforma-se em um mecanismo de tomada de voz.  O espetáculo é um ritual-antrobubalino-profano de travessia e grito de libertação da égua, um rodeio-galope-passeio, um relincho louco grito de outras (todas?) as vozes, um desfile de moda pra éguxs lacrativas. É o descobrimento do ser-égua e derramamento além-linguagem, uma desconstrução-engorda para o não-abate. Em um processo de des-doma x, Égux! intenta destituir o homem de cima do cavalo para então libertar-se desejos pro golpe-galope livre e relinchar a voz da inconformidade.

Ficha técnica completa em www.brecha.com.br/br040

Teatro Plínio Marcos
Eixo Monumental, Lote II, Setor Divulgação Cultural
Brasília ( DF)
(61) 3322-2076

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