Ator, diretor de teatro e apresentador, Antônio Abujamra morreu nesta terça-feira, 28 de abril, em São Paulo. O corpo foi encontrado em sua casa e, segundo a família, ele morreu enquanto dormia. Nascido em Ourinhos, no interior do estado, Abujamra tinha 82 anos e era reconhecido por sua personalidade artística inquieta, irreverente e eclética. Um dos nomes mais respeitados do teatro brasileiro, ele apresentava, desde 2000, o programa de entrevistas Provocações, na TV Cultura.
Antônio Abujamra era formado em filosofia e jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUC/RS e iniciou sua carreira como crítico e diretor teatral. Ainda na faculdade, entre 1955 e 1958, fez suas primeiras incursões como ator e diretor em O Marinheiro, de Fernando Pessoa; O Caso das Petúnias, de Tennessee Williams; e A Cantora Careca e A Lição, de Eugène Ionesco, entre outras montagens. A estreia profissional foi em 1961, no Teatro Cacilda Becker, em São Paulo, como diretor de Raízes, de Arnold Wesker; e no Teatro Oficina, com José, do Parto à Sepultura, de Augusto Boal.
Em 1963, ao lado de Antônio Ghigonetto e Emílio Di Biasi, fundou o Grupo Decisão, com a proposta de disseminar o teatro político de Brecht. Na década de 1970, após várias intervenções da ditadura em suas peças, aliou-se ao teatro de resistência e, em 1975, dirigiu Antônio Fagundes no monólogo Muro de Arrimo, de Carlos Queiroz Telles. Nos anos 1980, Abujamra se dedicou ao projeto de recuperar o Teatro Brasileiro de Comédia – TBC. Na televisão, uma das interpretações de maior destaque foi como o bruxo Ravengar, o vilão da novela Que Rei Sou Eu?, da Rede Globo.