“A Cultura tem que estar no centro de um projeto de Brasil contemporâneo. O Estado precisa olhar para o valor simbólico e também para o grande potencial econômico da rica cultura brasileira. É por aí, estimulando a economia da cultura, que o Brasil vai conseguir entrar em um novo ciclo de desenvolvimento”. Com essas palavras, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, lançou, nesta sexta-feira (24), nove editais de abrangência nacional, nas áreas de artes visuais, circo, dança, música e teatro, que irão contemplar 354 projetos. Serão investidos, no total, R$ 26,5 milhões.
“Ao darmos continuidade à política de fomento empreendida por meio dos Prêmios Funarte, objetivamos desenvolver e fortalecer o capital simbólico nacional para que o Estado brasileiro se democratize na instância da Cultura. Por isso, nossa preocupação em fortalecer igualmente todas as linguagens das Artes”, afirmou o ministro. “Ao alargar o conceito de Cultura, precisamos também alargar o conceito de arte sem nos estagnar mesmo diante destes períodos de crise econômica. A área cultural tem a responsabilidade de enriquecer o projeto político brasileiro, pois a economia de hoje anda de braços dados com o simbólico. E é este o nosso projeto”, completou.
Durante seu discurso, Juca Ferreira lembrou, ainda, os esforços dos últimos anos feitos pelo Ministério da Cultura (MinC) para fortalecer os processos culturais do País, especialmente na área sociocultural, e disse que agora, nesta sua segunda gestão, o ministério precisa fortalecer as artes, que ficaram em segundo plano na primeira fase do projeto desenvolvido na gestão de Gilberto Gil e do próprio Juca Ferreira à frente do MinC no período de 2003 a 2010. Atualmente, o MinC promove a construção de uma política contemporânea para as artes, com a participação da sociedade de todo o país, por meio das Caravanas das Artes, seminários temáticos, encontros setoriais e contribuições on-line na plataforma digital da Política Nacional das Artes (PNA).
O ministro explicou, ainda, que outra prioridade do MinC é buscar novas fontes de financiamento para a Cultura. “Um dos caminhos é fazer com que o Estado invista mais a partir do reconhecimento de que a cultura é fundamental para o desenvolvimento do país”.
O lançamento dos editais foi realizado na unidade da Fundação Nacional de Artes (Funarte), em Belo Horizonte (MG), com a participação do presidente da fundação, Francisco Bosco, do secretário de Estado de Cultura de Minas Gerais, Angelo Oswaldo, do secretário de Direitos Humanos de Minas Gerais, Nilmário Miranda, dos secretários do Ministério da Cultura Guilherme Varella (de Políticas Culturais) e Carlos Paiva (de Fomento e Incentivo à Cultura) e dos diretores da Funarte Andrea Paes (substituta do Centro de Artes Visuais da Funarte), Leonardo Lessa (do Centro de Artes Cênicas) e Marcos Lacerda (do Centro de Música).
Durante a cerimônia, Francisco Bosco ressaltou a importância da Funarte neste novo ciclo de desenvolvimento. “Trata-se de tornar a Funarte alinhada ao mesmo conjunto de ações abrangentes que o Ministério da Cultura vem desenvolvendo e os Prêmios Funarte constituem alguns dos meios utilizados para estimular as cadeias produtivas e simbólicas”, explicou.
Sobre os prêmios
Foram publicados nesta sexta-feira quatro dos nove editais. Os editais publicados são da área de artes visuais. São eles: os prêmios de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça (R$ 700 mil), Marc Ferrez de Fotografia (R$ 700 mil), de Arte Contemporânea (R$ 1,695 milhão) e o Programa Rede Nacional de Artes Visuais – 12ª Edição (R$ 1,7 milhão). Confira nos editais ao lado como e quando se inscrever.
O objetivo dos prêmios é possibilitar a produção artística destinada ao acervo de museus públicos e privados e a realização de oficinas, seminários e residências para as galerias e espaços da Funarte em Brasília (DF), São Paulo (SP) e Belo Horizonte (MG); e de espaços parceiros da Funarte em Belém (PA) e no Recife (PE).
Os demais editais serão publicados na semana que vem. Entre eles estão três das principais premiações da instituição e que este ano completam uma década. São eles: prêmios Funarte Carequinha de Estímulo ao Circo, de Teatro Myriam Muniz e de Dança Klauss Vianna. Divididos entre 235 projetos, o objetivo dos prêmios das artes cênicas é possibilitar o desenvolvimento de atividades artísticas, incentivando a criação e a circulação de espetáculos, contribuir para a manutenção de coletivos, grupos e companhias e para a renovação ou manutenção da infraestrutura dos circos brasileiros e promover a formação e fomentar a pesquisa.
“Este ano, a opção foi promover correções na descontinuidade que alguns prêmios sofreram no ano passado. Para o ano que vem, pretendemos abrir discussão a partir de um relatório público sobre o que foi fomentado nos últimos 10 anos”, destacou o diretor Leonardo Lessa.
Os prêmios da área das artes cênicas perfazem um total de R$ 15 milhões, divididos em: R$ 4,5 milhões para o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz; R$ 4,5 milhões para o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna; e R$ 6 milhões para o Prêmio Funarte Carequinha de Estímulo ao Circo. O valor diferenciado para o circo visa corrigir a descontinuidade do Prêmio no ano passado e parte dele será destinado a uma novidade, que é o fomento à formação.
Para a música, foram lançados dois editais: Prêmio Funarte de Apoio a Orquestras e Prêmio Funarte de Programação Continuada para a Música Popular. Neste ano, o primeiro será voltado a orquestras infanto-juvenis, contemplando orquestras de música clássica para bairros e comunidades populares, no valor de R$ 780 mil. E o Prêmio Funarte de Programação Continuada para a Música Popular, que tem foco na produção da música autoral independente e contemporânea, dividido em dois módulos: Palcos Permanentes e Festivais e Mostras, no valor total de R$ 5.925,00.
Após o lançamento, houve uma roda de conversa, que permitiu a interação entre o público e as autoridades. Assuntos como a possibilidades de parcerias e trocas culturais entre Brasil e os países da América Latina, Espanha e Portugal e políticas de fomento cultural foram abordados. Os participantes também aproveitaram para tirar dúvidas a respeito dos editais recém-lançados.
Inscrições
Atenção, os editais têm datas diferentes de inscrição:
Ceacen – de 29 de julho a 11 de setembro (via salicweb)
PRÊMIO FUNARTE CAREQUINHA DE ESTÍMULO AO CIRCO/2015 – acesse o regulamento
Objetivo: contribuir para a renovação ou manutenção da infraestrutura dos circos brasileiros; incentivar a montagem, renovação e circulação de números e espetáculos; promover a formação; e fomentar a pesquisa.
PRÊMIO FUNARTE DE TEATRO MYRIAM MUNIZ/2015 – acesse o regulamento
Objetivo: fomentar o desenvolvimento de atividades teatrais, incentivando a criação e a circulação de espetáculos; além de contribuir para a manutenção de coletivos, grupos e companhias.
PRÊMIO FUNARTE DE DANÇA KLAUSS VIANNA/2015 – acesse o regulamento
Objetivo: fomentar o desenvolvimento de atividades de dança, através da circulação nacional de espetáculos, atividades artísticas de profissionais com trabalho consolidado e de novos talentos.
Ceav – de 27 de julho a 9 de setembro (via Correios)
PRÊMIO DE ARTES PLÁSTICAS MARCANTONIO VILAÇA – 8ª edição – acesse o regulamento
Objetivo: incentivar produções artísticas destinadas ao acervo das instituições museológicas públicas e privadas sem fins lucrativos, fomentando a difusão e a criação das artes visuais e fortalecendo a memória cultural brasileira.
XV PRÊMIO FUNARTE MARC FERREZ DE FOTOGRAFIA – acesse o regulamento
Objetivo: selecionar projetos no campo da fotografia que visem estimular a reflexão e experiência artística, além do compromisso com a formação de público, com a inclusão social e a sustentabilidade.
PROGRAMA REDE NACIONAL DE ARTES VISUAIS – 12ª EDIÇÃO – acesse o regulamento
Objetivo: selecionar projetos que promovam o intercâmbio entre os estados federativos brasileiros, por meio de oficinas, seminários e residências, ligados às artes visuais.
PRÊMIO FUNARTE DE ARTE CONTEMPORÂNEA 2015 – acesse o regulamento
Objetivo: selecionar projetos de exposição, na área de artes visuais, a serem realizados nas cidades de Brasília, São Paulo e Belo Horizonte (galerias e espaços da Funarte) e Belém e Recife (espaços parceiros da Funarte), a fim de estimular a multiplicidade e a diversidade de linguagens e tendências da arte contemporânea brasileira.
Cemus – de 28 de julho a 10 de setembro (via Correios)
PRÊMIO FUNARTE DE APOIO A ORQUESTRAS – acesse o regulamento
Objetivo: apoiar necessidades específicas dos conjuntos orquestrais para assegurar a seus instrumentistas a realização de apresentações públicas com instrumentos musicais nas melhores condições possíveis, propiciando a melhoria da qualidade técnica e artística das orquestras; e visando a sua sustentabilidade.
PRÊMIO FUNARTE DE PROGRAMAÇÃO CONTINUADA PARA A MÚSICA POPULAR – acesse o regulamento
Objetivo: apoiar palcos musicais (casas de shows, teatros, arenas, galpões, lonas etc.), festivais e mostras de música que venham contribuindo para a difusão da música brasileira contemporânea.