Ocupação Conexões promove atrações variadas de Artes Cênicas na Funarte MG

Ocupação Conexões | Foto: Leandro Aragão

Até o dia 20 de dezembro, a Funarte MG (Rua Januária, 68 – Centro – Belo Horizonte) recebe a ocupação Conexões, projeto que evidencia questões relevantes da atual produção brasileira de teatro, dança e circo, e busca aproximar o espectador do pensamento e da prática dessas artes.

A programação apresenta uma seleção de espetáculos e de ações formativas. De outubro a dezembro, haverá nove espetáculos, 28 apresentações diversas, duas mostras de processo e oito ações formativas, sendo cinco seminários e debates, dois ateliês e uma oficina. Com isso, os organizadores pretendem ressaltar e promover conexões estéticas e geográficas, afinidades temáticas, diálogos processuais, semelhanças investigativas, identificações formais e ligações geracionais, abrangendo a diversidade de experimentações cênicas do Nordeste ao Sul do Brasil.

Uma das questões propostas pelo projeto é pensar o que mantém as artes cênicas relevantes ainda hoje, entre tantas formas de elaboração estéticas mais tecnológicas e facilmente reprodutíveis, numa sociedade cada vez mais mediada por tecnologias diversas e estruturada pela lógica do consumo.

Em outubro, destacam-se na programação os espetáculos ‘Clínica do sono’, do Coletivo Taz, a estreia do solo ‘Mula’, do bailarino Guilherme Moraes, além da apresentação dos processos de criação dos novos trabalhos da Cia. Luna Lunera e do Grupo Espanca, ‘Urgente’ e ‘Real: uma revista política’, e também da atriz Marina Vianna, ‘A mulher que andava em círculos’.

Ainda em outubro, o ‘Ateliê do espectador’ convida as pessoas interessadas, curiosas e críticas a conversar sobre teatro. Os encontros serão às sextas-feiras, a partir das 19h.

A atividade é aberta ao público e as inscrições podem ser feitas pelo e-mail horizontedacena@gmail.com. Outro destaque é o ‘Ateliê de dramaturgia colaborativa’, coordenado por Assis Benevenuto e Vinicius Souza, que funcionará como uma espécie de residência para que jovens dramaturgos da cidade possam construir, colaborativamente, um novo texto teatral.

Em novembro, uma das novidades será a vinda da Cia. Senhas, um dos principais grupos de teatro do Paraná, com o solo ‘Homem piano – uma instalação para a memória’, de Luiz Bertazzo, com sessões duplas nos dias 14 e 15. Os ingressos para as peças teatrais custam R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia). As demais atividades são gratuitas.

Programação:

Mostra de processo – REAL – Uma revista política (BH)
Grupo Espanca!
“Real – uma revista política” será fruto de uma pesquisa sobre o que é público, o que é comum, o que é “real”; entendendo aqui a realidade como os acontecimentos públicos da vida social em nossas cidades. A peça traçará, em sua dramaturgia, percursos de desvelamentos da realidade a partir da poética de 5 dramaturgos de estados e linguagens estéticas diferentes. Para cada dramaturgo, o Espanca! enviou um fato real (notícia, matéria, foto, vídeo) que deverá inspirar a escrita de uma peça de curta duração. O espetáculo reunirá estas 5 peças curtas inéditas e terá um elenco formado por atores, músicos e bailarinos que irão compor um coletivo criativo múltiplo.
Dia 10, às 20h, e dia 11, às 19h

A Mulher que Andava em Círculos (BH)
Marina Viana, com direção de Sara Rojo
Ela andava em círculos. Ela era o próprio círculo em que andava. Andou tanto que perdeu a noção se ia ou se voltava. Uma mulher que anda meio esquecida passa por sessões de lembrança para recuperar pedaços de seu trajeto. Monólogo que se concentra na figura de uma mulher consternada por vozes e sombras do passado que promovem o duelo entre a memória e a doença que a impede de lembrar. Este trabalho traz para o palco a memória coletiva e a estética dos prospectos do teatro político na América Latina. A peça visita espectros de naturezas distintas que nos conduz para ambiências afetivas, políticas e ideológicas, enquanto lembrança e esquecimento se confundem com o presente vivido e a iminência dos seus impactos. Livremente inspirado na história de umas das mães da Praça de Maio (Argentina), que passou a vida reivindicando memória. Quando é recuperado um rastro de seu passado roubado, já não se lembra mais.
Dia 17, às 20h, e dia 18, às 19h

Mostra de processo – Urgente (BH)
Cia Luna Lunera
O espetáculo URGENTE terá dramaturgia inédita que será desenvolvida ao longo do processo de criação, numa colaboração entre os diferentes membros do núcleo artístico e o dramaturgo Emanuel Aragão. Propõe uma reflexão sobre as relações do ser humano com o tempo. No palco, personagens perdidos entre a sensação de que a vida passa cada vez mais rápido e a necessidade pulsante de se estabelecer um outro vínculo com o tempo.
Dia 24, às 20h, e dia 25, às 19h

Mula (BH) – Dança
Guilherme Morais
Ambiquestre de “mulas” prontas para um projeto em trânsito que atravessa fronteiras, tendo início no antigo mundo, Europa, para voltar ao país jovem e emergente, Brasil. Mula vem do grego Mulu, que significa Besta ou aberração. Um animal híbrido, estéril, que é geneticamente desfavorecido nas habilidades e agilidades. Mula é uma tragédia que não faz parte do novo mundo. Ela não se encaixa, não serve, é um caso excepcional das sem espécies. Um exílio dos catálogos específicos da porcentagem do puro. Descategorizada. Transformada em a “de cascos não retornáveis”.
Dia 31, às 20h, e dia 1º/11, às 19h

Este projeto foi contemplado pela Fundação Nacional de Arte -Funarte no Edital de Ocupação do Galpão 3 da Funarte MG

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