A Sala Funarte Sidney Miller, no Centro do Rio, recebe em dezembro o Coletivo etnohaus para mais uma série de shows do projeto Contemporâneos na Funarte. De 3 até 18, sempre às quintas e sextas-feiras, às 19h30, vão se apresentar cinco bandas residentes: Maracutaia, Feijão Coletivo, Renascimento, Mohandas e Agytoê. A proposta é comemorar os cinco anos de formação do Coletivo etnohaus em cinco noites com cinco bandas e cinco lançamentos.
Nesta quinta-feira (3), o grupo Maracutaia apresenta seu mais novo projeto: Boca de nego. O espetáculo e primeiro CD autoral, lançados esse ano, chegam ao palco da Sala Funarte com a participação dos músicos Dofono de Omolu, mestre da banda, e Marcos Suzano. Esse encontro une as pesquisas em percussão e música eletrônica de Suzano e o profundo conhecimento sobre a cultura afro-brasileira de Dofono.
Na sexta-feira (4), o Feijão Coletivo sobe ao palco para lançar seu primeiro CD autoral, homônimo, tendo como convidado especial o tecladista João Donato de Oliveira, o Donatinho. Além do Coletivo etnohaus, também participam do projeto Contemporâneos na Funarte: Quintavant, Chama Norte Comum, Leão Etíope do Méier e Banda Desenhada.
Sobre o Maracutaia – Em 2015, o grupo completou dez anos de pesquisa e prática no universo da cultura popular brasileira e ritmos de matriz africana. Formado por nove músicos e três bailarinas, atualmente desenvolve projetos artísticos e culturais, como Bloco de Maracatu, que mobiliza uma multidão no período do carnaval; Bailijesá, um show com extenso e variado repertório de ijexás; oficinas de dança e percussão; e Boca de nego.
Produzido por Mateus Bahiense e Marcos Suzano, o CD Boca de nego é a primeira resposta autoral à prática no universo popular vividos pelo Maracutaia, que ao longo dos seus dez anos criou releituras artísticas. Boca de Nego traz a energia marcante do grupo e seus ritmos. As composições coletivas refletem a partir de som, poesia, gestos e imagens a ligação dos integrantes com a cultura dos orixás difundida no Brasil. O espetáculo Boca de nego foi lançado no Festival Dia de Zumbi, na Caixa Cultural de Brasília e do Rio de Janeiro, em setembro e novembro de 2014, respectivamente. Nele, os músicos e bailarinas se juntam à preparadora corporal e diretora artística Clarissa Feijó. Em cena, o grupo interage com som, poesia, gesto e imagem, construindo um cenário rítmico e performático, aliado a elementos estéticos. Tem-se, então, uma expressão corporal particular para montagem, resultante dos processos individuais e coletivos e do diálogo com as mitologias afro-brasileiras.
Sobre o Feijão Coletivo – O groove uniu e formou o Feijão Coletivo em torno de um show especial, em 2011, para comemorar o lançamento do EP das bandas de origem da turma: A Irmandade, Partido Leve e A Geral. O o que era para ser uma única apresentação de parceiros e amigos durante o Festival Santa Música, em Santa Teresa, no Rio, virou um grande coletivo. Desde então, o que interessa é a ampla variedade da música negra. A receita tem como ingredientes: Funk, afrobeat, samba, reggae, ska, groove, drum and bass e salsa. Tudo isso junto dá o sabor de som dançante, balançante e temperado.
O caldeirão de referências – já executadas nas versões de alguns mestres, como Fela Kuti, Tim Maia e Tom Zé – deságua em um repertório autoral reunido principalmente na nova safra de compositores cariocas que flertam com as bandas que formaram o Feijão Coletivo. O primeiro CD contém seis canções, com mistura de ritmos dançantes, que falam dos muitos sentimentos do atual ser urbano: lições da cidade, injustiças, angústias, romances, encontros musicais, relações com o instrumento, herança dos antepassados. Tudo isso é cantado no CD Feijão Coletivo.
Sobre o programa Contemporâneos na Funarte
No projeto (agora com novo nome), que ocupa a Sala Funarte Sidney Miller em 2015, o espaço recebe ao todo seis coletivos, que ficarão responsáveis pela programação de cinco shows cada um, até a segunda semana de dezembro, sempre às 19h30. Participam da série os grupos: Chama, Audio Rebel/Quintavant, Etnohaus, Norte Comum, Leão Etíope do Méier e Banda Desenhada. Selecionados pelo Centro da Música da Funarte, eles apresentam perspectivas estéticas e concepções musicais das mais distintas, mas que expressam tendências representativas da música brasileira contemporânea. A proposta é trazer artistas e conjuntos com propostas inovadoras, vindos de diferentes estados do país.
PROGRAMAÇÃO
Contemporâneos na Funarte – Rio de Janeiro
De 3 a 18 de dezembro
Sempre às quintas e sextas-feiras, às 19h30
Ingressos: R$ 20 (inteira). R$ 10 (meia-entrada)
Local: Sala Funarte Sidney Miller
Rua da Imprensa 16, térreo – Palácio Gustavo Capanema – Centro – Rio de Janeiro
3/12 – Maracutaia + Marcos Suzano + Dofono de Omolu
4/12 – Feijão Coletivo
10/12 – Renascimento
11/12 – Mohandas
18/12 – Agytoê
DIA 3/12 (quinta-feira)
Maracutaia + Marcos Suzano + Dofono de Omulu
Repertório
Boca de Nego (Pedro Amparo)
Ogum Massá (Miguel Jorge)
Exu Difá (Tyaro Maia, Pedro Amparo, Lina Miguel, Nana Orlandi, Leon Miguel)
Mariana (Tyaro Maia, Lina Miguel, Miguel Jorge, Nana Orlandi)
Nanã (Tyaro Maia, Pedro Amparo, Lina Miguel, Nana Orlandi, Leon Miguel, Miguel Jorge, Pedro Rondon)
Obatalá (Miguel Jorge)
Logun Edé (Tyaro Maia, Nana Orlandi, Leon Miguel, Pedro Rondon, Pedro Amparo, Miguel Jorge)
Iara Negra (Lina Miguel, Tyaro Maia, Miguel Jorge, Pedro Amparo, Nana Orlandi)
Valongo (Miguel Jorge, Mestre Valmir Ribeiro)
Orunmilá (MIguel Jorge)
Olhos Nus (Tyaro Maia, Dudu Souto)
Caboclos (Tyaro Maia, Lina Miguel)
Revoada (Fernando Jacutinga)
Formação
Fabio Maciel (congas, alfaia, Ilú, ferros e Voz)
Leon de Oliveira Miguel (congas, caixa)
Lina di Oliveira Miguel (voz, xequerê, efeitos)
Miguel Jorge Olindo de Miranda Silva (voz, ferros)
Nana Vasconcelos Orlandi (voz, xequerê, congas)
Pedro Henrique do Amparo de Oliveira (congas, ferros, alfaia, voz)
Pedro Rondon Campos (alfaia, ferro, congas, guitarra)
Thiago Teixeira de Deus (ferros)
Tyaro da Silveira Maia Correa (voz e efeitos)
Dança
Lais Salgueiro
Luna Silva Leal Santos
Sofia Feijó Almeida Menezes
DIA 4/12 (sexta-feira)
Feijão Coletivo + Donatinho
Repertório
Aparição (Miguel Jorge / André Carvalho)
UPP Cidadão (Miguel jorge /Valmir Ribeiro)
Audaz (João Carvalho)
Ouagadougou (João Carvalho)
El Tango (Jefferson Plácido)
Professor (Jefferson Plácido)
Apenas um Contato (Tim Maia)
Tempo da Flor (Felipe Soares)
Mais um Pouquinho (Marcelo ceará /Lina MigueFelipe Soares)
Zero Zero (Miguel Jorge)
Ela Sofre ao Samba (Bruno Dorigatti /Victor Gomes)
Formação
Marcelo Ceará – Voz, Violão e Cavaquinho
João Carvalho – Guitarra
Patrick Thomazini – Baixo
Miguel Jorge – Voz E Guitarra
Daniel Conceição – Bateria
Participação: Donatinho – Teclado
Contemporâneos na Funarte
Realização: Fundação Nacional de Artes – Funarte
Centro da Música
cemus@funarte.gov.br