Teatro Glauce Rocha, no Rio, recebe espetáculos do Commune Coletivo Teatral

O grupo Commune Coletivo Teatral, de São Paulo, apresentará duas peças no Teatro Glauce Rocha, no Rio, neste mês. Nos dias 24 e 25 (quarta e quinta), apresentam Nem Todo Ladrão Vem para Roubar, uma comédia de Dario Fo. E nos dias 26, 27 e 28 (sexta a domingo), trazem a coprodução Brasil-Argentina Anti-Comics – Desconstruindo os super-heróis. Peça inédita, na qual se unem três textos da premiada autora argentina Sonia Daniel, que pretende brincar com os mitos dos superpoderes.

Na primeira montagem, um ladrão entra em uma casa. Porém, vira refém do marido e da amante, que pensam que ele é um espião a serviço da esposa. Eles ameaçam matá-lo deixá-lo paraplégico. A partir daí, a peça apresenta situações absurdas, nas quais um tenta esconder a verdade do outro. Com a chegada da esposa, da mulher do ladrão, do amante da esposa e até de um segundo ladrão, a confusão fica ainda maior.

Contemplada pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz, Nem Todo Ladrão Vem Para Roubar já fez apresentações em Portugal e nas cidades de São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Campinas, Santos, Caraguatatuba e Botucatu.

A chave do teatro de Dario Fo é a utilização da história e das tradições populares como metáfora do presente. Para ele, o verdadeiro teatro satírico nasce da tragédia. Sua dramaturgia é construída a partir de desenhos de personagens, esboços de cenas e de um roteiro de situações.

A comédia Anti-Comics – Desconstruindo os Super-Heróis é uma paródia dos super-heróis (Superman, Batman e Mulher-Maravilha) que questiona seus superpoderes em situações de vulnerabilidade. É composta pelos textos “O Evangelho segundo o Super-homem”, “A Vida Sexual dos Morcegos” e “A Festa do Pijama”, da premiada escritora argentina Sonia Daniel. O espetáculo nasceu de uma coprodução, viabilizada pelo Instituto Iberscena (Espanha), do Coletivo Teatral Commune com o Centro Cultural Maria Castagna, de Córdoba, Argentina. A peça busca, por meio do humor irônico, pôr em xeque mitos e levar o público a refletir sobre teorias filosóficas relacionadas aos super-heróis.

Sobre o Commune Coletivo Teatral – A Commune Coletivo Teatral foi criado em 2003, em São Paulo. Realiza espetáculos teatrais de palco e rua, com atores profissionais e jovens aprendizes a partir da releitura de textos clássicos e da criação de textos em processo de dramaturgia colaborativa, da estética da Commedia Dell`Arte, com o uso de recursos circenses, máscaras, música ao vivo, bonecos, entre outras linguagens não realistas.

Local: Teatro Glauce Rocha
Endereço: Avenida Rio Branco, 179 – Centro
Telefone: 2220-0259
Capacidade: 278 lugares

Espetáculo: Nem Todo Ladrão Vem Para Roubar
Contemplado pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz

Serviço

Dias: 24 e 25 de fevereiro (quarta e quinta-feira)
Horário: 19h
Gênero: Comédia (Farsa)
Duração: 60 minutos
Classificação: 12 anos
Ingressos: R$ 20 (inteira) R$ 10 (meia)

Sinopse: A comédia, escrita em 1959, é uma farsa ágil e agradável, repleta de intrigas, mentiras e disfarces. Na peça, o ladrão e sua esposa são retratados como pessoas de princípios éticos, enquanto os ricos e poderosos são pessoas sem escrúpulos, que fazem qualquer coisa para alcançar o que querem.

A peça é um vaudeville (teatro de variedades), de origem parisiense, com forte apelo popular. Gênero que existiu entre o final do século XVIII e o começo do século XIX, no qual as peças são construídas a partir de uma trama repleta de intrigas, reconhecimentos, golpes e efeitos, sugestões maliciosas e uma salada sobre a vida amorosa. Faz parte da dramaturgia do fim do século XVIII, desenvolvida por Scribe, Sardou e Labiche. Entre os seus autores mais notáveis estão Georges Feydeau (1862-1921), com “O hotel das trocas livres” (1894) e Tristan Bernard (1866-1947), com “Tripleatte” (1905).

Ficha Técnica

Texto: Dario Fo
Tradução e Adaptação: Augusto Marin
Direção: Augusto Marin
Elenco: Ladrão (Henrique Taubate); Homem (Augusto Marin); Esposa do Homem – Ana (Rose Araujo); Mulher do Ladrão (Cibele Troyano); Mulher – Julia (Michelle Gabriel); Antonio (Neto Villar); Segundo Ladrão (Antonio Barboza)
Coordenação: Augusto Marin e Michelle Gabriel
Produção: Augusto Marin e Silvia Luvizotto
Realização: Coletivo Teatral Commune
Iluminação e sonoplastia – André Lemes
Administração e produção – Silvia Luvizotto
Direção e tradução – Augusto Marin

Espetáculo: Anti-Comics – Desconstruindo os Super-Heróis

Serviço

Dias: 26, 27 e 28 de fevereiro (sexta, sábado e domingo)
Horários: 19h (sexta e sábado); 18h (domingo)
Gênero: Comédia
Duração: 60 minutos
Classificação: 12 anos
Ingressos: R$ 20 (inteira) R$ 10 (meia)

Sinopse: A montagem é uma paródia dos super-heróis (Superman, Batman e Mulher-Maravilha) que questiona seus superpoderes em situações de vulnerabilidade.

“O Evangelho Segundo o Super-homem” parodia a história do super-homem que, neste caso, não quer ser super- herói e tem dois pais judeus e gays. Nasce de uma teoria de que o Super-homem seria um personagem messiânico que tem muitos pontos em comum com Jesus Cristo. Esse tipo de delírio místico fundamentado de diversas maneiras sem comprovação científica, transforma o Super-homem em um personagem que ao tomar consciência de sua condição como messias, vive um apocalipse pessoal que em seguida traz uma mudança para a história de toda a humanidade.

No segundo quadro, a “A Vida Sexual dos Morcegos”, vemos um reencontro de Batman e Robin já velhos e sem glamour que evidencia a atração sexual entre os dois. Robin aparece disfarçado de Homem Aranha, fantasia que usa num show de striptease numa decadente boate gay. Batman revela seu passado: as experiências com substancias que deram origem ao homem morcego, a criação da Bat Caverna, o casamento com a Batgirl e que cometera um crime para espanto de Robin.

O terceiro quadro, “A Festa do Pijama”, é um monólogo no qual a Princesa Diana, alter ego da Mulher- Maravilha, após ser presa, fala de sua vida sentimental fracassada e revela que decidiu se prostituir porque queria ser amada como uma mulher de verdade e não aguentava mais ser apenas um símbolo sexual, perfeita e intocável.

“A experiência de trabalhar com personagens icônicos com humor irônico, com cores hilariantes coloca em consideração as construções que o imaginário coletivo tem desses personagens. A possibilidade desses textos de pôr em xeque seus superpoderes e colocá-los em situações de vulnerabilidade nos leva a pensar sobre teorias filosóficas relacionadas com “O mito do super-herói'”, define Augusto Marin.

Ficha Técnica

Texto: Sonia Daniel
Direção: Augusto Marin
Codireção: Sérgio Osses
Elenco: Henrique Taubaté, Imara Reis, João Borubonnais e Jorge Julião
Direção musical: Sérvulo Augusto
Cenografia e iluminação: Andre Lemes
Realização: Coletivo Teatral Commune

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