“Dabucuri 2.0 – 7 tribos” reúne sete companhias de dança e teatro em Manaus (AM)

Entre os meses de junho e julho, o projeto “Dabucuri 2.0 – 7 tribos” realiza apresentações gratuitas de teatro e dança com sete grupos artísticos de Manaus, no Amazonas, além de oficinas e mesas redondas. Contemplado com o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2014, a iniciativa é uma realização da companhia Índios.com e tem o apoio das companhias amazonenses Artrupe, Ateliê 23, Cartolas, Intérpretes Independentes, Momento e Soufflé de Bodó. O lançamento será no dia 15 de junho, às 19h, no Espaço das Cias, em Manaus.

A diretora da Índios.com, Yara Costa, conta que o projeto surgiu em 2014 quando foi contemplado em um edital do Ministério da Cultura para a Copa do Mundo. Na ocasião, a companhia fez apresentações de três espetáculos do seu repertório, além de outras atividades de formação. “De uma ‘tribo’, passamos para sete. Esse é um grande salto, e por isso mesmo o projeto se tornou instigante e desafiador para os participantes”, afirma.

Ela explica que Dabucuri é uma palavra do Nheengatu que remete aos rituais de troca entre comunidades indígenas do Amazonas. “As sete tribos convidadas entendem que as singularidades realmente se fortalecem no coletivo, por isso a ideia de todos se juntarem ao nosso Dabucuri, engrossando o caldo dessa rede de trocas entre os artistas da cidade”.

Desde a sua criação, a Índios.com tem interesse em estimular e promover o desenvolvimento artístico e cultural por meio de trabalhos que abordem o corpo amazônico sem cair nos estereótipos. Com o “Dabucuri 2.0”, o objetivo é ampliar ainda mais essa investigação, seja na dança ou no movimento de trânsito entre as linguagens.

Por outro lado, a segunda edição do projeto abraça a ideia de fomentar e criar espaços de compartilhamento do que é produzido pelos grupos de Manaus, incentivando a criação de estratégias políticas de sobrevivência dos artistas da cidade. Daí, a proposta de que boa parte da programação ocupe, além de espaços públicos como Ponta Negra e Largo São Sebastião, os espaços independentes gerenciados pelas companhias participantes: Espaço das Cias. (Momento e Intérpretes Independentes), Casa de Chico (Soufflé de Bodó) e Ateliê 23.

Para o diretor do Ateliê 23, Taciano Soares, essa iniciativa é um recorte da identidade que a produção artística vem adquirindo em parte da cidade. “A autonomia dos espaços que quase todas essas cias. possuem é apenas um ‘sintoma’ da força e resistência que os artistas têm mostrado cada vez mais. Esse encontro é uma resposta aos processos ditatoriais e aprisionantes que a cidade presenciou nos últimos 20 anos. É um exercício de ampliação do diálogo sobre outras formas potentes de intercâmbio entre artistas e público”, afirma ele.

As etapas do projeto

A primeira fase do “Dabucuri 2.0 – 7 tribos” começa no dia 15 junho e vai até o dia 24. Nesse período, vão acontecer as oficinas de “Abordagem somática na criação em dança”, “A boca e a dramaturgia contemporânea”, “O corpo civil e o corpo extracotidiano” e “A exaustão e o rompimento corporal na preparação do intérprete”.

Dois destaques são as mesas redondas que receberão convidados especiais. No dia 20, a professora doutora Christine Greiner (SP) fala sobre “Como as artes do corpo colaboram para a construção de teorias do corpo” e lança os livros Arte & cognição: Corpomídia, comunicação e política e Leituras do corpo no Japão. No dia 21, o coreógrafo e artista visual Valdemir Oliveira (AM) aborda o tema “A dramaturgia do corpo na cena contemporânea”. As inscrições serão abertas no início de junho. A programação de espetáculos vai apresentar as montagens: Pau a pique (Índios.com), Curuminzado (Soufflé de Bodó), Persona – Face 1 (Ateliê 23) e Balões (Cartolas).

A segunda fase do projeto ocorrerá de 6 a 12 de julho, com os espetáculos Pietá (Momento), Inquietações (Artrupe) e Réquiem para dois (Intérpretes Independentes). Dentre as oficinas estão a de “Técnica MMS” e “A dramaturgia contemporânea no corpo do intérprete”. No dia 11, uma mesa redonda vai discutir políticas culturais para grupos independentes de dança e teatro e contará com a participação de todos os grupos envolvidos no “Dabucuri”, além de representantes do Coletivo Difusão, Da Várzea das Artes e Casa do Centro.

Mais informações e a programação completa poderão ser conferidas em breve na página da Índios.com no Facebook.
As inscrições para as oficinas estão sendo feitas pelo link http://tinyurl.com/oficinasdabucuri

Dabucuri 2.0 – 7 tribos

Abertura: 15 de junho, às 19h
Local: Espaço das Cias

Rua Dona Libânia, 300, Centro – Manaus (AM)

Mais informações
(92) 99233-1777
http://tinyurl.com/indiospontocom

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