A Fundação Nacional de Artes – Funarte lamenta a morte da atriz Elke Maravilha ocorrida nesta terça (16/08), no Rio de Janeiro. A artista, que também era cantora, tinha 71 anos e estava internada desde 20 de junho. Ela faleceu em decorrência de complicações de uma cirurgia.
Nascida em São Petersburgo, na Rússia, Elke Maravilha chegou ao Brasil aos 6 anos de idade, indo morar com sua família em Itabira, Minas Gerais. O jeito mineiro de falar ela carregou por toda sua vida. No país que adotou como seu, ela percorreu muitos caminhos. Foi modelo, manequim, atriz, intérprete musical, apresentadora. Transgressora, Elke criou um estilo próprio, ousado na estética e no comportamento que foi sua marca. Personalidade de grande carisma, esbanjando alegria e irreverência, ela conquistou o público brasileiro, principalmente na televisão, onde se destacou em programas como o Cassino do Chacrinha, em que estreou em 1972, como jurada. Também foi jurada no Show de Calouros, com Silvio Santos, no SBT, emissora em que teve seu próprio programa, o talk show Elke. Amante e incentivadora do movimento holístico, Elke Maravilha chegou a comandar o “Quadro Esotérico” no programa Amaury Jr., na TV Bandeirantes.
Como atriz, atuou na TV nas novelas A Volta de Beto Rockfeller, na TV Tupi e Memórias de um Gigolô, com direção de Walter Avancini. No teatro, participou de inúmeras peças como Viva o Cordão Encarnado; a infantil O Castelo das Sete Torres e a musical Rio de Cabo a Rabo, todas com direção de Luiz Mendonça; Eu Gosto de Mamãe, dirigida por Clovis Bueno; A Rainha Morta, dirigida por Luiz Carlos Ripper; O Homem e o Cavalo, leitura dramática dirigida por José Celso Martinez Correa; Orfeu da Conceição, dirigida por Haroldo Costa; O Lobo da Madrugada, dirigida por Ana Maria Dias; e Carlota Joaquina, dirigida por Nuno Leal Maia.
No cinema participou dos filmes Barão Otelo no Barato dos Bilhões, sua estreia ao lado de Grande Otelo; Quando o Carnaval Chegar e Xica da Silva, de Cacá Diegues, sendo neste último premiada com a Coruja de Ouro como melhor atriz coadjuvante. Atuou ainda em Pixote, de Hector Babenco; A Noiva da Cidade, com roteiro de Humberto Mauro e dirigido por Alex Viany; Elke Maravilha contra o Homem Atômico, filme infantil de Gilvan Pereira; Xuxa Requebra, com direção de Tizuka Yamazaki; e Tanga – Deu no New York Times, de Henfil.
Antes de ser internada, Elke Maravilha vinha percorrendo o país com o espetáculo Elke canta e conta, no qual falava de passagens de sua vida desde a infância na Rússia, os casamentos e a carreira.
A artista falava oito idiomas: alemão, italiano, espanhol, russo, francês, inglês, grego e latim. E foi também professora, tradutora e intérprete de línguas estrangeiras, incluindo latim. Foi a mais jovem professora de francês da Aliança Francesa e de inglês na União Cultural Brasil – Estados Unidos.