Evento da Funarte Celebra herança cultural do Projeto Pixinguinha

A Sala Funarte Sidney Miller, no Centro do Rio, será palco para o seminário Projeto Pixinguinha: o legado, realizado pela Fundação Nacional de Artes nos dias 24 e 25 de novembro, quinta e sexta-feira, com entrada franca. Palestras de alguns dos principais pesquisadores, historiadores e críticos da música popular brasileira, e também de grandes compositores e intérpretes, além de projeção de vídeo e de um espetáculo musical, integram a programação.

No evento, a Funarte apresenta o legado que o Projeto Pixinguinha deixou. O seminário conta com as falas de Hermínio Bello de Carvalho – idealizador do projeto;o jornalista e crítico Tarik de Souza; os pesquisadores Zuza Homem de Mello, autor de várias publicações importantes, como A canção no tempo A era dos festivais, e Rodrigo Faour, autor de biografias de Cauby Peixoto, Dolores Duran e Angela Maria; o jornalista e pesquisador Leonardo Lichote, de O Globo; o compositor Ronaldo Bastos, autor de alguns dos clássicos da música popular brasileira – em parcerias com Milton Nascimento, Beto Gudes, Lô Borges, Paulo Jobim e outros –; e ainda os músicos Luciana RabeloMaurício Carrilho, além do especialista em acervos digitais e pesquisador Bruno Tavares.

Na quinta, dia 24, às 20h, haverá ainda a apresentação musical do Conjunto Época de Ouro. “O lendário grupo faz ecoar as muitas vozes e gênero da música popular brasileira””, destaca o diretor do Centro da Música da Funarte – setor responsável pela ação – Marcos Lacerda.
A programação está abaixo.

Projeto Pixinguinha: o legado

O Pixinguinha sempre foi direcionado para a circulação shows de artistas de várias gerações. Existe desde 1977, por iniciativa da Sociedade Musical Brasileira (Sombras), encampada pela Funarte. Mas o programa teve momentos de interrupção. Foi realizado regularmente de 1977 a 1997; voltou em 2004; e prosseguiu até 2007. Em 2008, recebeu novo formato, sendo realizado em 2009.

No Pixinguinha já se apresentaram grandes nomes da nossa música popular – muitos destes revelados no projeto. Alguns dos nomes que passaram por ele são: Djavan, João Bosco, Joyce, Toninho Horta, Leci Brandão, Clementina de Jesus, Danilo Caymmi, Guinga, Yamandu Costa, Leila Pinheiro, Jackson do Pandeiro, Edu Lobo, Zizi Possi, Arrigo Barnabé, Vitor Ramil, Itamar Assumpção, Fafá de Belém, Beto Guedes, Paulinho da Viola e tantos outros. “”Por isso, o Pixinguinha se liga à tradição e a modernidade; a todas as regiões do país; e a todos os gêneros e ritmos musicais possíveis””, comenta Lacerda. ““Ele é uma das principais ações do Centro de Música da entidade. Trata-se do projeto mais consistente e bem realizado de circulação de música popular brasileira – quanto à criação, à crítica e à produção –. Por ele passaram alguns dos nossos principais artistas (fossem eles iniciantes ou célebres – alguns no limiar da consagração –)””, explica Marcos. ““Com o seminário, a Funarte retoma o papel de instância de consagração cultural, atuando também no âmbito da mediação crítica, que é uma das marcas principais da minha gestão no Centro da Música. É, ao mesmo tempo, motivo de muita honra e alegria ter no evento tantos nomes brilhantes da música e da pesquisa e crítica musicais. Sem contar o conjunto Época de Ouro””, conclui o diretor.

Sobre os participantes

Hermínio Bello de Carvalho é o idealizador do projeto Pixinguinha, criado em 1977, quando trabalhou a frente das políticas públicas para a música na Funarte. Compôs alguns sucessos como Isso é que é viver (com Pixinguinha), Sei lá, mangueira (com Paulinho da Viola), Alvorada (com Cartola e Carlos Cachaça), Mas quem disse que eu te esqueço (com Dona Ivone Lara) e muitos outros clássicos da música brasileira.

Zuza Homem de Mello é autor de algumas das mais tradicionais obras críticas sobre canção popular no Brasil – caso de A canção no tempo ( Volumes 1 e 2, com Jairo Severiano) e de A era dos festivais”. É considerado um dos principais pesquisadores sobre o tema no país.

Luciana Rabello é cavaquinista e compositora renomada. Já atuou em discos e shows de grandes nomes da música popular brasileira, como Paulo César Pinheiro, Chico Buarque, Radamés Gnatalli, Rafael Rabello, Elizeth Cardoso, entre outros, em cerca de 30 anos de carreira. É fundadora da gravadora Acari Discos e responsável pelo Instituto Casa do Choro.

Maurício Carrilho é arranjador, produtor musical e violonista. Já tocou e fez arranjos em discos de Chico Buarque, Joyce, Miúcha, Francis Hime, Paulo Moura e Paulinho da Viola, entre outros.

Conjunto Época de Ouro: reconhecido como um dos principais grupos instrumentais do Brasil, Foi fundado em 1964. por Jacob do Bandolim, e atua em shows e no programa semanal com o mesmo nome do conjunto, pela Rádio Nacional AM RJ (e outras).

Ronaldo Bastos é compositor de algumas das mais famosas peças da MPB. Já fazem parte da nossa tradição musical canções dele, tais como: Fé cega, faca amoladaCaisRio vermelhoNada será como antesMeninoAmigo, amigaCravo e Canela (com Milton Nascimento); Amor de índioCanção do novo mundoSol de primaveraChoveu (com Beto Guedes); Canção postalNuvem Cigana; e O trem azul; entre outros.

Tárik de Souza é jornalista e crítico musical. Trabalhou em periódicos como Veja, Folha de São Paulo, Isto É, Vogue, O Pasquim, entre outros. Também foi apresentador de programas televisivos, tais como Os músicosO show é a músicaOs repórteres, pela antiga TVE. Atua, ainda, na rádio MEC e em programas como O som do vinil, no Canal Brasil. É autor de livros como Tem mais sambaRostos e gostos da MPBTons sobre Tons

Leonardo Lichote é e jornalista cultural e pesquisador da música brasileira. Atua no jornal O Globo, principalmente em matérias sobre música brasileira contemporânea, no Segundo Caderno.

Rodrigo Faour é pesquisador e historiador de música brasileira. É autor de biografias de Cauby Peixoto, Dolores Duran e Angela Maria. Também atua como crítico, produtor musical, editor de CDs e professor de História da Música Popular.

Bruno Tavares é pesquisador e especialista em acervos digitais. Participou da feitura do vídeo-documento sobre o projeto Pixinguinha, de 2011 e da digitalização dos acervos sonoros da Funarte.

A mediação das palestras ficará por conta dos pesquisadores musicais Pedro Paulo Malta e Paulo César Soares, ambos da Funarte.

Projeto Pixinguinha: o legado

Seminário com apresentação de vídeos e show musical

Dias 24 e 25 de novembro, quinta e sexta-feira, na Sala Funarte Sidney Miller
Entrada gratuita


Programação

Dia 24, quinta-feira

17h – Abertura
Projeção de vídeo sobre o Projeto Pixinguinha

17h30 – Mesa de debates, com Hermínio Bello de Carvalho, Luciana Rabello, Maurício Carrilho e Zuza Homem de Mello
Mediação: Pedro Paulo Malta (Funarte)

19h30 – Intervalo

20h – Show com o conjunto Época de Ouro

Dia 25, sexta-feira

17h – Mesa de debates, com Tárik de Souza Ronaldo Bastos, Leonardo Lichote, Rodrigo Faour e Bruno Tavares.
Mediação: Paulo César Soares (Funarte)

Sala Funarte Sidney Miller
Rua da Imprensa nº 16, térreo – Centro – Rio de Janeiro (RJ)
Tel.: (21) 2279-8087 – bilheteria |  (21) 2279-8104 – administração

Realização
Fundação Nacional de Artes – Funarte – Ministério da Cultura
Centro da Música
cemus@funarte.gov.br