Funarte realiza painel sobre ensino coletivo de instrumentos de cordas

Arte P.V. Funarte. Camerata Laranjeiras. Orquestra Jovem da Bahia - Neojibá. Alberto, Renata e Marcelo Jaffé

A Fundação Nacional de Artes – Funarte realiza, com entrada franca, no período de 6 a 8 de dezembro, na Sala Funarte Sidney Miller – Centro do Rio – , uma série de palestras sobre educação e formação em música: o Painel Funarte de Ensino Coletivo de Cordas.

Em sua primeira edição, o encontro reúne palestras de educadores, regentes e coordenadores de projetos sociais, que têm em comum a realização de trabalhos de educação musical, todos especialistas nas suas áreas, com experiência comprovada. A temática principal é a atuação do ensino coletivo de instrumentos musicais e a conexão deste ensino com projetos sociais. Aulas práticas também fazem parte do programa, pois assim o palestrante convidado poderá demonstrar aos inscritos no Painel estratégias de ensino, técnicas de ensaio e de motivação para os aprendizes. Os professores convidados apresentarão resultados experimentados em seus trabalhos e ficam à disposição para perguntas, debates e conclusões complementares.

As inscrições para o Painel Funarte de Ensino Coletivo de Cordas podem ser realizadas mesmo durante a realização do evento, através da página no Facebook: “Painel Funarte de Ensino Coletivo de Cordas”, no endereço goo.gl/r2YfUS, ou no próprio local. Hoje (terça-feira, dia 6), ainda há vagas.

O Painel homenageia o violinista Alberto Jaffé, pioneiro no ensino coletivo de cordas no Brasil e responsável pela implantação do Projeto Espiral, criado pela Funarte em 1976. A primeira sessão do Painel será uma homenagem a esse mestre, com a presença de seus dois filhos Marcelo e Renata, continuadores de sua obra. Eles narrarão como seu pai concebeu e executou a ideia de ampliar o ensino de música no Nordeste em busca de solução para a falta de instrumentistas de cordas orquestrais no país.

Palestras, vídeos e oficina

Dentre os palestrantes destacamos José Márcio Galvão, coordenador do programa de ensino coletivo de cordas no Instituto Baccarelli, São Paulo; Shinobu Saito, capacitadora de professores certificada pela da Associação Suzuki das Américas (SAA) e primeira professora no Brasil qualificada para treinamento do método Suzuki para docentes; Marcos Rangel, da Orquestra Neojibá, Salvador; Flavia Cruvinel, autora de obras sobre ensino musical e professora na Universidade Federal de Goiás; Enaldo de Oliveira, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, que atua em ensino coletivo.

A abertura do Painel conta com projeções de vídeos sobre o Projeto Espiral e a Oficina de Luteria Guido Pascoli. Também há falas de representantes da Funarte – estão previstas as presenças do presidente da Fundação, Humberto Braga, do Diretor do Centro da Música da entidade, Marcos Lacerda, e do Coordenador de Música Erudita, o musicólogo Flávio Silva – idealizador do Painel  que tem apoio do Arquivo Nacional e da Academia Brasileira de Música .

Por que ensino coletivo?

Ao chamar grandes conhecedores do ensino coletivo de instrumentos, de várias regiões do País, a Funarte pretende participar de um diálogo sobre atividadesdesenvolvidas pelos convidados e, a partir da suas experiências, contribuir para a sua expansão. Flávio Silva avalia que o ensino de instrumentos musicais para grupos tem experimentado grande desenvolvimento no Brasil, a partir de ações bem sucedidas em Volta Redonda (RJ), São Paulo (SP), Campos (RJ), Barra Mansa (RJ), Salvador (BA), Recife (PE) e em várias outras cidades. “Algumas das orquestras criadas a partir daqueles trabalhos têm alcançado repercussão internacional, graças a turnês que elas fizeram, no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos. Encontros análogos têm sido organizados por diversas instituições, que reúnem especialistas de variadas tendências, para discutir questões didáticas e organizacionais.”, explica o musicólogo. “As práticas de ensino coletivo estimulam o espírito de colaboração e diálogo entre as pessoas, rumo à realização de objetivos comuns”, conclui.

Alguns temas

José Márcio Galvão, do Instituto Bacarelli, ministrará a palestra “Prioridades no ensino coletivo de cordas”, e fará oficina com crianças de 6 anos, alunos do curso de Extensão da EM/UFRJ, onde estudam com a professora Simone dos Santos, coordenadora do Painel.

Shinobu Saito falará sobre “O método Suzuki, suas possibilidades e limites”. Esse sistema foi criado depois da Segunda Guerra Mundial e revolucionou o ensino de música para crianças, servindo como inspiração para o trabalho de Alberto Jaffée de outros projetos sócio-musicais em todo o mundo, inclusive no famoso “El Sistema” venezuelano.

Marcos Rangel, da Neojibá, discorrerá sobre o ensino coletivo nessa orquestra.

Flavia Cruvinel (UFG), que escreveu sobre a relação entre ensino Coletivo e transformação social, abordará esse tema. Já Enaldo de Oliveira (Paraná) traz a preleção “Estratégias e designer pedagógico da primeira aula” e propõe uma oficina com pessoas que tiverem seus instrumentos musicais na palestra.

O Projeto Espiral, de Alberto Jaffé, e “El Sistema, de José de Abreu

Com o Painel Funarte de Ensino Coletivo de Cordas, a Funarte pretende dialogar com os empreendimentos bem-sucedidos na área de educação musical direcionada a instrumentos. Essa Fundação teve um papel pioneiro no Brasil ao implantar em 1975, em Fortaleza, o Projeto Espiral, realizado graças a uma iniciativa que estava sendo desenvolvida por Alberto Jaffé. A extensão dessa proposta gerou novos núcleos, principalmente em Taguatinga (DF) Belém (PA), Natal (RN), João Pessoa (PB), Recife (PE), Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS). À mesma época era implantado na Venezuela, pelo maestro José de Abreu, um trabalho semelhante, denominado “El Sistema”, sem que houvesse contato entre ele e Jaffé. Fatores diversos acarretaram, cerca de dez anos depois, o fim do Projeto Espiral, enquanto o projeto venezuelano manteve e ampliou sua atuação,em função de recursos disponíveis e da atuante liderança de seu criador. El Sistema também influenciou o desenvolvimento de trabalhos análogos no Brasil. Flavio Silva conclui: “Quanto ao Projeto Espiral, apesar de sua descontinuidade organizacional, pode-se estimar que deixou uma herança viva. Mais de uma centena de músicos por ele estimulados atuam em orquestras sinfônicas no Brasil e vários são os que receberam de Alberto Jaffé a orientação para a continuidade da tarefa que une o aperfeiçoamento musical à promoção social”.

Painel Funarte de Ensino Coletivo de Cordas
Sala Funarte Sidney Miller
De 6 a 8 de dezembro – terça, quarta e quinta-feira
Das 9h30 às 12h30 e das 14h30 às 16h30

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Programação

6/12

09:30 – 10:00: Abertura por representantes da Funarte, projeção de filmes sobre o Projeto Espiral e a Oficina de Luteria Guido Pascoli

10:00 – 11:30: Alberto Jaffé – paixão pela música − palestra de Renata Jaffé  e Marcelo Jaffé (SP)

11:30 – 12:30: Debate

12:30 – 14:30: Almoço

14:30 – 16:30: Prioridades no ensino coletivo de cordas − palestra e aula prática de José Marcio Galvão (Intituto Bacarelli, SP), com participação dos alunos do curso de extensão da Escola de Música da UFRJ

16:30 – 17:30: Debate

17:30 – 18:00: Lanche

18:00 – 19:30:  Orquestra Jovem Paquetá − palestra e aula prática de Carla Rincon (RJ) com membros desse grupo

7/12

09:30 – 10:10: A orquestra e o social − palestra de Gloria Caputo (Fundação Amazônica de Música, PA)

10:10 – 10:50: Ensino coletivo e transformação social − palestra de Flavia Cruvinel (UFGO)

10:50 – 11:30: A experiência bem sucedida do ensino coletivo no Projeto Criança Cidadã − palestra de Ademar.Rocha (Orquestra Criança Cidadã, PE)

11:30 – 12:30: Debate

12:30 – 14:30: Almoço

14:30 – 16:30: Estratégias e design pedagógico da primeira aula para um grupo de ensino coletivo de cordas palestra e aula prática de Enaldo de Oliveira (UFT/PR); oficina com o público presente

16:30 – 17:30: Debate

17:30 – 18:00: Lanche

18:00 – 19:30: Grota do Surucucu − palestra e aula prática de Marcio Selles (RJ) com membros desse grupo

08/12

09:30 – 10:30: Metodologias de ensino coletivo de cordas friccionadas no Brasil e as diretrizes para a construção de um possível currículo nacional − palestra de Liu Man Ying (UFCE)

10:30 – 11:30: O Método Suzuki, suas possibilidades e limites − palestra de Shinobu Saito (Suzuki Association, EUA)

11:30 – 12:30: Debate

12:30 – 14:30: Almoço

14:30 – 16:10: A formação do professor − palestra de Fred Gerling (UFRS)

16:10 – 16:50: Ensino coletivo – experiências múltiplas − palestra de João Mauricio Galindo, (Orquestra Jazz Sinfônico, SP)

16:50 – 17:30: Ensino coletivo no Neojibá − palestra de Marcos Rangel (Neojibá, BA)

16:30 – 17:30: Debate

17:30 – 18:00: Lanche

18:00 – 19:30: Camerata Laranjeiras − palestra e aula prática de Karolin Broosch (RJ), com membros desse grupo
Realização: Fundação Nacional de Artes – Funarte (Ministério da Cultura) Centro da Música
Apoio
Arquivo Nacional Ministério da Justiça e Cidadania
Academia Brasileira de Música (ABM)

Inscrições no Facebook: “Painel Funarte de Ensino Coletivo de Cordas”, no endereço: goo.gl/r2YfUS, ou no próprio local (mesmo durante a realização do evento)

Sala Funarte Sidney Miller
Rua da Imprensa, 16, térreo – Rio de Janeiro (RJ)
(21) 2279-8087 – bilheteria  |  (21) 2279-8104 – administração

Mais informações
Fundação Nacional de Artes – Funarte

Centro da Música – Coordenação de Música Erudita
clássicos@funarte.gov.br

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