Entre 26 de março e 8 de maio de 2017, a mostra Tempo-Revés fica exposta na Galeria Mario Schenberg do Complexo Cultural Funarte SP. A obra de Lucas Dupin – artista contemplado com o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2015 – pode ser vista de segundas a sextas, das 13h às 18h, e aos sábados e domingos, das 15h às 20h. A entrada é franca.
Dupin parte de um objeto comum, o calendário de papel, para estabelecer metáforas de percepção temporal, como duração, acúmulo e desgaste. A proposta é fazer uma leitura poética da fugacidade do tempo. A instalação é formada por páginas de “folhinhas”, das quais foram extraídas todas as referências aos dias, meses e anos. O resultado é uma delicada renda de papel, milimetricamente recortada, que ocupa grande parte do espaço expositivo. Ao todo, 31 calendários compõem a instalação, um para cada ano de vida do artista, em um total de 372 páginas suspensas. “O gesto simbólico de retirada dos dias, meses e anos dos calendários aponta, entre outras coisas, para a abstração desses conceitos e para a incansável tentativa de representar o tempo e mensurá-lo. Suspensa a possibilidade de localização, resta-nos um passado impossível do que não ocorreu e a espera de um futuro sempre por vir”, comenta Dupin.
O artista também expõe a série Despojos, composta por fotografias que registram o acúmulo das partes retiradas de cada calendário, a obra Tempo-revés (caixas), um desdobramento da instalação, que dispõe em molduras os calendários recortados e, por fim, a série sem título de sete aquarelas em tamanhos variados que representam objetos cotidianos em situações inusitadas. A mostra conta ainda com visitas guiadas e com um projeto de acessibilidade para pessoas com deficiência visual, desenvolvido por Felipe Falcone em parceria com o artista. O catálogo – com imagens das obras e texto do professor e crítico de arte Eduardo Jorge – será lançado no dia 6 de maio, às 15h. Durante o evento, haverá um bate-papo entre Dupin e o curador Cauê Alves.
Sobre Lucas Dupin
Nasceu em 1985, em Belo Horizonte (MG), onde vive e trabalha atualmente. Mestre (2012) e bacharel (2008) em Artes Visuais pela UFMG, já participou de exposições e residências artísticas no Brasil e no exterior. Sua pesquisa transita por diferentes linguagens, como a fotografia, o desenho, a instalação e o vídeo. Um dos interesses mais evidentes de Dupin é a observação da passagem e efemeridade do tempo. O artista recebeu o Prêmio de Residências Artísticas da FUNDAJ, o 2º Prêmio Energias na Arte, do Instituto Tomie Ohtake, o Concurso Olheiro da Arte e o Prêmio Interações Florestais em Terra UNA (2010). Em 2015, expôs Entre-Relevos, um diálogo entre as doceiras de Carmo do Rio Claro, Minas Gerais, e os xilogravadores de Bezerros, Pernambuco. A mostra ficou em cartaz na Fundação Joaquim Nabuco, em Recife e, posteriormente, em Belo Horizonte, no Sesc Palladium. Dupin também foi um dos dez selecionados, em 2016, para a sexta edição da Bolsa Pampulha. A Feira Hippie, em Belo Horizonte, foi o ponto de partida de seu processo criativo. Ao final da residência, o artista expôs uma videoinstalação no Museu de Arte da Pampulha (MAP). Em 2017, suas obras estarão presentes também na feira SP-Arte.
Galeria Mario Schenberg – Complexo Cultural Funarte SP
(Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos)
Exposição: Tempo-Revés
Abertura: dia 25 de março. Sábado, das 15h às 20h.
Visitação: de 26 de março a 8 de maio. De segundas a sextas, das 13h às 18h, sábados e domingos, das 15h às 20h.
Bate-papo e lançamento do catálogo com participação de Cauê Alves: dia 6 de maio. Sábado, às 15h.
Entrada franca.
Mais informações:
(11) 3662-5177
funartesp@gmail.com