Neste final de semana, três espetáculos são apresentados nos espaços culturais da Funarte em São Paulo: Artaud, le Mômo, em cartaz na Sala Renée Gumiel, e Ribanceira, em cartaz no Teatro de Arena Eugênio Kusnet, ficam em cartaz até o dia 2 de abril e têm ingressos com preços populares. Já a temporada de DOC.eremitas, na Sala Arquimedes Ribeiro, se estende até o dia 30 de abril e tem entrada franca. Confira a programação.
Espetáculo: Artaud, le Mômo
Durante a Segunda Guerra Mundial, o escritor francês Antonin Artaud (1896-1948), criador do Teatro da Crueldade, passou nove anos internado em um hospital psiquiátrico. Grande parte de sua obra tem relação com a loucura. O espetáculo teatrocoreográfico mistura dança, voz, música e videoarte no intuito de mostrar a luta do poeta surrealista contra o aprisionamento da vida por instituições, como as de saúde, por exemplo.
Na mitologia grega, Momo é uma divindade nascida de Nix, a noite, e expulsa do Olimpo por criticar os outros deuses. O personagem remete ao sarcasmo, às burlas, zombarias e ironias. Sua função é comparável à do palhaço ou do bufão. Artaud, le Mômo demonstra a atualidade da poética artaudiana diante dos conflitos sócio-políticos, econômicos e culturais. As formas de escravidão contemporânea, como a guerra e a busca incessante pelo lucro comercial, são combatidas em favor da “liberdade autêntica” e do ser humano criativo.
Sala Renée Gumiel – Complexo Cultural Funarte SP
(Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos)
De 10 de março a 2 de abril
Sextas e sábados, às 19h, e domingos, às 18h.
Ingressos: R$20 (meia-entrada: R$10)
Cartões não são aceitos.
A Bilheteria abre uma hora antes do espetáculo.
Será fornecido um ingresso por pessoa.
Duração: 90 min. Classificação etária: 12 anos.
Ficha Técnica
Direção, teatrocoreografia, performance e figurino: Maura Baiocchi | Dramaturgia e cenário: Wolfgang Pannek, Maura Baiocchi | Trilha sonora: Gustavo Lemos | Desenho de luz: Eduardo Alves | Videos: Onofre Roque Fraticelli, Candelária Silvestro, Paula Alves, Bruna de Araujo | Produção: Wolfgang Pannek, Mônica Cristina Bernardes
Espetáculo: DOC.eremitas
A obra poético-documental foi criada a partir de relatos de pessoas em situação de rua da cidade de São Paulo. Eremita, do grego eremites, significa “gente do deserto”, o indivíduo que vive apartado da sociedade. Os eremitas cristãos da Idade Média, por exemplo, procuravam reviver os dias de isolamento de Jesus Cristo. Mas ser eremita é sempre uma escolha de vida?
O espetáculo, que faz parte do projeto Antologia Documental, é o resultado da quarta edição do curso de atuação teatral oferecido gratuitamente pelo NAC, e ministrado também na Funarte SP desde 2016. Coordenado por Lee Taylor, o núcleo procura questionar paradigmas da linguagem cênica e das práticas humanas do nosso tempo.
Sala Arquimedes Ribeiro – Complexo Cultural Funarte SP
(Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos)
De 10 de março a 30 de abril
Sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 19h.
Gratuito. A Bilheteria abre uma hora antes do espetáculo.
Será fornecido um ingresso por pessoa.
Duração: 90 min. Classificação etária: 14 anos.
Ficha Técnica
Com: Núcleo de Artes Cênicas (NAC) | Coordenação, concepção e direção: Lee Taylor | Diretor assistente: Hercules Morais | Assistência de direção: Marcelo Villas Boas, Elvis Törres | Elenco: Ana Beatriz Pereira, Camila Rocha, Carlos Magno Argolo, Fábio Mesquida, Lucas Fernandes | Iluminação: Danilo Mora | Sonoplastia: Fernando Oliveira, Magnus Crow | Sound Design e operação de som: Magnus Crow | Projeto gráfico: Fábio Mesquida | Artistas-pedagogos: Lee Taylor, Hercules Morais, Gisele dos Reis, Vanessa Bruno | Fotos: Marcelo Villas Boas
Espetáculo: Ribanceira
Ribanceira tem como norteadores o Teatro Documentário e o Teatro de Narração, além das obras de Eugenio Barba, Erwin Piscator e Rudolf Laban, que embasaram o trabalho corporal e de interpretação. O espetáculo apresenta as lembranças de Zé, sobrevivente de uma catástrofe em que perdeu a mulher e os filhos. O personagem tenta refazer sua vida, resgatando o antigo sonho de ser escritor. Como qualquer pessoa, tem preconceitos, comete erros e chega a ser cruel. Ele atribui a Deus a responsabilidade pelo que acontece aos seres humanos e se vê em uma situação difícil, da qual só conseguirá sair quando aprender a conduzir sua própria vida.
Para Maria Basilio, “ainda que a realidade de Zé seja atemporal, o personagem nos fala do aqui e do agora. Alguns objetos cênicos criam imagens lúdicas que contrapõem o forte teor dramático”. Aramyz, por sua vez, ressalta que “o texto fala sobre perdas e ganhos, sobre os valores e direitos pelos quais nos esquecemos de lutar. Zé representa a vida dessa gente esquecida que, aos poucos, foi perdendo a consciência do que é certo e errado, mas não parou de sonhar e rir de suas próprias desgraças”. “A peça é inspirada na observação de uma realidade vivida por muitas famílias no Brasil e em outros países. Zé, personagem sem sobrenome, representa os diversos sobreviventes de catástrofes, sejam as causadas por enchentes, pela falta de recursos financeiros ou pela impotência de quem vive do lado reservado a uma parcela menos privilegiada da humanidade”, declara Antonio Ginco.
Teatro de Arena Eugênio Kusnet
(Rua Dr. Teodoro Baima, 94, Vila Buarque)
De 10 de março a 2 de abril
Sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 19h.
Ingressos: R$40 (meia-entrada: R$20)
Cartões não são aceitos.
A Bilheteria abre uma hora antes do espetáculo.
Será fornecido um ingresso por pessoa.
Duração: 60 min. Classificação etária: 12 anos.
Ficha Técnica
Texto: Aramyz | Direção: Maria Basilio | Com a Cia Trilhas da Arte – Pesquisas Cênicas | Elenco: Antonio Ginco
Mais informações:
(11) 3662-5177
funartesp@gmail.com