Funarte DF recebe ‘60 frames por segundo’ em semana de estreia

Estupenda Trupe traz '60 frames por segundo' ao Teatro Plínio Marcos. Foto: Alexandre Fortes

Depois de duas apresentações em Ceilândia, Região Administrativa do Distrito Federal, o grupo brasiliense Estupenda Trupe chega ao Teatro Plínio Marcos, do Complexo Cultural Funarte Brasília, para uma temporada relâmpago de sua nova montagem, 60 frames por segundo: haverá sessões apenas nestes sábado e domingo, 18 e 19 de março.

Montada em processo colaborativo a partir de relatos pessoais, a encenação traz ao palco os resultados de estudos sobre a liberdade, tema que acompanha a trupe desde sua fundação. A apresentação dos dramas universais e atemporais revelados no espetáculo adota referências quase cinematográficas: um frame (ou quadro) é uma imagem fixa que, exibida em velocidade e em cadeia com outras ligeiramente diferentes entre si, vão compor os movimentos de uma animação. Mas, transportados para o mundo real, “quantos frames seriam necessários para contar a história de uma vida?”, provocam os criadores da peça.

Formada por artistas e arte-educadores, a Estupenda Trupe desenvolve desde 2005 projetos que visam a democratizar a arte, com a realização de espetáculos, oficinas e outras atividades culturais. A construção de 60 frames por segundo absorveu memórias individuais dos integrantes do grupo e depoimentos de pessoas com diferentes experiências de vida, desde religiosos até adolescentes infratores em semiliberdade. Sobre esta base, a montagem desenvolve uma reflexão a respeito da liberdade em suas presenças, limitações e ausências. “Hoje experimentamos a (falta) de liberdade na sexualidade, no amor, no tempo, na morte, e quando sentimos medo, abandono e solidão”, analisam os componentes da trupe.

Com a mesma perspectiva que orienta a peça trazida agora à Funarte, a Estupenda Trupe lançou, em 2013, o Tear (Troca de Experiências Artísticas e Reinserção), um projeto que levou aulas fundamentadas na metodologia do Teatro do Oprimido, do diretor teatral carioca Augusto Boal (1931-2009), para adolescentes em conflito com a lei apreendidos na Unidade de Internação de Planaltina (UIP), no Distrito Federal. O grupo também encabeçou, por dois anos, o projeto Aqui tem… Acolá também!, que envolveu informações e atividades culturais abrangendo música, percussão corporal, linguagem clownesca, humor e coreografia, sempre com a proposta de “formar plateia e estimular o olhar crítico das crianças e professores”. Os dois projetos abriram caminhos para o desenvolvimento da arte e da responsabilidade social e contaram com o patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura da Secretaria de Cultura do Distrito Federal.

A Estupenda Trupe participou, em setembro de 2016, da Primeira Mostra Artística Funarte nos Espaços Cênicos Alternativos do Distrito Federal, com o espetáculo de seu repertório Nó na garganta, também inspirado nas experiências trazidas pelo projeto Tear.

Espetáculo: 60 frames por segundo
Dias 18 e 19 de março | Sábado, às 20h; domingo, às 19h

Direção: Tiago Nery | Texto: Estupenda Trupe | Elenco: Alana Ferrigno, Carlos Valença, Luciana Amaral, Roberta Rangel | Trilha sonora original e execução: Kadu Viva | Produção executiva: Cleber Lopes | Desenho e operação de luz: Emanuel Queiroz | Preparação corporal: Alana Ferrigno | Figurino: Marcus Barozzi | Operador de som: Micheli Santini | Consultoria dramatúrgica: Jonathan Andrade | Assessoria de imprensa: Carlos Valença | Assistente de assessoria de imprensa: Élia Cavalcante | Cabelo e maquiagem para foto: Rustang Carrilho | Cenário: Estupenda Trupe | Fotografia: Alexandre Fortes | Filmagem e edição: Rafael Morbeck | Arte: Wallace Deo | Legenda: Roberta Rangel

Duração: 60min | Classificação etária: 16 anos

Ingressos: R$20 (meia: R$10)

Teatro Plínio Marcos do Complexo Cultural Funarte Brasília. Eixo Monumental, Setor de Divulgação Cultural, Brasília, DF (entre o Centro de Convenções e a Torre de TV)

Mais informações: www.estupenda.net

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