Funarte lamenta a morte do ator e diretor Nelson Xavier

“Ele virou um planeta! Estrela ele já era. Fez tudo o que quis, do jeito que quis e da sua melhor maneira possível, sempre”. Foi com essas palavras que a filha do ator, autor e diretor Nelson Xavier, Tereza Villela Xavier, comunicou a morte do pai, ocorrida nesta terça-feira (9), em Uberlândia (MG). O corpo do artista será cremado no Rio de Janeiro na quinta, dia 11.

A Fundação Nacional de Artes – Funarte lamenta a morte do artista, que ao longo de sua carreira participou de inúmeras produções bem-sucedidas no teatro, cinema e televisão. Nascido em São Paulo, Nelson Agostini Xavier tinha 75 anos. Ele entrou para a Escola de Artes Dramáticas da Universidade de São Paulo nos anos 1950 e iniciou sua trajetória como revisor e, depois, crítico da revista Visão. Na mesma época, participou de um dos mais importantes grupos teatrais brasileiros, o Teatro de Arena, onde fez sua estreia profissional, como ator, em Eles não usam black-tie (1958), de Gianfrancesco Guarnieri.

Na década de 1960, se destacou como ator nas encenações dos textos de Plínio Marcos: em Dois Perdidos Numa Noite Suja, em 1967, onde também foi produtor; e em Navalha na Carne, em 1968, ao lado de Tônia Carrero, ambos com direção de Fauzi Arap. Fez também parte do elenco da montagem original de Toda Nudez Será Castigada, de Nelson Rodrigues, dirigida por Ziembiski.

Foi ainda autor de peças como Mutirão em Novo Sol, sobre os conflitos de terra no interior de São Paulo; e O Segredo do Velho Mundo, obra que aborda os conflitos éticos dos jovens da chamada esquerda festiva e que rendeu a Nelson o Prêmio Anchieta de Dramaturgia.

No cinema, foram mais de 50 filmes, entre eles Fronteiras do Inferno (1959), Os Fuzis (1964), O ABC do amor (1967), É Simonal (1970) e A Queda (1978), de Ruy Guerra, com o qual o ator conquistou um Urso de Prata no Festival de Berlim. Foi premiado também como melhor ator no Festival de Brasília com o filme O Mágico e o Delegado (1983) e no Festival de Gramado com O Testamento do Sr. Nepomuceno (1997). Em 2010, se destacou ao interpretar o protagonista no longa-metragem Chico Xavier- O Filme. Nelson Xavier se preparava para lançar Comeback, filme de Érico Rassi sobre um ex-pistoleiro com estreia prevista para 25 de maio.

Na televisão, a estreia foi em 1967 na novela Sangue e Areia, da Rede Globo. Participou também de séries e minisséries, onde teve atuações marcantes como o rei do Cangaço em Lampião e Maria Bonita (1982). A última novela foi Babilônia, em 2015. Atualmente, Nelson Xavier pode ser visto na reprise de Senhora do Destino, da mesma emissora.

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