Mostra de artes visuais ‘À vista – Paisagem em contorno’ terá visita guiada em Brasília

Obra de Iris Helena em 'À vista - paisagem em contorno'

A mostra À vista – Paisagem em contorno, selecionada pelo Prêmio Funarte de Arte Contemporânea – Atos Visuais 2015 – chega à sua última semana de visitação na Galeria Fayga Ostrower do Complexo Cultural da Funarte – Brasília. Como parte da programação de encerramento, será realizada na sexta-feira, 2 de junho, às 17h, uma visita guiada à exposição, com a presença de um mediador e de um tradutor para Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).

No evento, que é livre para todos os públicos e tem entrada franca, serão comentados os processos de produção e de criação que envolvem os trabalhos expostos, das artistas Bruna Neiva, Cecília Bona, Iris Helena, Karina Dias, Julia Milward, Luciana Paiva, Nina Orthof, Raquel Nava e Yana Tamayo.

Com curadoria de Marília Panitz, À vista – Paisagem em contorno oferece, por meio de diferentes suportes – fotografias, vídeos, objetos e instalações – um amplo panorama a ser percorrido, num convite ora à contemplação, ora à construção da paisagem.

A expressão “à vista” sugere, neste contexto, a forma com que cada artista e cada visitante percebe a paisagem ao redor e demarca este contorno a partir do ato de olhar. “É o jogo entre um mapeamento do espaço expressivo determinado pela história da representação da paisagem e a experiência antropológica do corpo-a-corpo com o horizonte que determina o direcionamento e a altura do olhar, se para cima ou para baixo da linha do horizonte artificial, que percorre, como nota, as paredes da galeria”, explica a curadora.

A mostra À vista – Paisagem em contorno segue em cartaz na Galeria Fayga Ostrower até o dia 4 de junho, com visitação de terça a domingo, das 10h às 21h. A entrada é franca e livre para todos os públicos.

SERVIÇO:
Visita guiada com mediador à mostra À vista – Paisagem em contorno
Dia 2 de junho | Sexta-feira, às 17h
Com tradução para LIBRAS
Local: Galeria Fayga Ostrower do Complexo Cultural Funarte Brasília. Eixo Monumental, Setor de Divulgação Cultural (entre a Torre de TV e o Centro de Convenções), Brasília, DF
Entrada franca
Classificação etária: livre

Exposição À vista – Paisagem em contorno
De 20 de abril a 4 de junho | Terça a domingo, das 10h às 21h
Mostra coletiva com as artistas visuais Bruna Neiva, Cecília Bona, Iris Helena, Karina Dias, Julia Milward, Luciana Paiva, Nina Orthof, Raquel Nava e Yana Tamayo
Fotografia, vídeo, objeto e instalação
Curadoria: Marília Panitz
Local: Galeria Fayga Ostrower – Complexo Cultural Funarte Brasília. Eixo Monumental, Setor de Divulgação Cultural (entre a Torre de TV e o Centro de Convenções), Brasília, DF
Entrada franca
Classificação etária: livre
Informações:(61) 3322-2076 | 3322-2029 | www.funarte.gov.br

Sobre as artistas e obras

Bruna Neiva
Obras: Visita a ninguém / Terra inscrita
Técnica: Performance/Fotografia
Bruna Neiva é artista visual, pesquisadora em arte e produtora cultural. Possui mestrado na linha de Poéticas Contemporâneas do Instituto de Artes pela Universidade de Brasília, onde desenvolveu pesquisa em arte contemporânea, linguagem e memória. O trabalho de Bruna Neiva transita pela performance e tem a fotografia como suporte para suas ações. Os trabalhos presentes na mostra se reportam a momentos diferentes de sua produção. Em Visita a ninguém, a artista visita casas desocupadas, anunciadas para aluguel, escolhidas a partir de um círculo arbitrado que tange vários pontos de um mapa do Distrito Federal. Em cada casa, a artista deixa vestígios da visita anterior: um mapa, algumas fotos, memórias dispersadas de um corpo presente. Em cada ponto, pequenas ações, preparativos ficcionais e tesouros escondidos para a chegada de ninguém. Na obra Terra inscrita, a artista se reporta à inconcretude da realidade e a solidez do sonho como matérias poéticas.

Cecília Bona
Obra: Terreno instável: Paisagem razão
Técnica: Vídeo instalação e fotografia
Cecília Bona é artista visual, propositora de objetos, encantada pela luz, fascinada pela sombra e desconectada do tempo. Sua pesquisa tem foco em fenômenos perceptivos relacionados à luz, ao tempo e ao espaço. A instalação é composta de dois vídeos e duas fotografias, dispostos em quatro tablets de 10 polegadas. Vídeos em looping, som e fotografias se confundem: há uma incerteza da origem das pedras que rolam nas paisagens apresentadas. Rompe com a estabilidade de nossa sustentação em terra firme. Em Terreno instável: Paisagem razão, a artista trata da constante movimentação e reconfiguração da Terra. Seu tempo é evidente na areia e nas pedras, mas não cabe na volta de um relógio, ou na passagem dos anos. Essa movimentação, imperceptível ao ser humano, revela-se em incidentes naturais como erupções, terremotos e avalanches. Em quatro monitores distintos, pode-se observar um movimento mínimo nessa paisagem.

Iris Helena
Obra: Proximidades n.5
Técnica: Fotografia, impressão sobre reboco de parede
Com mestrado em Artes Visuais na linha de Poéticas Contemporâneas pela Universidade de Brasília, a artista visual Iris Helena já expôs em várias galerias e centros culturais no país e no exterior. Seu trabalho propõe criar uma espécie de paisagem citadina ficcional reunindo sobre uma coleção de pedaços de reboco de ruínas variadas imagens de habitações tradicionais brasileiras, que vão desde casarões coloniais a casebres sertanejos. As aproximações geográficas afetivas, vizinhanças e distanciamentos entre as casa e prédios criam um mapa imaginário que reflete a formação das cidades brasileiras.

Júlia Milward
Obra: Provas materiais das passagens (a cidade)/ 2010 – 2017
Técnica: Fotografia
Mestre em Fotografia Contemporânea pela École Nationale Supérieure de la Photographie [FR] e em Artes Visuais – Poéticas Contemporâneas pela Universidade de Brasília, Julia Milward nasceu na baía de Guanabara, foi criada nas margens do Paraibuna, atravessou o Oceano Atlântico até a Seine, desaguou no Rhône e praticou três anos de Stand Up Paddle no lago Paranoá. Atualmente margina o Tietê à procura de córregos. Elementos na paisagem se tornam invisíveis pela banalidade e repetição. Pelo espaço urbano encontram-se objetos transfigurados que perderam a função original de uso para se tornarem marcas de uma ausência. Monumentos passageiros que carregam em si o escultórico e o imprestável. Em Provas materiais das passagens (a cidade), Julia Milward recupera esses objetos através do aparato fotográfico, propondo uma imagem que seja índice do índice, o encontro do desencontro. A série é composta por dez fotografias de dimensões variadas.

Karina Dias
Obra: L’Air de montagne
Técnica: Videoinstalação
Artista visual e professora do Departamento de Artes Visuais da Universidade de Brasília, atuando na graduação e pós-graduação, pós-doutora em Poéticas Contemporâneas (UnB) e doutora em Artes pela Université Paris I – Panthéon Sorbonne, Karina Dias trabalha com vídeo e intervenção urbana, expondo no Brasil e no exterior. Sua pesquisa está centrada nas relações entre o homem e a paisagem, entre a imensidão dos espaços e singularidade daqueles que os percorrem, na experiência de espaços-extremos, seja pela sua proximidade (cidade em que se habita) ou por sua extrema distância (várias partes do mundo). Dessa relação surge, por meio de videoinstalações, uma poética da paisagem e da viagem, uma relação de horizontes, a constituição de uma geopoética.

Luciana Paiva
Obra: Série Vértice
Técnica: Mista – madeira, recortes de papel azul encerado e acrílico
Atualmente cursando Doutorado em Artes na linha de Poéticas Contemporâneas pela Universidade de Brasília, Luciana Paiva integra o grupo de pesquisa Vaga-mundo: poéticas nômades, coordenado por Karina Dias, e o coletivo Espaços da escrita. Na série Vértice, a artista visual parte da uma pesquisa sobre os elementos visuais que compõem os espaços da escrita. As peças realizadas nesta série propõem-se como páginas a serem contempladas. Os módulos feitos com armações de madeira e composições geométricas em diagonal deixam áreas vazadas que são preenchidas pelo branco das paredes ou pelo espaço ao redor. Estas formas acabam por lembrar sinais gráficos sobre a página. As composições internas são realizadas com papel azul encerado que possui uma leve transparência e traz um recorte da paisagem para dentro da arquitetura do trabalho e do espaço. Em alguns casos as composições também são realizadas com páginas de livros antigos onde a escrita se desloca para a composição do espaço arquitetônico.

Nina Orthof
Obra: Beira Ar/ 2017
Técnica: Vodeoprojeção, 1’48’’
Mestre em Poéticas Contemporâneas pelo Departamento de Artes Visuais da Universidade de Brasília, Nina Orthof desenvolve seu trabalho principalmente em vídeo, onde levanta reflexões poéticas acerca de conceitos como: imensidão, navegar, distâncias imaginárias e medidas impossíveis. Ela integra o grupo de artistas pesquisadores Vaga-mundo: poéticas nômades e participou de exposições coletivas em galerias particulares e espaços públicos como Espaço Piloto da UnB, Alfinete Galeria e Museu Nacional do Conjunto da República e Grosvenor Gallery (Manchester, Inglaterra). Na videoinstalação Beira Ar, a corda azulada opera como instrumento de intermediação entre artista e imensidão. Uma tarefa realizada com certa insistência. Símil aos nautas que buscam a circunstância mais favorável entre fluxos aéreos e marítimos. À espreita do espaço. Observação do deslocamento. Iniciar força designada. Lançar.

Raquel Nava
Obra: Tatu varrido
Técnica: mista: objetos escultóricos – materiais variados
Raquel Nava é formada em Artes Visuais pela Universidade de Brasília (2007) e mestre em Poéticas Contemporâneas pela mesma instituição. Trabalha como professora de licenciatura em Artes Visuais da Universidade Aberta do Brasil – UAB/UnB. Sua pesquisa poética aponta para o ciclo da matéria orgânica e inorgânica em relação aos nossos desejos e hábitos culturais. Busca a transformação de valores na relação com os animais ao longo de um período histórico e de um contexto urbano. Coleciona mercadorias ainda encontradas com restos biológicos de bichos, justapondo-as a materiais industriais de uso cotidiano ou a objetos que buscam mimetizar elementos da natureza.

Yana Tamayo
Obra: Diários da margem central / 2017
Técnica: Fotografia
Yana Tamayo é artista visual, educadora e curadora independente. Desde 2015 é gestora da Nave, espaço independente onde desenvolve projetos de pesquisa e formação em arte, curadoria e execução de exposições. Seu trabalho se organiza há alguns anos a partir da observação das dinâmicas construtivas que modelam o espaço urbano. Da constatação da diversidade de sua materialidade física à observação das narrativas históricas que atravessam o tempo, das dinâmicas que regem relações sociais estabelecidas nesse espaço, a artista busca criar elementos de fricção entre o olhar e a imagem que se forma diante de nós. A partir da experiência de uma residência artística na cidade de Palmas (TO), a artista buscou pensar sobre as formas de ocupação do território central do País como uma metáfora sobre ordem e desordem, sobre construção e desmanche no cerne do processo histórico.

Sobre a curadora
Marilia Panitz é mestre em Arte Contemporânea: teoria e história da arte, pela Universidade de Brasília. Foi professora nesta Universidade até 2011. Dirigiu o Museu Vivo da Memória Candanga e o Museu de Arte de Brasília. Desde 1994, atua como pesquisadora, coordenadora e orientadora de programas educativos em exposições e em cursos livres de arte. É curadora independente, com projetos como: Felizes para sempre (BsB, Curitiba e SP, 2000/2003); Gentil reversão (BsB, RJ 2001/2003; Rumos Visuais Itaú Cultural 2001/2003 e 2008/2010); Lúdico, lírico (Berlin, 2002); Centro|EX|cêntrico (CCBB, 2003); Situações Brasília (Caixa e CCBE, 2005); Bolsa Produção|Artes Visuais (Curitiba, 2008/2010); Brasília: Síntese das Artes (CCBB- BsB, 2010); Mostra Tripé Brasília| Linhas de Chamada (SESC Pompéia-SP , 2011 – 2012); Mostra Rumor, Coletivo Irmãos Guimarães Oi Futuro( RJ ,CCBB-DF e SESC Belenzinho -SP, 2012- 2013); Azulejos em Lisboa Azulejos em Brasília: Athos Bulcão e a azulejaria barroca (Lisboa, 2013); Projeto Triangulações 2013 (Salvador, Brasília e Recife), 2014 (Salvador, Belém e Maceió) e 2015 (Salvador, Goiânia, Fortaleza); Mostras de Carlos Lin, Polyanna Morgana, Andrea Sá,de Gê Orthof, Renato Rios e Luciana Paiva, Gal ( Alfinete, BsB 2013-2015); Christus Nóbrega e Gê Orthof na AmareloNegro ( RJ e na Referência Galeria de Arte, BsB, em 2014); Prêmio Marcantônio Vilaça-Sesi/CNI 2014-2015), Mostra Vértice: Coleção Sérgio Carvalho ( BsB, RJ e SP,2015-2016).

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