Espetáculo de dança “A Pequena Morte” estreia na Funarte MG nesta sexta, dia 16

A Pequena Morte, espetáculo de dança contemplado no Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2014, estreia nesta sexta, dia 16 de junho, na Funarte MG, em Belo Horizonte. Em seguida, o solo de Lavinia Bizzotto será levado à Funarte RJ e Funarte SP. A programação inclui, ainda, oficina de dança e fotografia ministrada pela própria coreógrafa e bailarina e pelo plástico e bailarino Alexandre Maia, que divide a concepção do espetáculo.

A montagem pretende levar o público ao universo da obra de Francesca Woodman, sob o olhar de Lavinia. Partindo das fortes emoções despertadas pela obra da fotógrafa norte-americana, o solo aborda temas como exploração do corpo humano, feminilidade, identidade e morte.

Na pesquisa de movimentos e cena, a intérprete busca retratar através da dança, do teatro e das artes plásticas processos visíveis e ocultos de transformação do sujeito feminino, atraindo assim o olhar para o cotidiano e, ao mesmo tempo, evidenciando o surrealismo. Lavinia experimenta esse universo na busca por um corpo que é atravessado pelo tempo, pela delicadeza e força, pela dor e sensualidade e por suas próprias memórias como artista e mulher.

Com duração de 45 minutos, o espetáculo revela o potencial artístico da criadora em consonância com o trabalho Alexandre Maia. Para ele “da união entre Lavínia Bizzotto e a fotógrafa Francesca Woodman nasceu uma estranha flor feita de melancolia, erotismo, feminilidade, desejo e dor. Nem Lavínia, nem Francesca, outra.” Ele acompanhou todo o processo de construção do espetáculo desde as primeiras experimentações.

Vanessa Macedo, coreógrafa, bailarina e diretora da Cia Fragmento de Dança de São Paulo, foi convidada por Lavinia para trazer um novo olhar ao processo. “A minha participação, inicialmente, aconteceu por meio do compartilhamento de ideias e imagens. Como não moramos na mesma cidade, falávamos muito por telefone. Conversamos sobre as muitas mulheres que habitavam seu corpo, sobre autoimagem, processo autobiográfico. Ela começou a me enviar vídeos dos ensaios e, ao assistir, me chamou atenção um trecho em que cobria o rosto. Lembro que essa foi uma ação que achei potente”, afirma.

Em uma das cenas, a bailarina usa argila como elemento cenográfico, uma maquiagem/figurino que nos remete aos emblemas das identidades construídas a partir da noção do feminino. “As pequenas mortes são também pequenos nascimentos. E nesse “ser e deixar de ser”, sua dança nos convida a entrar no seu fluxo. Ela própria se observa, se julga e se perdoa. Como não podia deixar de ser, porque são questões muito significativas em sua dança. Percebo no trabalho de Lavinia a presença do feminino em sedução, angústia, desejo, fracasso, inteireza”, acrescenta Vanessa.

O bailarino e coreógrafo André Liberato declara: “assim que fui convidado para colaborar no processo, criei uma expectativa pelo título já existente da obra, e o interpretava mais pelo fim trágico de Woodman ao invés de associá-lo ao universo feminino da artista. Já nos primeiros dias de ensaio, percebi que a mulher e a bailarina tinham uma necessidade e urgência para comunicarem a perspectiva feminina da falta de identidade.”

Alexandre Maia conclui: “com muita sensibilidade, trabalho, pesquisa e suor, Lavínia conseguiu atravessar um processo árduo de transformação interna que foi se destilando gradualmente, dando contorno a gestos, movimentos, estados, imagens e sonoridades. E assim foi nascendo esse trabalho, como uma metamorfose, a germinação de uma vida como resultado de sucessivas mortes”.

Sobre Lavinia Bizzotto
Lavinia Bizzotto é bailarina, coreógrafa e diretora de movimentos. Goiana, radicada no Rio de Janeiro, vem produzindo obras de reconhecimento nacional como coreógrafa e participando como intérprete de produções cinematográficas e nos maiores Festivais de Dança de todo o país. Iniciou sua carreira iniciou-se na década de 90, no elenco da Quasar Cia de Dança, onde teve seu trabalho como intérprete reconhecido pelos principais críticos da área. Coreografou grupos de circo, dança e teatro, tendo seu talento reconhecido e requisitado também fora do País. Atualmente desenvolve juntamente com diretores de renome um trabalho de direção de movimento em grandes produções pra TV e teatro. Nomes como Renato Vieira, Vanessa Macedo, Edson Beserra, Coletivo Irmãos Guimarães, Guilherme Leme, Intrépida Trupe, Michel Mellamed e Tânia Lamarca fazem parte do histórico desta múltipla artista.

Ficha Técnica
Direção, coreografia e interpretação: Lavinia Bizzotto
Concepção: Lavinia Bizzotto e Alexandre Maia
Parceria coreográfica e colaboração dramatúrgica: Vanessa Macedo
Colaborador artístico: André Liberato
Figurino: Lavinia Bizzotto e Flávio Sousa
Desenho original de luz: Emmanuel Queiroz
Direção musical, fotos e vídeos: Alexandre Maia
Participação especial na Trilha Sonora: Daniela Moraes (Voz)
Professor de dança contemporânea: Felipe Padilha
Coordenação de produção: Edson Beserra/Composto de Ideias
Identidade Visual e Projeto Gráfico: Marcos Buiati
Estruturação do projeto: Cristiana Giustino

Serviço

A Pequena Morte, um solo de Lavinia Bizzotto

Dias 16, 17 e 18 de junho, sexta e sábado às 20h e domingo às 19h
Oficina com Lavinia Bizzotto e Alexandre Maia, dia 17 de junho, às 14h
Local: Funarte MG
Rua Januária, nº 68 – Floresta – Belo Horizonte – MG

Dias 6 a 9 e 13 a 16 de julho, quintas, sextas e sábados às 20h e domingo às 19h
Oficina com Lavinia Bizzotto e Alexandre Maia, dia 8 de julho, às 14h
Local: Sala Renée Gumiel – Complexo Cultural Funarte SP
Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos – São Paulo

Dias 21 a 23 e 28 a 30 de julho, sexta e sábado às 20h e domingo às 19h
Oficina com Lavinia Bizzotto e Alexandre Maia, dia 22 de julho, às 14h
Local: Teatro Cacilda Becker
Rua do Catete, 338 – Catete, Rio de Janeiro – RJ

Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada)
Gênero: Dança Contemporânea
Duração: 45 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
Bilheterias abertas a partir das 18h

Espetáculo de dança contemplado no Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2014

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