Funarte São Paulo: 40 anos

Evento em comemoração aos 40 anos da Funarte SP. Foto: Bruno H. Castro.

Sábado, 22 de julho, foi dia de festa: a Funarte comemorou os 40 anos de sua representação em São Paulo. Durante a chegada dos convidados, o telão exibia momentos que ficaram na memória desse lugar. No pequeno filme, as imagens eram intercaladas por passagens de uma entrevista concedida por Marília Librandi, filha de Lulu Librandi – primeira representante regional da Funarte SP e principal homenageada no evento.

Na cerimônia de abertura, Ginaldo Viana de Souza, diretor do Centro de Artes Cênicas (Ceacen), lembrou os papéis fundamentais dos gestores Roberto Parreira e Lulu Librandi, os principais responsáveis pela criação da Funarte SP. Os primeiros servidores da fundação em São Paulo foram homenageados com placas comemorativas. Em seguida, a atual coordenadora da representação, Ester Moreira, salientou a importância histórica do espaço. Artistas, produtores e outros profissionais que, de alguma forma, estiveram lá presentes, nesses 40 anos, receberam cartões e buquês de flores. Como ponto alto da cerimônia, o Diretor Executivo da Funarte, Reinaldo Veríssimo, e Marília Librandi descerraram a placa em homenagem a Lulu Librandi, que agora dá nome aos galpões em que estão instaladas as salas de espetáculos e galerias.

Em seguida, houve um “pocket-show” de Arrigo Barnabé, que apresentou um repertório para piano e voz. Por fim, os convidados participaram de um coquetel de confraternização, ao som de músicas dos anos 1980, selecionadas pela DJ Renata Cons.

História da Funarte SP

Em 1977, um escritório regional da Fundação Nacional de Artes foi instalado em uma sala da Representação do Ministério da Educação, em São Paulo. O casarão histórico que, então, pertencia ao MEC, foi construído pelo engenheiro Samuel das Neves na década de 1920, para abrigar a Escola de Aprendizes Artífices de São Paulo – mais tarde transformada no Instituto Técnico Federal e transferida para o bairro do Canindé.

No terreno também havia um conjunto de sete galpões, que lembram a arquitetura das fábricas do início do século XX. A edificação foi usada como oficina pelos alunos da instituição de ensino e, mais tarde, adaptada para atividades do MEC. A produtora Maria Luiza Librandi, contratada pela Direção Executiva da Funarte para administrar o novo espaço em São Paulo, foi responsável por transformar o galpão central na Sala Guiomar Novaes, palco de importantes manifestações artísticas nas décadas de 1970 e 1980. A sala de espetáculos recebeu grandes nomes da cena musical alternativa paulistana, como Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção. Outro galpão foi usado como galeria de artes visuais, o Espaço Mario Schenberg, que promoveu exposições de artistas como Guto Lacaz e Paulo Bruscky.

Os anos 1990 foram marcados por uma expansão da Funarte SP. Os galpões, que antes eram usados pelo MEC para atividades administrativas e burocráticas foram transformados em novas galerias de arte e salas de espetáculos. Nos anos 2000, foi feita uma reforma e o Complexo Cultural Funarte SP foi reinaugurado em 2007, com a estrutura que permanece até hoje.

Atualmente, a Funarte SP mantém intensa atividade nas áreas de artes visuais, artes cênicas e música. O Complexo Cultural, que fica na Alamenda Nothmann (Campos Elíseos), conta com três salas para teatro e dança (Carlos Miranda, Renée Gumiel e Arquimedes Ribeiro), duas galerias (Mario Schenberg e Flávio de Carvalho) e um auditório (Sala Guiomar Novaes), além do espaço de convivência Waly Salomão e da ala Jorge Mautner. Com um pátio amplo, o lugar está aberto diariamente para a visitação dos artistas e do público.

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