Funarte lamenta a morte de Paulinho, vocalista do grupo Roupa Nova

Foto: Instagram da banda Roupa Nova

Revisado em 16/12/2020

A Fundação Nacional de Artes – Funarte lamenta a morte do cantor e percussionista Paulo César dos Santos, aos 68 anos, em decorrência do covid-19. Ele se recuperava de um transplante de medula óssea e foi internado com o vírus, em novembro.

Paulinho foi um dos vocalistas da banda Roupa Nova, que no começo se chamava Fanks. O Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira conta um pouco da história da banda, que logo no seu primeiro LP, emplacou sucessos como Sapato velho (Um, Claudio Nucci e Paulinho Tapajós), Bem simples (Ricardo Feghali), E o espetáculo continua (Octávio Burnier e Ivan Wrigg), Canção de verão (Thomas Roth e Luiz Guedes) e a composição Roupa Nova, de autoria de Milton Nascimento e Fernando Brant. A partir de então, a banda participou da gravação do disco Nos bailes da vida, de Milton Nascimento e, com Gal Costa, gravou a música Açaí, de Djavan.

O grupo deu um grande impulso à carreira quando lançou o segundo disco, com destaque à música Clarear (Octávio Burnier e Mariozinho Rocha). Outros sucessos, temas de novela, vieram em seguida, como Anjo (Ranato Correa, Dalto e Cláudio Rabello) e as consagradas Dona (Sá & Guarabira) e Whisky a go go (Sullivan e Massadas), quando o conjunto ficou vários meses nas paradas de sucesso. Depois de lançar o LP Herança, em 1987, pela gravadora RCA, o grupo lançou pela Philips O Melhor de Roupa Nova, disco no qual foram reunidos vários sucessos do coletivo. Ele também participou de gravações com  vários artistas, entre eles Zizi Possi. Com o CD De volta ao começo, interpretou Maria Maria (Milton Nascimento e Fernando Brant), Eu quero botar meu bloco na rua (Sérgio Sampaio), Ando meio desligado (Arnaldo Dias Baptista , Rita Lee e Sérgio Dias), Criaturas da noite (Flávio Venturini e Luiz Carlos Sá), Soy latino americano (Zé Rodrix e Livi) e De volta ao começo, de Gonzaguinha. O Roupa Nova participou também das gravações do CD Ícaro, de Biafra. No ano seguinte, lançou Ouro de Minas, disco no qual interpretou diversos compositores mineiros, entre eles Tunai. Regravou Frisson (Tunai e Sergio Natureza).

No lançamento do CD e DVD Roupacústico (2004), foram revisitados alguns sucessos da carreira. O CD vendeu 350 mil cópias e o DVD 190 mil e ganhou o Prêmio Tim nas categorias Canção Popular e Melhor Grupo. A banda fundou uma gravadora, cujo selo rendeu frutos. O grupo lançou Roupacústico 2, também com sucessos de carreira e músicas inéditas, que vendeu cerca de 70 mil cópias, com a mesma vendagem em DVD.

O grupo apresentou-se nas principais casas noturnas de São Paulo (Credicard Hall e Tom Brasil) e do Rio de Janeiro, entre elas Canecão, Claro Hall, Vivo Rio e Noites Cariocas e, em seguida, veio o lançamento da caixa Roupa Nova Music, com uma coletânea dos cinco DVDs do grupo: Roupa Nova 30 Anos, Roupa Nova em Londres, Cruzeiro Roupa Nova e os dois acústicos, além de um EP com seis gravações inéditas da banda.

Em celebração aos 35 anos de carreira, lançou o projeto Todo amor do mundo, composto de um livro e dois CDs com regravações inéditas de sucessos dos anos 60 e 70, intercaladas com narrações, que contam uma história da formação musical do grupo. O trabalho contou com participações especiais, como a de Twigg (filha do vocalista Paulinho). O disco Todo amor do mundo foi indicado ao 28º Prêmio da Música Brasileira, na categoria Canção Popular e levou o grupo a uma série de apresentações pelo Brasil inteiro.

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