Duas grandes personalidades do teatro brasileiro nasceram no mesmo dia e no mesmo mês, 27 de janeiro: Ary Fontoura (1933), natural de Curitiba (PR), e João Caetano (1808-1863), de Itaboraí (RJ). Outro nome destacado também fazia aniversário pouco antes, 23 de janeiro: Rubens Corrêa (1931-1996), de Aquidauana, Mato Grosso do Sul. A Fundação Nacional de Artes – Funarte celebra aqui o aniversário desses três gigantes das artes cênicas, mostrando alguns dos documentos relacionados a eles, sob a guarda do Centro de Documentação e Pesquisa (Cedoc) da instituição.
Sobre Ary Fontoura
Ary Beira Fontoura, ator, diretor, escritor e poeta brasileiro, completou 88 anos no dia 27 de janeiro. Com dezenas de espetáculos teatrais, novelas e filmes no currículo, é personalidade de destaque para as artes brasileiras.
O Cedoc – Funarte abriga vários documentos, contendo textos e imagens, relacionados ao artista. Há fotos de espetáculos — entre eles , O Camarada Mioussov, de Valentin Katalev, com direção de Fábio Sabag, encenado no Rio de Janeiro em 1971; e Sábado, domingo e segunda, de Eduardo de Filippo, dirigido por José Wilker, encenado no Teatro dos Quatro (Rio de Janeiro – RJ), em 1987. Também estão disponíveis imagens da montagem Rei Lear, de William Shakespeare, dirigido por Celso Nunes, apresentado no Teatro Clara Nunes — também na capital fluminense —, em 1983 e 1984.
Sobre João Caetano
O ator autodidata e empresário João Caetano dos Santos é considerado um pioneiro por vários estudiosos da cena teatral brasileira. Criou, em 1833, a Companhia Dramática Nacional, apontada como o primeiro grupo organizado de teatro do país. Também é reconhecido por ter encenado as primeiras peças de Shakespeare no Brasil. Como apontou a crítica teatral Bárbara Heliodora, se tratavam de traduções de adaptações da obra do dramaturgo inglês e não dos textos originais.
João Caetano escreveu dois livros sobre a arte de representar: Reflexões Dramáticas, de 1837; e Lições Dramáticas, de 1862. Este último está disponível para consulta na Biblioteca Edmundo Moniz (Cedoc – Funarte), assim como uma coletânea de documentos sobre o ator.
Sobre Rubens Corrêa
Rubens Alves Corrêa nasceu no dia 23 de janeiro de 1931 e faleceu no dia 23 de janeiro de 1996, um dia antes de completar 65 anos. Natural de Aquidauana (MS), Corrêa e seu sócio, o ator e diretor Ivan de Albuquerque, fundaram a companhia cênica Teatro do Rio, em 1959 — no espaço onde hoje está instalado o Teatro Cacilda Becker, da Funarte. Lá encenaram Espectros, de Ibsen, em 1961, com a direção de Ziembinski e cenário de Hélio Eichbauer. Na década seguinte, abriram o Teatro Ipanema, dedicado à experimentação artística, também no Rio de Janeiro. Em seu palco foram montados importantes espetáculos, como Hoje é Dia de Rock, de José Vicente, com cenário de Luiz Carlos Ripper, em 1971.
Rubens Corrêa permaneceu vários anos em cartaz com Artaud!, monólogo que estreou em 1986, baseado em textos de Antonin Artaud, sob direção de Ivan de Albuquerque. O ator também representou papéis marcantes no cinema, na extinta TV Manchete e na TV Globo. Nesses 25 anos da morte do artista (que coincidiriam com seu aniversário de 90 anos), a Funarte presta homenagem a ele, por meio de imagens do acervo do Cedoc, que disponibiliza fotos, desenhos, cartazes, textos teatrais e críticas, ligados a espetáculos em que Rubens Corrêa trabalhou, como ator ou diretor. Confira a ficha técnica de Artaud!: