A Trupe DuNavô e o público vão lapidar, juntos, a próxima montagem do grupo. Entre os dias 18 e 21 de dezembro de 2014 (de quinta a domingo), a Funarte SP recebe a segunda etapa do projeto Refugo urbano, que trará quatro apresentações gratuitas desta nova peça, em fase final de construção. Após cada espetáculo, a plateia será convidada a deixar sugestões para arrematar a obra e a propor um nome para ela.
A montagem, com estreia prevista para 2015, aborda de forma inusitada a realidade das ruas pela ótica de dois de seus habitantes “invisíveis”: um lixeiro e uma moradora de rua. São palhaços, vindos de mundos diferentes e complexos. Ele, organizado e cuidadoso; ela, vibrante e emocional. Entre ambos está o lixo, “essa mescla de detritos, restos de sobrevivência”, como define a trupe. A partir de um encontro improvável, estes personagens passam a conviver e a lidar com suas diferenças. E, juntos, eles “descobrirão o que há de mágico na trágica crueza” da sua realidade.
O processo de interação com a plateia para dar acabamento ao espetáculo começou em novembro deste ano, no teatro Galpão do Folias (centro de SP). De lá para cá – contam os artistas – muita coisa já mudou com a ajuda do público. Mas tudo começou, de fato, em 2012, quando o grupo, selecionado três vezes consecutivas pelo Programa de Valorização de Iniciativas Culturais de São Paulo (VAI), passou a realizar intervenções urbanas pelo centro e pela periferia de São Paulo, conhecendo de perto a realidade das ruas e pesquisando a máscara do palhaço.
O projeto chega à Funarte por intermédio da Ocupação Do Riso ao Choro, que estará na Sala Carlos Miranda do Complexo de São Paulo até fevereiro de 2015.
Ocupação Do riso ao choro
Projeto contemplado por edital para a Sala Carlos Miranda do Complexo Cultural Funarte SP em 2014. Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos, São Paulo, SP. Tel. (11) 3662-5177
Projeto Refugo urbano
De 18 a 21 de dezembro | De quinta a sábado, às 19h30; domingo, às 18h
Atores criadores: Gabi Zanola e Renato Ribeiro | Direção: Suzana Aragão | Assistência de direção: Gis Pereira | Dramaturgia: Nereu Afonso | Direção musical: Célio Colella | Preparação corporal: Ronaldo Aguiar | Preparação de boneco: Rani Guerra | Cenário e adereço: Bira Nogueira | Costureiras: Francisca Rodrigues e Cidinha | Figurino: Trupe DuNavô | Operação de som e Produção: Cristiana Fabricio | Criação de luz e audiovisual: André Grynwask e Pri Argoud
Duração: 55min | Recomendação etária: livre. Indicado para maiores de 12 anos
Entrada gratuita. Bilheteria abre uma hora antes do espetáculo – um ingresso por pessoa.
Sobre a Trupe DuNavô – Formada por Gabi Zanola, Renato Ribeiro e Gis Pereira, nasceu em abril de 2010 dentro do Programa de Formação de Palhaços para Jovens (PFPJ – dos Doutores da Alegria), partindo do desejo de aprofundar a linguagem do palhaço. Desde então, a Trupe se consolidou e se apresentou em diversos lugares e eventos, entre eles: Revirando São Caetano (julho de 2011). Seu primeiro espetáculo, É mesmo uma palhaçada!, estreou em julho de 2011 na Comunidade Casa Verdee foi apresentado, nos anos seguintes, em diversos espaços e eventos, como Sesc, Senac e Virada Cultural de São Paulo. Em 2012 a Trupe DuNavô foi contemplada pelo VAI (Programa de Valorização de Iniciativas culturais de São Paulo), com o projeto Amigos… colegas… seres humanos… palhaços e, em 2013, contemplada pelo mesmo edital, com o projeto Trupe DuNavô descortina a rua. Com isso, a trupe ampliou as investigações em intervenções urbanas, e partiu desbravando as ruas de diversos centros comerciais da cidade de São Paulo. A Trupe DuNavô tem como objetivo difundir sua pesquisa para além do estereótipo coletivo do palhaço bonitinho e ingênuo, brincando em qualquer lugar, a qualquer hora e de várias formas, desbravando o caminho do ser Palhaço hoje.