Visível Núcleo, Nave Gris e convidados são atrações de maio na Renée Gumiel (SP)

Imagem: divulgação

Duas companhias voltadas à pesquisa das motrizes culturais afro-brasileiras nas artes cênicas e às possíveis interseções de linguagens estão reunidas no projeto Visível + Nave Encruzilhada Ocupação Cênica, que ocupará o palco da Sala Renée Gumiel da Funarte SP durante o mês de maio.

Além de espetáculos autorais de dança contemporânea dos parceiros Visível Núcleo de Criação e Nave Gris Cia. Cênica, a grade de eventos do projeto – selecionado no programa Cena Aberta Funarte 2016 – contempla obras de artistas e grupos convidados, recém-estreadas ou em processo de pesquisa.

O projeto convida, ainda, para a experimentação e estudo, com a oficina gratuita Dramaturgias do Corpo: (Re)inventando Tradições, realizada em associação com o grupo Terreiro de Investigações Cênicas, do Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Estadual Paulista – a Unesp. Os interessados em participar da oficina, que já começa na quarta, 4 de maio, devem enviar pequeno currículo e carta de interesse até sábado, 30 de abril, para o e-mail: visivelmaisnave@gmail.com

Os dois grupos que assinam a ocupação trazem solos apresentados em festivais nacionais e internacionais, que marcam características comuns a ambos. A coreografia Dikanga Calunga, com a bailarina Kanzelumuka, da Nave Gris, transita entre o ancestral e o contemporâneo e busca referências nos arquétipos femininos de mitologias e manifestações tradicionais de origem africana, especialmente o candomblé de Angola. Já o Visível Núcleo apresenta o criador intérprete Kleber Lourenço em Negro de Estimação, uma composição de dança-teatro inspirada no livro Contos Negreiros, de Marcelino Freire. O espetáculo parte do estudo da ação dramática contida na obra literária e da memória corporal dançada do bailarino.

Uma vez por semana, o projeto dá vez a grupos e artistas convidados, na mostra Espaço Encruzilhada. As companhias Akwaaba, e Ouvindo Passos, e os artistas Fredyson Cunha, Débora Marçal, Flip Couto e Ana Musidora, vão se revezar nesta programação.

Programa Cena Aberta Funarte 2016: Projeto Visível + Nave Ocupação Cênica
Sala Renée Gumiel do Complexo Cultural Funarte São Paulo

Oficina: Dramaturgias do Corpo: (Re)inventando Tradições
De 4 a 25 de maio | Quartas, às 19h
Com participação gratuita, os encontros propõem investigar a criação cênica por meio do estudo de dramaturgias corporais e do exercício da releitura de elementos das manifestações populares. A oficina será ministrada pela bailarina e pesquisadora Kanzelumuka (Nave Gris Cia Cênica) e é uma parceria com o Grupo Terreiro de Investigações Cênicas do Programa de Pós-graduação em Artes da UNESP.
Inscrições até sábado, 30 de abril, pelo e-mail: visivelmaisnave@gmail.com
Gratuita

Espetáculo: Dikanga Calunga, com a Nave Gris Cia. Cênica
Dias 6, 7, 8, 20, 21 e 22 – Dikanga | Sexta e sábado, às 20h; domingo, às 19h
Dikanga Calunga, em quimbundo, significa mar distante. Calunga é mar, mas também céu e cemitério. O espetáculo nos remete ao fluxo entre ancestralidade, tradição e contemporaneidade, encontrando seu lugar no corpo, corpo-encruzilhada: onde as experiências são continuamente reorganizadas e redimensionadas através da dança.
Concepção coreográfica e interpretação: Kanzelumuka | Direção: Murilo De Paula | Músicos-compositores: Leandro Peres e Sandro Lima
Duração: 45min | Classificação etária: livre
Ingressos: RS30 (meia: R$15). Bilheteria abre uma hora antes do espetáculo – um ingresso por pessoa. Não aceita cartão

Espetáculo: Negro de Estimação, com Visível Núcleo de Criação
Dias 14, 15, 27, 28 e 29 de maio | Sábado, às 20h; domingo, às 19h
Solo de teatro/dança, adaptação do livro Contos Negreiros, do escritor Marcelino Freire. O espetáculo se desenrola partindo do estudo da ação dramática existente nos contos do livro e a memória corporal dançada do intérprete-criador.
Criação e interpretação: Kleber Lourenço | Codireção: Marcondes Lima | Trilha sonora original: Missionário José | Operação de luz: Clébio Ferreira | Operação de som e cenotecnia: Renan Jordan
Duração: 55min | Classificação etária: 16 anos
Ingressos: RS30 (meia: R$15). Bilheteria abre uma hora antes do espetáculo – um ingresso por pessoa. Não aceita cartão

Mostra Espaço Encruzilhada

Espetáculo Ethos, com Grupo Akwaaba
Dia 5 de maio | Quinta, às 20h
Ethos é um sistema de atitudes entre dança, público e arquitetura. É o primeiro trabalho solo de Bárbara Freitas, com caráter investigativo de um corpo que se adapta ao estado das coisas.
Concepção e interpretação: Bárbara Freitas | Criação sonora: Olivier Kaminski
Duração: 40min | Classificação etária: livre
Ingressos: R$30 (meia: R$15). Bilheteria abre uma hora antes do espetáculo – um ingresso por pessoa. Não aceita cartão
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Espetáculos Iwosan, Sangue e Ana Paula Padrão
Dias 12 e 13 de maio | Quinta e sexta, às 20h
Iwosan, com Débora Marçal
O espetáculo é a narrativa de um corpo feminino, negro, pobre e periférico que, ao nascer numa sociedade eminentemente machista, racista, heterossexual, elitista e branca, tem por consequência a problemática constante da construção de identidade. Iwosan (cura, em iorubá) transita pelas nuances deste conflito.
Intérprete criadora: Débora Marçal | Iluminador: Renato Almeida | Cenotécnica: Flávia Rosa | Produção: Maitê Freitas
Duração: 20min | Classificação etária: livre
Sangue, com Flip Couto
Através da improvisação, três músicos e um dançarino, buscam criar uma dança relacional que parte do depoimento, elemento disparador de sensações, sonoridades, gestuais, ritmos e outros estímulos oriundos dos indivíduos.
Diretor e intérprete: Flip Couto | Contrabaixo: Robson Couto e Douglas Couto | Engenharia de som: Nelson D.
Duração: 20min | Classificação etária: livre
Ana Paula Padrão, com Ana Musidora
Trata-se de um trabalho em processo estimulado pelo estudo de poses sensuais das capas da revista Sexy no ano de 2013, analisando a sensualidade/sexualidade feminina fabricada pela indústria pornográfica.
Performer criadora: Ana Musidora
Duração: 20min | Classificação etária: 16 anos
Ingressos: R$30 (meia: R$15). Bilheteria abre uma hora antes do espetáculo – um ingresso por pessoa. Não aceita cartão

Espetáculo Brevidade, com Fredyson Cunha
Dia 19 de maio | Quinta, às 20h
Brevidade é um trabalho cujo tema central é a morte. O espetáculo parte da aproximação entre o corpo morto do butô e o ritual funerário dos índios bororo de Mato Grosso.
Concepção, pesquisa, direção, interpretação: Fredyson Cunha
Duração: 55min | Classificação etária: livre
Ingressos: R$30 (meia: R$15). Bilheteria abre uma hora antes do espetáculo – um ingresso por pessoa. Não aceita cartão

Espetáculo: Sobre Glúteos, Cadeiras e Histórias, com a Ouvindo Passos Cia de Dança
Dia 26 de maio | Quinta, às 20h
É no corpo que transitam narrativas e memórias diversas, onde as intérpretes se revezam entre os papéis de contadoras e ouvintes, maneira pela qual imprimem a diversidade de sentidos e significados, sobre glúteos assentados na terra; em bancos de madeira ou cadeiras; ou em movimento.
Concepção, criação e interpretação: Deise de Brito e Paula Salles | Direção coreográfica: Adriana Guidotte | Designer de luz: Denilson Marques | Operação e adaptação de luz: Raphael Felipe | Operadora de som: Gabrielle Turquette
Duração: 40min | Classificação etária: livre
Ingressos: R$30 (meia: R$15). Bilheteria abre uma hora antes do espetáculo – um ingresso por pessoa. Não aceita cartão

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