O Prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia Antônio José da Silva foi instituído em setembro de 2006 através da parceria entre a Funarte e o Instituto Camões, a Direção-Geral das Artes e Teatro Nacional Dona Maria II, de Portugal. Seu objetivo é o incentivo à escrita dramática em todos os seus gêneros (teatro para adultos, teatro para a infância juventude etc.) e o aparecimento de novos dramaturgos da língua portuguesa, reforçando as parcerias de desenvolvimento e cooperação cultural entre Portugal e Brasil.
A homenagem a Antônio José da Silva é justificada porque “o Judeu”, como era conhecido, é considerado o mais representativo autor dramático português da primeira metade do século XVIII, sendo-lhe geralmente atribuídas oito óperas ainda hoje levadas à cena por várias companhias teatrais. As óperas, das quais apenas três foram impressas em vida, foram postumamente reunidas no primeiro e segundo volumes do Teatro Cômico Português, publicado em 1744 por Francisco Luís Ameno. São elas: Vida de D. Quixote de la Mancha; Esopaida, ou Vida de Esopo; Os Encantos de Medeia; Anfitrião, ou Jupiter, e Alcmena; Labirinto de Creta; Guerras do Alecrim, e Mangerona; Variedades de Proteo; Precipicio de Faetonte. São-lhe ainda atribuídas uma Glosa ao Soneto de Camões “Alma minha gentil, que te partiste”, na morte da infanta D. Francisca, bem como as Obras do Diabinho da Mão Furada. “O Judeu” teve fim trágico nas fogueiras da Inquisição no ano de 1739.
Em 2009, numa primeira fase do Prêmio, os textos concorrentes são selecionados em cada um dos países por comissões nacionais. A seleção dos quatro textos brasileiros escolhidos para concorrer ao Prêmio é realizada por uma Comissão de Seleção composta por quatro especialistas designados pela Funarte, cujo presidente, nomeado pelo presidente da Funarte, tem voto de qualidade. Por sua vez, os quatro textos portugueses concorrentes ao Prêmio são selecionados pelo Instituto Camões, a Direção Geral das Artes e o Teatro Nacional D. Maria II. Os oito textos concorrentes que passam à segunda fase são apreciados por um júri comum aos dos países responsável por determinar o vencedor, júri este composto por três especialistas portugueses e três especialistas brasileiros, os seis designados pelas instituições responsáveis pelo prêmio em seus respectivos países.
São concedidos os seguintes prêmios:
– Prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia Antônio José da Silva (obrigatoriamente atribuído), no valor equivalente a 15.000 euros;
– Menção honrosa (caso o júri considere a sua atribuição)
A atribuição do Prêmio implica a edição da obra premiada em Portugal e no Brasil, cabendo ao Instituto Camões e à Funarte as providências necessárias para esse fim. Compete à Direção-Geral das Artes, à Funarte e ao Teatro D. Maria II diligenciar para que a obra premiada seja apresentada em palco.
A primeira edição do Prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia Antônio José da Silva teve como participantes brasileiros os vencedores de 2003, 2004 e 2005 do Prêmio Funarte de Dramaturgia nas categorias teatro adulto e teatro para a infância e juventude. O vencedor foi o autor português José Maria Vieira Mendes, com a peça A Minha Mulher. A partir da segunda edição a inscrição passou a se dar por meio de edital, permitindo-nos a construção de dados estatísticos e sua análise qualitativa.
Para acessar o relatório estatístico do Prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia Antônio José da Silva, clique aqui.
Maiores informações: marcelogruman@funarte.gov.br e andrebezerra@funarte.gov.br